A lista de Janot sobre os envolvidos nas investigações sobre os desvios de recursos públicos na estatal Petrobras, que ficou conhecida como "Operação Lava Jato", finalmente, foi divulgada. Muita tinta foi gasta sobre o assunto até o momento. Dependendo dos atores políticos e dos interesses em jogo, a lista é comentada sob as mais diversas perspectivas. Independentemente das colorações das observações, alguns aspectos deveriam causar náuseas nos brasileiros decentes, estes que sobrevivem nos limites de suas condições, com muita dignidade, sem se envolver nessas falcatruas contra o Erário.Durante a nossa experiência com a "máquina" pública, observei casos escabrosos. Impublicáveis. Mas, a rigor, nem preciso publicá-los - se me provocarem o farei. Esses absurdos - verdadeiros estupros da Viúva - estão sendo divulgados todos os dias pela imprensa. A farra com o dinheiro público tornou-se lugar comum neste país. Os cadáveres de Sérgio Buarque de Holanda e Benfild continuam assombrando nossas repartições públicas. Penso que entramos numa fase perigosa, num caminho sem volta no que concerne ao enfrentamento da corrupção no país. A grande questão que se coloca é se os alicerces da nossa frágil democracia irá sobreviver a essa cruzada moralista. Louve-se a atitude da presidente Dilma Rousseff em não interferir na atuação da Polícia Federal, do Ministério Público, da Justiça Federal, da PGR. A chefe do nosso Executivo não compactua com a bandalheira. Renan não tem a menor moral para alardear que ela interferiu na composição dessa lista. Uma pena que os alicerces de nossa democracia representativa sejam tão frágeis. Renan, Cunha e corja estão preparando munição e manobras contra a presidente Dilma, a PGR e, quiçá, contra o STF. À exceção da presidente - que já sofre retaliação - alguns desses atores são imunes às suas manobras, à exemplo de Janot e o STF. O fato é que a res publica comprou uma briga com gente poderosa e cheia de ardis. Acuados, eles serão capazes de tudo. Afinal, colocar dois gatunos na presidência do poder Legislativo já significa que não estamos no melhor dos mundos. O Estado de Pernambuco aparece muito bem representado nessa lista, com deputados, ex-deputados e um senador da República. O que mais nos chama atenção é a citação do ex-deputado federal do PP, Pedro Correia Neto. Um leitor mais atento já deve ter observado que não há um grande escândalo de corrupção nacional ao qual o seu nome não esteja envolvido. Cumpre pena por condenação no escândalo do Mensalão e já se vê envolvido nessa nova lista do Petrolão. Quanto ao senador Humberto Costa, é só uma questão de tempo para que fique provada a sua inocência. Conheço um Humberto Costa desde os tempos da Brasília Amarela. No final, uma referência elogiosa às editorias de capa dos jornais locais. A turma é boa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário