Através da edição de hoje de um determinado jornal, o aumento da violência no Estado ganhou repercussão nacional. O senhor Alessandro Carvalho, Secretário de Defesa Social, foi ouvido durante a matéria, apontando que os índices de desemprego podem estar contribuindo para a elevação das estatísticas de violência. Fico muito preocupado quando uma autoridade pública estabelece essa relação tão orgânica entre causa e efeito. Lembro que, quando a economia da região Nordeste ia muito bem, o aumento da violência na região dava-se, entre outros motivos, pelo PIB que circulava na região, favorecendo os "negócios" ilícitos. Pelo menos no que concerne ao Pacto pela Vida, dois aspectos precisam entrar nessa discussão.
Já faz algum tempo que o PPV está enfrentado alguns problemas, a despeito do esforço das autoridades para colocá-lo nos trilhos novamente. Entre a morte do ex-governador Eduardo Campos e os primeiros meses da gestão do senhor Paulo Câmara, ocorreu aí um hiato, uma solução de continuidade extremamente danosa para os resultados que o PPV vinha obtendo no enfrentamento do problema da violência no Estado. É como se houvesse um "relaxamento" dos atores diretamente envolvidos com o assunto, aliado às dificuldades de financiamento da própria máquina pública. O déficit de pessoal já era observado há algum tempo e, apenas recentemente, é que o Governo do Estado anunciou um concurso público para as polícias Civil e Militar.
Um outro aspecto a ser observado - este de caráter metodológico - diz respeito aos critérios adotados para "mensurar" esses índices, apenas se concentrando naqueles crimes que atentam contra a vida. O que vem ocorrendo mais recentemente, sobretudo em regiões do interior do Estado, é uma espécie de cangaceirismo moderno, com bandoleiros muito bem-armados espalhando o terror por onde passam. Essas "ações espetaculares", pelos efeitos psicológicos e midiáticos que produzem, são capazes de jogar para baixo qualquer política de segurança pública. Os assaltos a coletivos também estão se tornando frequentes. Quem lida com este assunto sabe que ele indica que alguma coisa não anda muito bem na área de segurança. Trata-se de um "indicador" emblemático. Não sei, por exemplo, qual o "status" que este delito ocupa nos levantamentos das estatísticas do PPV.
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