A notícia está sendo amplamente divulgada por um blog local, mas custa acreditar em sua veracidade. Somente numa hipótese haveria alguma possibilidade de a notícia ser verdadeira: o desespero no alto comando da campanha do candidato Paulo Câmara, que enfrenta muitas dificuldades na disputa pelo Governo de Pernambuco. Outro dia trocaram alguns nomes argumentando mudanças rotineiras. Na boca do palco, evidentemente. Nas coxias a conversa é bem outra. Pela informação que está sendo divulgada pelo blog, a ordem no comando da campanha seria "descolar" o candidato ao Senado, FBC, da campanha de Paulo Câmara. Seria cada um por si, uma vez que os altos índices de rejeição de FBC estariam prejudicando o desempenho do candidato ao Governo pela Frente Popular. Há várias questões em jogo, todas refletindo, mais uma vez, os equívocos crassos de avaliação. Vamos a eles: a) A escolha do candidato ao Senado, a princípio, deveu-se, entre outros fatores, a sua longa experiência em campanhas políticas, o que poderia facilitar a vida de um burocrata como candidato ao Governo. Competiria a FHC o papel de afinador do violino ou condutor do andor, uma vez que Eduardo estaria envolvido em seu projeto presidencial. Isso mudou? tão cedo? Vão deixar Paulo Câmara mais isolado ainda? A única coisa racional nisso é que partiu-se de um princípio equivocado. Normalmente o candidato ao Governo "puxa" o(s) candidato(s) ao Senado. Nunca o contrário. b) "Turvados" pela escolha de GJ para a Prefeitura do Recife - onde a eleição foi relativamente fácil - os neo-socialistas embarcaram num escolha infeliz e correm um sério risco de perderem as eleições no Estado; c) Se é verdade que FBC não vai muito bem no quesito rejeição, o mesmo se aplica ao candidato Paulo Câmara, que também ostenta alto índice de rejeição. O que precisa ser reavaliada são essas pesquisas internas que indicavam, por exemplo, o perfil do nome que os eleitores desejavam para gerir os destinos do Estado pelos próximos 04 anos, considerando-se o fato de que a avaliação do Governo iria cair pelas tabelas quando a caixa-preta fosse encontrada, o que estava muito difícil diante da parafernália de comunicação institucional montada. Soberba, auto-confiança demasiada, arrogância, autofagia, traições, descolamento das bases sociais que emprestavam apoio à agremiação num passado recente. A lista é grande. Estes sim são os verdadeiros problemas dos neo-socialistas. Contra isso não existem soluções mágicas, saídas dos novos coordenadores ou das pranchetas dos marqueteiros.
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