pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: Como diria o diplomata, o Brasil não é um país sério.
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sexta-feira, 22 de abril de 2016

Editorial: Como diria o diplomata, o Brasil não é um país sério.




Para nós já não se constitui nenhuma surpresa qualquer informação a respeito do senhor Michel Temer. É o tipo da coisa que, quanto mais se mexe, mas aquele odor característico torna-se mais evidente. Dilma Rousseff se declarou surpresa com as suas atitudes, que, na condição de vice, tudo parece indicar que tramou o tempo todo contra ela. E é verdade, senhora Dilma Rousseff. Mesmo na condição de articulador político do seu Governo, na realidade, segundo soube, ele já articulava sua derrubada. 

O golpe institucional urdido contra a presidente Dilma Rousseff está repercutindo muito mal no exterior. No dia de ontem, prestamos algumas informações a um correspondente estrangeiro que passou a nos acompanhar pelo microblog Twitter. A percepção de uma "marmelada" cometida contra uma presidente legitimamente eleita pelas urnas, sem um crime de responsabilidade configurado, hoje, parece ser o consenso de órgãos influentes da imprensa internacional, como o The New York Times, The Guardian, El País e até o insuspeito semanário The Economist, uma espécie de bíblia do conservadorismo britânico. 

Como já seria previsível, a The Economist tece algumas críticas à condução da política econômica do Governo Dilma Rousseff, mas, daí, a endossar aquele processo de impeachment profundamente frágil - na ausência de adjetivos mais contundentes - vai uma longa distância. Os golpistas e seus operadores passaram a ficar bastante preocupados com a imagem do Brasil no exterior, sobretudo em razão da leitura do que ocorreu no dia 17 último. O vice Michel Temer advoga a necessidade de "desfazer" essa imagem negativa. É muito complicado levar este país a sério porque o cara monta uma tecitura dessas e ainda acredita que isso possa contar com o aval da comunidade internacional mais consequente.

O dia 17 de Abril poderá passar para a história como o dia da palhaçada que poderá produzir as trevas. Apesar da repercussão profundamente negativa em alguns segmentos sociais, pelas redes sociais já é possível observar a foto de Bolsonaro acompanhado alguns perfis. Depois de suas infelizes declarações na Câmara dos Deputados, durante o seu voto no processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, a página do coronel Brilhante Ustra, na rede Facebook, alcançou milhares de novas curtidas, num indicativo perigoso de que o ovo da serpente está no ponto de eclodir. 

Há de se fazer uma média, aqui, com os cientistas políticos que afirmam ser bastante frágil a nossa democracia. O nosso sistema político é qualquer coisa de folclórico, sem o demérito desse adjetivo. As razões apresentadas pelos parlamentares para justificarem os seus votos durante o processo de impeachment dão a dimensão do que estamos afirmando. Aqui e ali, credita-se alguma esperança numa dessas instituições dos três poderes, mas é justamente o STF que está criticando, através dos seus membros, a fala da presidente Dilma Rousseff, em Nova York, ao denunciar o golpe do qual foi vítima no dia 17 de abril. A cidadã sofre um golpe de Estado e agora tentam impor a ela uma espécie de censura. Pode?


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