José Luiz Gomes escreve:
Como se não fossem suficientes os problemas com a condução da política econômica e o travamento na arena política, o Governo Dilma está diante de mais um dilema: a escolha do novo Ministro da Educação. Sob certos aspectos e consoante algumas expectativas, Dilma Rousseff cometeu alguns equívocos com relação a esta pasta e já esgotou sua cota de erros. Insistiu na nomeação de Cid Gomes - que não desejava o cargo - e depois tomou algumas medidas, como o corte de verbas de custeio da pasta, o que começou a comprometer alguns programas, gerando grandes insatisfações entre a confraria de reitores das universidades públicas, até então, um núcleo de apoio ao Governo. Cid caiu depois dos entreveros com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Antes mesmo da tumultuada sessão no Plenário da Casa, ele já havia decidido entregar o cargo. Não aceitou a determinação do Planalto no sentido de pedir desculpas aos parlamentares.
Foi uma queda para o alto. Manteve suas posições durante a sessão, verbalizando algumas verdades sobre os membros do Poder Legislativo. Sua fala só foi interrompida depois das recomendações do corte do seu microfone. Seguiu-se uma troca de farpas e as tradicionais ameaças de processos. Nas coxias, comenta-se que foi uma atitude bastante calculada, com o objetivo de alçá-lo, num futuro próximo, a voos nacionais. Embora não houvesse uma expectativa muito positiva sobre sua gestão, é inegável que o representante dos Ferreira Gomes de Sobral encontrou os elementos para uma saída honrosa. Até uma licença para tratamento de saúde foi usada para ganhar tempo.
Sua escolha foi determinada por um arranjo político complicado - e ineficiente, diga-se. Além de "queimar" Dilma Rousseff junto aos setores mais progressistas da sociedade, aqueles que, a rigor, estarão sempre com ela, uma vez que não são orientados pelo fisiologismo. Esta pasta sempre foi estratégica para o PT. Para alguns analistas, as últimas sinalizações e escolhas políticas indicavam que havia deixado de ser. Com a saída de Cid Gomes, Dilma pode retomar, de fato, a coerência do lema : "Brasil, Pátria Educadora" e nomear para a pasta alguém que permita dar continuidade aos avanços que facultaram, por exemplo, um expressivo acesso de jovens do andar de baixo ao ensino superior.
No outro extremo, pode continuar cedendo às chantagens dos seus achacadores e nomear algum "acochadinho" para a pasta, como já se especula por aí, ligado, imaginem, ao José Serra (PSDB) e Michel Temer(PMDB). Sim, ele tem bom trânsito nessas hostes. Espero que isso não passe de um grande pesadelo. Segundo comenta-se nos bastidores, como as coisas não caminham bem, Lula teria recomendado que ela aproveitasse a oportunidade para uma minirreforma ministerial, mexendo mais um pouco no tabuleiro, já que não teria sido muito feliz nalgumas escolhas.
Possivelmente, alguns peças estarão sendo mexidas no tabuleiro do xadrez político de Brasília e, sinceramente, não sabemos se podemos chamar isso de minirreforma. Além do imbróglio da escolha do novo ministro da educação - depois de, finalmente, ouvir o ex-presidente Lula, que estava com o prestígio mais baixo do que poleiro de pato junto ao Planalto neste segundo mandato - Dilma, enfim, amanheceu decidida a reorientar algumas peças chaves do seu staff de articuladores. Articuladores que, aliás, sequer conseguem manter sob o controle do Planalto essa tal de base aliada.Depois dos entusiasmados aplausos de petistas às declarações do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, durante a sua ouvida pela CPI que investiga os escândalos de corrupção na Petrobras, fica evidente que o corporativismo de alguns petistas já superam sua fidelidade ao Governo Dilma.
Dilma nunca foi muito feliz na articulação política. Além de não gostar do meio de campo da micropolítica, escolheu assessores que também não foram muito bem-sucedidos nessa tarefa, com raros momentos de interregnos durante o seu primeiro governo. Neste segundo mandato, Dilma ainda não teve a menor tranquilidade. Voando solto como um rouxinol no Planalto, o ministro da Casa Civil, Aloízio Mercadante, assumiu, de fato, o papel de articulador político do Governo. Uma de suas estratégias foi apear do Planalto todos os antigos colaboradores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que nunca suportou a desfeita. Dizem que pedia sua cabeça a Dilma insistentemente.
Dilma não entregou, mas, a rigor, afastou seu super-ministro do conselho de articulação política, delegando a ele a tarefa de acompanhar os projetos prioritários do Governo. Vaidoso como ele, deve estar uma arara. As peças do tabuleiro político do Planalto passaram a ser mexida ao sabor das vicissitudes políticas enfrentadas, o que indica uma presidente bastante fragilizada, refém das circunstâncias políticas adversas, vítima dos seus achacadores. E isso não é nada bom.
Embora educação tenha sido tratada pela coalizão petista como uma área estratégica - onde se pode contabilizar avanços significativos nos últimos governos - os arranjos celebrados na escalação do ministério indicavam algo contraditório, a começar pela nomeação de Cid Gomes para aquela pasta. Nem tanto pelo nome me si, mas, sobretudo, pelo que viria depois, com o anúncio de cortes de verbas e os problemas que se sucederam, colocando o slogan de "Brasil: Pátria Educadora" sob judice.
Os arranjos para a ocupação dos cargos da pasta na gestão(?) Cid Gomes já sinalizavam para um privilegiamento de nomes ligados aos reformadores empresariais da educação. Gente demasiadamente ligada à chamada indústria da educação estavam sendo nomeados para postos-chaves, como o INEP e a Secretaria de Educação Básica, responsável, entre outras coisas, pelo currículo da educação básica. Um deles teria sido orientador de um mestrado profissional da ex-secretária de educação do Governo Cid, no Ceará. Os atores políticos são fundamentais para observamos a tendência de uma gestão.
É neste particular que observo com muita reservas as especulações em torno do nome de Gabriel Chalita para aquela pasta, como resultados dos novos arranjos políticos celebrados em Brasília. Essa nomeação, certamente, representará um ponto de inflexão do Governo Dilma Rousseff. Aqui, a porca torce rabo. Vamos saber para onde este governo caminha, se no sentido de continuar permitindo as conquistas sociais do andar de baixo ou transformar aquela pasta numa grande orgia de caráter fisiologista, comandada pelo "acochadinho". Sob a influência do PMDB, todos sabem sabem o que pode ocorrer naquele Ministério.
Se confirmada a indicação de Gabriel Chalita para o cargo, certamente Dilma, momentaneamente, pode aplacar a ira dos seus achacadores, principalmente a turma do PMDB. Por outro lado, também é certo que queimará ainda mais seu filme junto aos setores mais progressistas da sociedade brasileira, aqueles que, por enquanto, ainda estão dispostos a ir às ruas para exigir o respeito às regras do jogo democrático. Grande dilema, doutora.
No outro extremo, pode continuar cedendo às chantagens dos seus achacadores e nomear algum "acochadinho" para a pasta, como já se especula por aí, ligado, imaginem, ao José Serra (PSDB) e Michel Temer(PMDB). Sim, ele tem bom trânsito nessas hostes. Espero que isso não passe de um grande pesadelo. Segundo comenta-se nos bastidores, como as coisas não caminham bem, Lula teria recomendado que ela aproveitasse a oportunidade para uma minirreforma ministerial, mexendo mais um pouco no tabuleiro, já que não teria sido muito feliz nalgumas escolhas.
Possivelmente, alguns peças estarão sendo mexidas no tabuleiro do xadrez político de Brasília e, sinceramente, não sabemos se podemos chamar isso de minirreforma. Além do imbróglio da escolha do novo ministro da educação - depois de, finalmente, ouvir o ex-presidente Lula, que estava com o prestígio mais baixo do que poleiro de pato junto ao Planalto neste segundo mandato - Dilma, enfim, amanheceu decidida a reorientar algumas peças chaves do seu staff de articuladores. Articuladores que, aliás, sequer conseguem manter sob o controle do Planalto essa tal de base aliada.Depois dos entusiasmados aplausos de petistas às declarações do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, durante a sua ouvida pela CPI que investiga os escândalos de corrupção na Petrobras, fica evidente que o corporativismo de alguns petistas já superam sua fidelidade ao Governo Dilma.
Dilma nunca foi muito feliz na articulação política. Além de não gostar do meio de campo da micropolítica, escolheu assessores que também não foram muito bem-sucedidos nessa tarefa, com raros momentos de interregnos durante o seu primeiro governo. Neste segundo mandato, Dilma ainda não teve a menor tranquilidade. Voando solto como um rouxinol no Planalto, o ministro da Casa Civil, Aloízio Mercadante, assumiu, de fato, o papel de articulador político do Governo. Uma de suas estratégias foi apear do Planalto todos os antigos colaboradores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que nunca suportou a desfeita. Dizem que pedia sua cabeça a Dilma insistentemente.
Dilma não entregou, mas, a rigor, afastou seu super-ministro do conselho de articulação política, delegando a ele a tarefa de acompanhar os projetos prioritários do Governo. Vaidoso como ele, deve estar uma arara. As peças do tabuleiro político do Planalto passaram a ser mexida ao sabor das vicissitudes políticas enfrentadas, o que indica uma presidente bastante fragilizada, refém das circunstâncias políticas adversas, vítima dos seus achacadores. E isso não é nada bom.
Embora educação tenha sido tratada pela coalizão petista como uma área estratégica - onde se pode contabilizar avanços significativos nos últimos governos - os arranjos celebrados na escalação do ministério indicavam algo contraditório, a começar pela nomeação de Cid Gomes para aquela pasta. Nem tanto pelo nome me si, mas, sobretudo, pelo que viria depois, com o anúncio de cortes de verbas e os problemas que se sucederam, colocando o slogan de "Brasil: Pátria Educadora" sob judice.
Os arranjos para a ocupação dos cargos da pasta na gestão(?) Cid Gomes já sinalizavam para um privilegiamento de nomes ligados aos reformadores empresariais da educação. Gente demasiadamente ligada à chamada indústria da educação estavam sendo nomeados para postos-chaves, como o INEP e a Secretaria de Educação Básica, responsável, entre outras coisas, pelo currículo da educação básica. Um deles teria sido orientador de um mestrado profissional da ex-secretária de educação do Governo Cid, no Ceará. Os atores políticos são fundamentais para observamos a tendência de uma gestão.
É neste particular que observo com muita reservas as especulações em torno do nome de Gabriel Chalita para aquela pasta, como resultados dos novos arranjos políticos celebrados em Brasília. Essa nomeação, certamente, representará um ponto de inflexão do Governo Dilma Rousseff. Aqui, a porca torce rabo. Vamos saber para onde este governo caminha, se no sentido de continuar permitindo as conquistas sociais do andar de baixo ou transformar aquela pasta numa grande orgia de caráter fisiologista, comandada pelo "acochadinho". Sob a influência do PMDB, todos sabem sabem o que pode ocorrer naquele Ministério.
Se confirmada a indicação de Gabriel Chalita para o cargo, certamente Dilma, momentaneamente, pode aplacar a ira dos seus achacadores, principalmente a turma do PMDB. Por outro lado, também é certo que queimará ainda mais seu filme junto aos setores mais progressistas da sociedade brasileira, aqueles que, por enquanto, ainda estão dispostos a ir às ruas para exigir o respeito às regras do jogo democrático. Grande dilema, doutora.
Nenhum comentário:
Postar um comentário