Há uns dois anos atrás, o blogueiro e jornalista Décio Sá foi assassinado na região litorânea de São Luís, no Maranhão. Estava num bar, possivelmente tomando umas cervejinhas, quando foi abordado por um motoqueiro e um carona, que desferiu vários tiros contra ele. O crime alcançou repercussão nacional. Até os Sarney mexeram nos pauzinhos no sentido de que o crime fosse esclarecido. Décio mexia com interesses de gente graúda e várias possibilidades surgiram como motivação para o crime, entre as quais vingança contra as suas denúncias dos trens da alegria organizado por políticos locais com garotas de programa do Piauí. Mas, como sempre, seguindo o velho conselho do "Garganta Profunda", do Escândalo Watergate, convém seguir o dinheiro. A polícia do Estado agiu e conseguiu identificar e prender os executores do crime. A justiça julgou-os e condenou-os. Réus confesso. Quanto aos mandantes... aí a porca torce o rabo, como sempre. Até hoje as malhas da Justiça não conseguiu alcançá-los. Hoje, o Estado amanheceu em polvorosa. A partir da agenda deixada pelo ex-jornalista, foi possível destrinchar mais um enredo de corrupção na máquina pública, desta vez envolvendo o financiamento de campanha. Mais de 40 prefeituras do Estado estão envolvidas na maracutaia. Há, naquele Estado, uma relação curiosa, que envolve uma espécie de agiotagem com dinheiro público. Segundo um colega das terras dos Sarney, o Maranhão é dominado pela agiotagem. Acontece mais ou menos assim: um cidadão se candidata à prefeitura de um município, recebe recursos de campanha de um agiota e, depois, o caboclo cobra a fatura, por vezes paga com dinheiro público, nos casos em que o candidato foi eleito. Até o Fundo de Participação dos Municípios foi usado com essa finalidade. Isso dispensa qualquer comentário.
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