Para alguns analistas, nossa democracia nunca esteve consolidada. Nos últimos anos observamos alguns avanços importantes, mas, a julgar pelo que ocorreu no último dia 15, é certo que muita gente ainda não fez a lição de História. Num ato insano, havia até mesmo alguns cartazes pedindo uma intervenção constitucional das forças armadas. Imaginem. O pesquisador José Álvaro Moisés costumava discutir os conceitos de democracia política e democracia econômica. Há um hiato evidente entre ambas e, para alguns analistas, reside ai um dos fatores de nossas fragilidades. Sempre se fala que o problema maior de nossa sociedade são as dificuldades de construir um país com maior justiça social. Até concordamos com essa tese, mas feitas as contas, observando o nosso sistema político corroído, vejo mesmo é que muita coisa ainda precisa ser feita em termos de aperfeiçoamento de nossas instituições da democracia. A democracia política, portanto, será fundamental para assegurar os avanços redistributivos e estruturadores no campo econômico, diminuindo o abismo que ainda separa o andar de cima do andar de baixo. Vamos avançar, sim, se mantivermos o aparato legal intacto, garantirmos o Estado Democrático de Direito. Qualquer coisa fora disso mergulhará o pais nas trevas de um profundo retrocesso, capaz de tolher as mais essenciais liberdades individuais. O que precisamos é de um país onde os militares deixem de se assanhar e entendam a necessidade de se subordinarem ao poder civil, respeitando a Constituição. Já ia esquecendo. E também de coxinhas mais consequentes.
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