Não se constitui novidade para ninguém os problemas enfrentados pelo Governo Dilma Rousseff na articulação política. O caso é tão grave que Dilma não consegue uma coordenação que envolva, tão somente, a fidelidade e o compromisso da sua base aliada. Em seu pronunciamento da na tumultuada sessão da Câmara Federal, o ex-ministro da Educação, Cid Gomes, chegou a lembrar uma máxima engraçada, sugerindo que os infiéis deixassem de achacar o Governo e largassem o osso. Oposição é oposição, situação e situação. A rigor, a articulação política da presidente Dilma Rousseff sempre foi muito ruim, com raríssimos lampejos de lucidez, que proporcionaram raros momentos de tranquilidade à presidente. Dilma não gosta do meio-de-campo da micropolítica e delegou essa tarefa a assessores que também não foram bem-sucedidos. O último a cair é o também ex-ministro da educação, Aloísio Mercadante. Mercadante anda arestado com muita gente do próprio PT, a começar pelo morubixaba Luiz Inácio Lula da Silva, que teria feito gestões junto a Dilma para substitui-lo. Prestigiado e com trânsito livre no Planalto, matreiramente, Aloísio Mercadante tomou algumas medidas maquiavélicas, apeando antigos auxiliares de Lula e tornando-se um dos poucos interlocutores com acesso direto à presidente Dilma. Muito bobinho o menino. Esse escudo estava afundando Dilma na articulação política. Desta vez o problema ainda era mais grave, se considerarmos as dificuldades inerentes em outras áreas, como a economia. Aloísio não perde o cargo, mas fica de fora do conselho político e, portanto, das articulações. Diante das circunstâncias políticas desfavoráveis, finalmente, Dilma parece ter resolvido ouvir Lula, que estava com o prestígio mais baixo de que poleiro de pato neste segundo mandato da presidente. Especula-se que o nome do ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, poderia assumir o papel de articulador político do Planalto. Num outro lance curioso deste xadrez político, outra pedra a ser mexida pode ser a de Gabriel Chalita, que pode vir a ser indicado para a pasta da educação. Do ponto de vista das expectativas das forças progressistas, seria um desastre. Do ponto de vista da realpolitik, infelizmente, pode ser um nome com bom trânsito entre os tucanos e conta com o aval do vice-presidente, Michel Temer, que anda meio amuado com o Planalto. Seria uma forma de fazê-lo voltar a comandar a tropa de fisiologistas da legenda, ou, mais precisamente, satisfazer o apetite da legenda, o que poderia significar um momento de trégua.
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