Recentemente, o ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco, prestou um longo depoimento na Câmara dos Deputados, precisamente numa comissão criada para investigar as denúncias de desvios de recursos públicos na estatal. Instigado pelos deputados de oposição, em certo momento de sua fala, insinuou que havia repassado recursos oriundo de propinas de empreiteiras para o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Um outro delator, Paulo Roberto Costa, antes, já havia descido aos detalhes do enredo, inclusive informando o nome do hotel onde o tesoureiro encontrava-se com os operadores do esquema. À época, Vaccari não negou os encontros, mas disse que eram encontros sociais. Não vejo muita razão para acreditar que Barusco esteja mentindo. Até recentemente, foram repatriados de suas contas no exterior, aproximadamente algo em torno de R$ 160 milhões de reais. Barusco fala de R$ 300 milhões como quem estivesse fazendo as continhas das despesas com o churrasco no final de semana. Pouco provável que esteja mentindo. Passaria em qualquer detector de mentiras. O PT, naturalmente, esperneou e ameaçou processar Barusco. Hoje, no entanto, diante do pandemônio em que está se transformando o caldeirão politico de Brasília, seus dirigentes já recomendam o afastamento dele do cargo, torcendo que vá para bem longe. De preferência numa cidadezinha do interior mineiro, longe dos holofotes. Cid Gomes, o Ministro da Educação, é outro que passou a ser ameaçado pela guilhotina do Planalto. Sua indicação sempre levantou muitas controvérsias, mas, nos bastidores sabe-se que atendia às conveniências políticas para tentar salvar o segundo mandato de Dilma. Um lance de pragmatismo e nada mais. Em certos aspectos, confesso que o Cid até tem nos surpreendido. Na defesa intransigente do Governo Dilma, por exemplo. Parece assumir a condição de um homem da Casa Civil ou da Articulação Política. Mas, dadas as contingências, parece que falou demais. Ao se referir aos parlamentares informou que a Câmara dos Deputados teria, pelo menos, uns 300 achacadores. A turma não gostou, ameaçou processá-lo, e o PT parece disposto a pedir sua cabeça a presidente Dilma Rousseff. Nas coxias, comenta-se que até Lula teria entrado no circuito. Seria uma forma de fazer uma concessão - mais uma - aos seus algozes. Estamos vivendo, de fato, um ambiente político muito turno. Agora talvez fique mais simples entender porque o economista Marcelo Neri foi afastado da Secretaria de Assuntos Estratégicos. Estratégico para o PT, hoje, seria salvar o pescoço. É tempo de murici, moçada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário