A partir dessa postagem, estaremos publicando no blog uma série de comentários acerca do que estamos chamando de "efeito coxinhas", ou seja, uma análise das repercussões - no Governo e na Oposição - das manifestações do último dia 15, que reuniu dois milhões de pessoas em todo o país, pedindo, entre outras coisas, o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Dilma Rousseff, de fato, enfrenta um problema de turbulência no início do seu segundo mandato. A economia não vai bem; a política está paralisada; o escândalo de corrupção na Petrobras se avoluma e complica-se a cada dia. Por outro lado, não há como envolver Dilma nessas falcatruas. Hoje, pela manhã, lembrei a um cidadão que se apresentou como Pedro, em comentário a um artigo nosso publicado no Blog de Jamildo Melo, que Dilma, de fato, tem as mãos limpas. Ainda na condição de ministra de Lula, já comprava brigas feias no Governo em torno dos famigerados "aditivos" que, além de representar um mecanismo de desvios de verbas públicas, atrasavam investimentos públicos fundamentais para a população. Até mesmo obras como a transposição das águas do Rio São Francisco foram atingidas por esse expediente. Esse parece ser o mesmo raciocínio da turma do STF, que não deram a mínima por um pedido de investigação da presidente protocolado pelo PPS, através do Deputado Raul Jungmann. O açodamento foi tão grande que esqueceram de assinar a petição. Mas, se assinassem, a postura de Teori não seria outra. Há uma turma ensandecida pedindo a cabeça da presidente, mas não há argumento para isso. Durante as manifestações do último dia 15, havia muitas faixas pedindo a volta dos militares, numa clara demonstração de desrespeito ao Estado Democrático de Direito. Eu não sei se chamo isso de burrice ou falta de responsabilidade, uma vez os padrões de conscientização política observados eram extremamente precários. Penso tratar-se de pessoas que não dimensionam corretamente o que isso representou para o país. O que precisamos e lutar diuturnamente para fortalecer nossas instituições democráticas, deixando um legado de consolidação democrática para os nossos filhos. Deveríamos, isso sim, ampliar as conquistas sociais obtidas nos últimos anos, permitindo a diminuição do hiato politico entre democracia política e econômica. Fotos tiradas das manifestações na Bahia, por exemplo, parece mostrar um país de 500 anos atrás, evidenciando a necessidade de ampliar as pontes entre o andar de cima e o andar de baixo. Enquanto os coxinhas brancos ( e amarelos) desfilavam tranquilamente, os negros observavam nas arquibancadas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário