pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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terça-feira, 23 de setembro de 2025

Editorial: Depois de alguns erros de avaliação, Tarcísio de Freitas se concentra em seu reduto.


O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas(Republicanos-SP) cometeu alguns equívocos graves de posicionamento nos últimos meses. Esses erros de avaliação podem ser determinante para sepultar alguns projetos políticos, mesmo quando o sujeito já havia sido "verificado". Isso não quer dizer ainda que ele não possa voltar à cena e habilitar-se a um projeto presidencial, em 2026, mas, em princípio, ele passou a se concentrar na miudeza, priorizando o pássaro na gaiola, que aqui pode ser traduzido como uma reeleição quase certa para continuar ocupando o Palácio dos Bandeirantes por mais 04 anos. Numa das últimas mobilizações da direita, Tarcísio jogou todas as suas fichas numa perspectiva de surgir como aquele político que substituiria o ex-presidente Jair Bolsonaro, não tendo nenhum pudor em se colocar contra o sistema, defendendo fervorosamente o Projeto de Anistia aos envolvidos na tentativa de golpe de Estado. 

Esta foi a linha que ele ousou cruzar e que talvez, até em razão das mobilizações populares do último domingo, tenha-o  conduzido  a uma reflexão mais consistente sobre o assunto. Estamos diante de um bom parâmetro: as ruas, conforme advertia o velho e saudoso Ulisses Guimarães. Nã0 se pode minimizar, no entanto, os arranjos conservadores para 2026, onde ele figura como uma persona que atende e incorpora  uma série de pré-requisitos, inclusive contando com o beneplácito duas  eminências pardas da política nacional, o ex-presidente Michel Temer e o Presidente Nacional do PSD, Gilberto Kassab, costura que acena para o seu nome já desde as últimas eleições municipais em São Paulo. 

Outro fator determinante para esse recolhimento aos aposentos está relacionado às dificuldades de se construir algum consenso dentro dos grupos de direita no país, principalmente aquele que circula no entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro. Mesmo sensivelmente fragilizado, inelegível, doente e condenado, o clã-Bolsonaro não admite discussões em torno de um herdeiro do seu capital político. A luta da família ainda está centrada no propósito de reabilitá-lo politicamente para as eleições presidenciais de 2026. 


Charge! Kleber Sales via Correio Braziliense

 


segunda-feira, 22 de setembro de 2025

Editorial: PEC da Blindagem: Por que a população está insatisfeita?

 


A Proposta de Emenda Constitucional conhecida como PEC da Blindagem vem despertando fortes críticas em diferentes setores da sociedade. A população tem manifestado insatisfação ao perceber que o projeto, em vez de garantir transparência e fortalecimento democrático, pode abrir caminho para privilégios políticos e a redução da fiscalização sobre autoridades. Muitos entendem que, ao invés de proteger o interesse público, a medida fortalece a impunidade e distancia os representantes de seus eleitores. E isso é a mais pura verdade, sobretudo quando consideramos as fragilidades já inerentes do nosso sistema político, repleto de jeitinhos e maneirismos conhecidos. 

O sentimento de indignação se reflete nas redes sociais, em manifestações populares e em declarações de especialistas que denunciam o risco de retrocessos institucionais. Para a opinião pública, a PEC simboliza um afastamento da ética na política e da responsabilidade com os recursos públicos. A blindagem de parlamentares e autoridades, se aprovada, poderia comprometer a confiança nas instituições e aumentar a descrença na Justiça. Esse cenário de insatisfação mostra que a população está cada vez mais atenta e crítica às decisões políticas. 

O debate sobre a PEC da Blindagem reforça a necessidade de um Estado comprometido com a moralidade, a transparência e o combate à corrupção. Caso contrário, a aprovação desse tipo de proposta pode intensificar a crise de representatividade e agravar o distanciamento entre sociedade e classe política. Um bom exemplo dos desmandos produzidos pelos afrouxamentos das regras de controle e fiscalização dos atos dos homens públicos é a pilha de emendas parlamentares retidas no STF em razão dos graves indícios de irregularidades que a Polícia Federal está apurando, por determinação do Ministro Flávio Dino. 

Editorial: Com as baterias recarregadas, Cícero retorna à capital para definir seu rumo político.

Crédito da Foto: ClickPB


O prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, retornou à capital, depois de uma peregrinação por Santiago de Compostela. Antes de sua partido, pediu desfiliação do PP, partido pelo qual foi eleito em 2020 e 2024. Cícero é candidatíssimo ao Governo do Estado, em 2026, mas especula-se bastante sobre o conjunto de forças que poderão ancorar esse seu projeto. Cícero transita por todas as tribos políticas do estado. Praticamente não possui arestas irreconciliáveis com nenhum grupo político, mas, nesses momentos, as vaidades pessoais costumam superar os arranjos políticos. Há uma profusão de nomes de candidatos à cadeira do Palácio Redenção. Cícero ficou bastante insatisfeito como o seu partido, o PP, teria administrado essas articulações junto ao governador João Azevedo, que já bateu o martelo sobre o nome do vice, Lucas Ribeiro(PP-PB), que deverá disputar o governo pelo grupo político do governador, inclusive com o apoio do PT. 

Difícil fazer aqui alguma previsão sobre o partido ao qual Cícero pretende filiar-se, uma vez que os partidos mais prováveis acenam com candidatura própria ao Palácio Redenção. Não deixa de ser curioso, no entanto, ele ter assegurado o apoio ao nome de João Azevedo(PSB-PB), que concorre ao Senado Federal. Andou circulando no meio político local dados de uma pesquisa que apontam o ex-governador e ex-senador Cássio Cunha Lima, como bem-posicionado na disputa local por uma vaga ao Senado Federal. Cássio hoje cuida de afazeres menos espinhosos, mas já disse que estaria disposto a voltar à cena para ajudar o filho, Pedro Cunha Lima(PSD-PB), que pretende disputar o Governo do Estado. 

Por uma questão de coerência, muitos assessores de Cícero Lucena na Prefeitura de João Pessoa, ligados ao PP, deixaram os seus cargos. Houve uma espécie de desembarque. Outros, no entanto, aguardam a portaria no Diário Oficial, que talvez nem saia, uma vez que, sobretudo depois de Santiago, o prefeito está menos propenso às retaliações. Cícero deve abrir um canal de diálogo com o MDB, de Veneziano Vital, o PSD, da família Cunha Lima, e, quem sabe, até com Efraim de Moraes, do União Brasil, que já definiu sua pré-candidatura ao Palácio Redenção. Como essas coisas da política são complicadas. O PP e o União Brasil formaram uma federação, a União Progressista. Em tese, há dois candidatos da federação ao Governo do Estado.  

Editorial: Flopou ou não flopou? Não flopou!


Há sempre uma guerra de narrativas quando ocorrem manifestações de rua no país, sejam aquelas ensejadas pela direita, seja aquelas ensejadas pela esquerda. A esquerda manteve a hegemonia das ruas durante décadas no país, mas, principalmente a partir de 2013, começou a perder terreno, no bojo das mobilizações que começaram com um simples protesto me razão do aumento do bilhete de passagem do transporte coletivo. O jogo se manteve assim durante um bom tempo, com avenidas, praças e praias conhecidas enfeitadas de verde e amarelo, as cores adotadas pelo bolsonarismo. Ontem, 21, no entanto, o cenário começou a mudar. Convocadas para protestar contra a PEC da Blindagem e contra o PL da Anistia, as manifestações organizadas por partidos, artistas e movimentos de esquerda conseguiram mobilizar uma quantidade expressiva de pessoas  neste domingo. 

É preciso analisar, neste caso, aqueles ingredientes a mais - e não estamos aqui falando de Gil, Paulinho da Viola, Caetano Veloso ou Chico Buarque - que possam ter suscitado na população o desejo de se posicionarem contra algumas dessas excrescências ou propostas indecentes que estão circulando nos corredores da capital federal, traduzidas por seus articuladores como um movimento de pacificação do país. Em si, a pacificação é bem-vinda. O país não suporta tanta indisposição entre os Três Poderes da República, uma tendência que parece recrudescer cada vez mais. Possivelmente, no entanto, o caminho não seria dando tapinhas nas costas de golpistas ou abrindo as porteiras para as farras de ilicitudes, algo que já ocorre sob vigilância ostensiva. Imaginem os senhores uma licenciosidade generalizada. 

Já existe um sentimento de arrependimento entre os políticos que votaram a favor da PEC da Blindagem na Câmara dos Deputados. A tendência é que tal PEC não seja referendada quando apreciada pelo Senado Federal. O senador Alessandro Vieira(MDB-SE), relator da mesma, já antecipou que se posicionará contrário à sua aprovação, o que não se constitui nenhuma surpresa quando consideramos a sua agenda de atuação como homem público. Alessandro Vieira foi delegado de polícia e deve saber muito bem o que significa para os mal- intencionados essas brechas ou afrouxamentos da legislação. Se os gatunos do erário já agem à revelia da lei, imaginem diante dessas licenciosidades. 

domingo, 21 de setembro de 2025

Editorial: Lula na ONU

 


A mais recente visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Organização das Nações Unidas (ONU) ocorre em um contexto de crescente desgaste diplomático entre o Brasil e um dos seus principais parceiros internacionais, os Estados Unidos. O discurso de Lula buscará projetar uma imagem de liderança global, defendendo temas como a sustentabilidade, a democracia e a redução das desigualdades. No entanto, a recepção será marcada por sinais de distanciamento, revelando que a sintonia entre os dois países já não é a mesma faz algum tempo. O Governo Americano impôs limites de deslocamentos ao Ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Diante das circunstâncias adversas, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, optou por não acompanhar a comitiva brasileira, a pretexto de se empenhar na aprovação da isenção do IR para quem ganha até cinco mil reais. 

Especialistas avaliam que as divergências recentes em áreas como política externa, comércio internacional e questões ambientais têm dificultado o alinhamento diplomático. Embora Lula tenha reiterado a importância do diálogo multilateral, a postura crítica em relação a algumas potências pode ter contribuído para o aumento da tensão. O cenário indica que, apesar dos esforços de aproximação, há uma percepção mútua de desconfiança que compromete avanços mais consistentes. Na realidade, a tendência é de um recrudescimento desse distanciamento, na medida em que o Governo Lula 3 demonstra independência, como o fez recentemente o próprio presidente, em artigo publicado no jornal The New York Times. 

Nesse contexto, a presença de Lula na ONU não apenas reforça sua tentativa de reposicionar o Brasil no cenário global, mas também expõe os desafios de manter relações equilibradas diante de interesses conflitantes. O futuro do relacionamento entre os dois países dependerá da capacidade de ambos em encontrar pontos de convergência e de superar as barreiras criadas por questões ideológicas e estratégicas. O que ocorrerá na ONU é, portanto, um reflexo claro do atual momento de desgaste político-diplomático entre os dois países. 



Editorial: Os movimentos de João Campos.

 



A campanha eleitoral de 2026 já está definitivamente nas ruas. Na semana passada, o prefeito do Recife, João Campos, esteve num périplo por cidades da região do Agreste, inclusive tomando o café da manhã com políticos na terra da governadora Raquel Lyra, Caruaru. Nessas cidades, o prefeito esteve acompanhado dos eventuais candidatos ao Senado Federal em sua chapa, o ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho(UB-PE), e o Ministro dos Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho(Republicanos-PE). Para minimizar as especulações em torno da composição da chapa, João esteve acompanhado do senador Humberto Costa(PT-PE) inaugurando obras no Recife. Na condição de presidente nacional do PSB, o prefeito João Campos já declarou que irá orientar a bancada de senadores do partido a votarem contra a PEC da Blindagem, possivelmente algo que deixou de ser enfatizado em relação à votação na Câmara dos Deputados, onde o seu irmão, Pedro Campos(PSB-PE), teria votado a favor da PEC. 

Outro dia um articulista de política estava lembrando a alegoria do cobertor curto para enfatizar que, no afã de cumprir agendas no interior do estado, com base em seu projeto para as eleições de 2026, o prefeito pudesse estar esquecendo os problemas da cidade do Recife. Na verdade, ao escolher Victor Marques como vice - alguém que conhece bem o azeite da máquina do Palácio Capibaribe - João já teria tomado as precauções neste sentido. Em todo caso, o olho do dono é quem engorda a novilha. Embora a premissa possa não ser a mais feliz num contexto republicano - onde ele não é o dono de nada - preocupações desta natureza talvez se apliquem aos governantes de turno. 

O arranjo com o grupo Coelho, principalmente depois das últimas rusgas entre a União Progressista e o Palácio do Planalto, tornam-se cada vez mais complicadas. João vem cumprindo o compromisso de empoderar Miguel Coelho, mas tanto aqui como alhures já existe uma definição que indica a impossibilidade de a União Progressista apoiar o projeto de reeleição de Lula, em 2026. Aqui, o grupo que controla a Federação, liderado pelo deputado federal Eduardo da Fonte, está cada vez mais próximo do Palácio do Campo das Princesas. 

Charge! Renato Aroeira via Brasil 247

 


Editorial: Senador Alessandro Vieira será o relator da PEC da Blindagem.


O Senador Alessandro Vieira, do MDB de Sergipe, será o relator da famigerada PEC da Blindagem na CCJ do Senado Federal. Ex-Delegado da Polícia Civil do seu estado, Alessandro Vieira é um desses homens públicos que honram o seu mandato. Já antecipou que irá propor a rejeição da PEC. Há uma grande insatisfação da população com essas manobras ardilosas de alguns parlamentares que tentam, na realidade, a impunidade para as suas práticas ilícitas com recursos do erário. Esse pessoal deve satisfação aos seus eleitores - cujos impostos pagam seus salários e financiam a atuação deles no parlamento - e, de maneira nenhuma, podem criar expedientes que impeçam a fiscalização e controle de suas ações pela sociedade. 

Na realidade, a PEC da Blindagem é apenas uma dessas excrescências. Existem outras duas, a exemplo do Orçamento Secreto e do PL da Anistia, que hoje se tenta aplainar para esta tal de dosimetria. Hoje, 21, estão sendo programadas mobilizações populares por todo o Brasil contra o PL da Anistia e a PEC da Blindagem. Em algumas praças, a exemplo de Copacabana, com a presença de artistas consagrados, a exemplo de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Chico Buarque de Holanda. Amanhã, dia, 22, provavelmente teremos uma batalha campal sobre o flopou ou não flopou pelas redes sociais, envolvendo as torcidas organizadas do petismo e do bolsonarismo. Mas vamos em frente. Faz parte do jogo político. 

Amanhã, a partir das 16h:00, a CPMI do INSS retoma os seus trabalhos que, dependendo da programação, pode entrar pela madrugada, algo que já se tornou rotina. A população acompanha com muita atenção esta CPMI, que vem sendo muito conduzida pelo presidente, o senador Carlos Viana, do Podemos de Minas Gerais, e pelo deputado alagoano, Alfredo Gastar, do União Brasil, na relatoria. Muito satisfeito com a condução dos trabalhos, sobretudo em razão do foco e dos objetivos das investigações, independentemente das colorações ideológicas. Na última reunião travou-se um entrevero com o relator em relação ao Seguro Defeso, mas, sinceramente, as coisas aparecem tão cabeludas por aqui que já recomendariam uma outra CPMI.  

sábado, 20 de setembro de 2025

Editorial: Temer, Aécio e Paulinho. O grande encontro de pacificação?


Em política, a gente precisa ficar muito atento às movimentações dos atores. Um cochilo ou deslize aqui pode determinar uma oportunidade perdida, uma chance desperdiçada. Mesmo sabendo das resistência do Executivo e do Judiciário, o Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, sugere-se que resolveu fazer alguns afagos na barulhenta Oposição. O ex-presidente Michel Temer, hoje um dos atores políticos mais poderosos do país, reuniu-se recentemente com os deputados federais Aécio Neves(PSDB-MG) e Paulinho da Força(Solidariedade-SP). No cardápio do encontro, uma discussão sobre o polêmico PL da Anistia, que pode ser transformado no PL da Dosimetria. 

As articulações já estariam costuradas junto ao STF, instância de poder onde as interlocuções de Michel Temer estão azeitadas, assim como junto ao Executivo, que já sinalou que está disposto a discutir não uma anistia ampla, geral e irrestrita, mas as penas aplicadas aos envolvidos. Exceto, talvez, ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Sinceramente? Não confiamos que algo de minimamente positivo possa sair deste encontro, amplamente rejeitado pela direita, que disse que não está disposta a discutir o que quer que seja que não preveja o liberou geral. Estamos aqui diante de um grande impasse, uma vez a proposta original não tem a menor chance de viabilizar-se, seja pela contraposição do Executivo, seja pela resistência do STF, que já declarou que a proposta é inconstitucional. 

Há uma enorme imprevisibilidade no cenário político brasileiro e isso não recomenda muito bem. Autoridades públicas brasileiras estão tendo dificuldades de serem recebidas em solo americano para tratarem de assuntos institucionais, numa evidência de profundo desgaste diplomático entre os dois países. O que se sugere como previsível mesmo é o esgarçamento do desgaste nos padrões de relações entre os Três Poderes da República. 

Editorial: Mobilizações nacionais contra a PEC da Blindagem.



A PEC da Blindagem é mais uma dessas excrescências que circulam livremente pelos corredores da capital federal, causando indignações apenas entre homens públicos honrados e junto à população, que financia o sistema político com seus impostos e daria a esses representantes, consoante o que está sendo proposto, um salvo conduto para agirem livremente e não serem alcançados pelas malhas da Justiça, uma vez que seus pares é que autorizariam as investigações. Supõe-se - apenas supõe-se? - que os critérios corporativos devam prevalecer sobre os republicanos. Grupos políticos, movimentos sociais e entidades ligadas aos setores mais progressistas devem se mobilizar neste final de semana, em todo o país, para organizarem um grande protesto contra a PEC da Blindagem. 

No Recife a concentração está agendada para a Rua da Aurora - mais recifense das ruas do Recife, segundo o antropólogo Gilberto Freyre, uma vez que completamente banhada pelo Capibaribe - nas imediações do tradicional Ginásio Pernambucano. No Rio de Janeiro, artistas como Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil já confirmaram a presença. A esquerda, geralmente, encontra-se num estágio de dificuldade de reunir um número expressivo de pessoas nessas mobilizações. Sabe-se lá se com a presença desses artistas isso possa mudar. Os observadores da extrema direita, no entanto, estão de olho, já com postagens prontas para divulgarem nas redes sociais. Aliás, essas polêmicas independem de uma avaliação mais criteriosa sobre a presença de público, uma vez que é conduzida por questões ideológicas. Afinal, flopou ou não flopou? 

Essa discussão remente, igualmente, às métricas confiáveis. A da USP interessa aos esquerdistas, mas é abominada pela direita, que prefere outras referências, como as mensurações conduzidas pela Polícia Militar. Na outra margem do rio, por onda passam as movimentações política, um encontro inusitado - e esquisito, pois não se sabe exatamente a finalidade que está por trás - entre Aécio de Oliveira, Michel Temer e Paulinho da Força. Já estão denominando o PL da Anistia de PL da dosimetria, algo que eles sugerem que possa pacificar o país. O que vai pacificar o país, na realidade, é uma blindagem segura contra as investidas de novas tentativas de golpes de Estado. Quem atentou contra as nossas instituições democráticas precisa ser punido, na forma da lei, conforme prevê a Constituição Federal. 

Charge! Renato Aroeira via Brasil 247

 


sexta-feira, 19 de setembro de 2025

Editorial: União Brasil desembarca do Governo Lula



Esta decisão já havia sido tomada desde o momento em que o União Brasil e o Progressistas decidiram formalizar a Federação União Progressista. O plano das intenções é uma coisa, mas, concretamente, o apego às benesses e à capilaridade política proporcionada pelo exercício do cargo colocaram muitos atores em dúvida sobre o assunto, a exemplo do Ministro do Turismo, Celso Sabino, que hoje, 19, manteve um diálogo com o presidente Lula tratando deste assunto espinhoso. A relação esfriou de vez nas últimas 24 horas, depois que saiu pela imprensa informações sobre investigações da Polícia Federal envolvendo o presidente da federação, Antonio Rueda, que considerou que as informações faz parte de um plano de desgaste de sua imagem, algo urdido, possivelmente, por seus adversários políticos. 

Nos velhos tempos, convém sempre ressaltar, a lealdade do presidente do União Brasil ao Governo Lula 3. Este fato era enaltecido pelos próprio núcleo duro do Planalto. São as contingências políticas impostas pela nova Federação, mas, mesmo antes disso, o União Brasil já se mostrava bastante infiel ao Governo. Era o partido mais infiel da chamada base aliada. É sempre bom considerar o que ocorre na capital federal e observar como isso se reflete entre os entes federados. É um bom indicador para considerarmos a aderência desses movimentos ou tendências. Na Paraíba, por exemplo, um dos atores mais representativos do União Brasil, o senador Efraim de Moares, desembarcou, fez uma aliança com o PL, e recomendou aos seus aliados que deixassem seus cargos. Foi coerente. 

A solução para Celso Sabino é entregar o cargo e se manter na federação ou deixar a legenda, acomodando-se numa outra legenda. A solução para o Planalto, por outro lado, é encontrar uma solução caseira, ou seja, entre os fiéis aliados de longas datas. Em princípio, nada mudou no cenário de alianças políticas mesmo diante do estancamento da sangria da impopularidade de Lula, que deve concorrer a mais um mandato. Lula, inclusive, tem liderado o pelotão de pretendentes ao Planalto mesmo navegando nessas águas turvas. 

Charge! Kleber Alves via Correio Braziliense.

 


Charge! Gazo via blog da AFTM.

 


Editorial: Uma agenda política indigesta.


O Secretário de Segurança Pública de São Paulo, o capitão Guilherme Derrite, afirma não haver dúvidas sobre a participação do crime organizado na morte do ex-Delegado-Geral da Polícia Civil do Estado, Ruiz Ferraz Fontes, ocorrido recentemente na cidade de Praia Grande, onde exercia o cargo de secretário na prefeitura local. Resta agora prender os implicados no assassinato, assim como esclarecer as motivações, uma vez que o delegado mantinha rixa antiga com o PCC, quando ainda estava na ativa, em razão de iniciativas que desagravam bastante suas lideranças. Medidas adotadas na Prefeitura de Praia Grande, por outro lado, estão sendo avaliadas também como eventual motivação do crime. 

Em ambos os casos, conforme conclui Derrite, não há dúvidas de que o crime organizado está por trás do crime. A morte do ex-Delegado-Geral da Polícia Civil do Estado é mais uma evidência do poder e dos tentáculos do crime organizado hoje no Estado brasileiro. Difícil dizer qual instância republicana ainda não foi contaminado pela presença do crime organizado. Executivo, Legislativo e Judiciário. Essa PEC da blindagem bem que poderia ser denominar de PEC da bandidagem, uma vez, já contaminado, o Poder Legislativo escancara as porteiras para atuação de agentes comprometidos com os interesses do submundo nas Casas Legislativas. Sabe-se que eles financiam campanhas; integram agremiações partidárias; preparam atores para assumirem funções nessas Casas, seja no âmbito municipal, estadual ou federal. 

No Executivo, em todos os níveis, eles atuam não com CPF, mas com CNPJ, com empresas constituídas, participando de licitações públicas. É possível que a "terceirização" tenha sido o grande portal de entrada, em transações nebulosas com os entes públicos, conforme demonstrou a operação "Overclean" da Polícia Federal. Em alguns entes federados, os serviços de internet já estão sob o controle desses grupos, que encontraram ali mais uma fonte de negócios lucrativos. No outro quadrante, amplas mobilizações de parlamentares de direita no sentido de aprovar o PL da Anistia, outra grande excrescência, que permitiria um salvo condutos para atitudes ilícitas e uma espécie de licenciosidade golpista, estimulando novas iniciativas deste gênero no país. Realmente, uma agenda política indigesta, como se não fosse suficiente as emendas parlamentares travadas no STF em razão de fortes indícios de irregularidades. Aliás, esse tal de orçamento secreto encaixa-se perfeitamente nesta agenda.

quinta-feira, 18 de setembro de 2025

Editorial: Advogado Nelson Wilians na CPMI do INSS.


Estamos acompanhando os trabalhos da CPMI do INSS, que hoje, 18, ouve o advogado Nelson Wilians, alvo recente da segunda fase da Operação Sem Desconto, desencadeada pela Polícia Federal. Os ânimos estão acirrados entre Oposição e Governo, algo que já seria previsto desde o início. O fato alvissareiro é a mudança de entendimento de ministros do STF no que concerne às audiências de convocados, que agora podem usar de suas prerrogativas constitucionais de se manterem em silêncio, mas não podem deixar de comparecer quando convocados. Isso faz uma mudança substantiva, uma vez que, mesmo calados, se existem indícios de ilícitos isso é externado durante a fala do relator e dos demais membros da comissão, cujas assessorias estão trabalhando e produzindo seus relatórios internos.   

Compete aos ouvintes tirarem as suas conclusões, como as ligações perigosas apontadas pelo relator, o deputado alagoano Alfredo Gaspar. Nelson Wilians fez uma preleção sobre a sua trajetória profissional, começando por baixo, estudando bastante e se tornando um dos maiores advogados do Brasil. Vamos deixar aos investigadores da Policia Federal chegarem às suas conclusões sobre os investigados, mas, em princípio, há suspeitas de relações de caráter não necessariamente republicanas entre o advogado e o senhor Maurício Camisotti. O problema seria essa relação com Maurício Camisotti, uma vez que, como ele alegou repetidas vezes, não conhece Antonio Carlos Camilo Antunes, o "Careca do INSS". 

Com a prerrogativa de se manter em silêncio, Nelson Wilians deixou de responder às perguntas cruciais do relator Alfredo Gaspar que, mais uma vez, soube conduzir com competência seu interrogatório. Se respondidas, tais questões poderiam ajudar bastante nos trabalhos. Voltamos a enaltecer o trabalho desenvolvido pela CPMI do INSS, principalmente nos seus propósitos de desvendar este esquema nebuloso que fraudou milhões de aposentados e aposentadas por todo o país, permitindo as orgias consumistas de alguns espertalhões.  

quarta-feira, 17 de setembro de 2025

Editorial: Os índices de popularidade de Lula pararam de crescer?


Existem alguma variáveis consistentes no que concerne aos fatores que podem estar determinando a recuperação da popularidade do Governo Lula 3, a exemplo da queda dos preços nas gôndolas dos supermercados, assim como o aumento dos índices de empregos formais. A variável do "soberanês, no entanto, é organicamente frágil, pois, a depender da reação dos Estados Unidos, aguardada para os próximos dias, pode se criar uma situação onde defender tal tese pode começar a produzir efeitos contrários ao que se pretende - ou se obtém - até este momento. Os dados da pesquisa do Instituto Quaest\Genial, publicados no dia de hoje, 17, indicam, na realidade, que tudo continua como antes no quartel de Abrantes, ou seja, se, por um lado, pode-se concluir que o presidente parou de crescer, por outro lado, não dá para afirmar, com todas as convicções, que a próxima pesquisa já apontaria que ele estaria em queda livre, perdendo alguns pontinhos que poderão fazer falta em 2026. 

Ademais, temos apenas a pesquisa do Quaest relacionada a esses índices, quando existem outros institutos que continuam monitorando os sinais vitais da popularidade do presidente Lula. É cedo, portanto, para as comemorações dos opositores, que já festejam a eventual estagnação desses números favoráveis ao Governo. Vamos aguardar um pouco mais para tirarmos alguma conclusão neste sentido. É tal da série histórica, companheiro. Lula ainda pode fechar a boca do jacaré até 2026, ou seja, seus índices de aprovação podem superar os de desaprovação, embora o caldo esteja entornando em regiões onde o petista sempre ostentou grande popularidade, a exemplo da região Nordeste, onde os índices de violência estão impraticáveis. 

No dia de ontem, estávamos lendo uma grande reportagem sobre uma suposta queima de fogos em uma determinada região da Bahia. Todos os moradores de algumas cidades confirmaram este episódio. Era uma das facções do crime organizado comemorando o controle de áreas tomadas de facções rivais. No Ceará, o problema se agrava a cada dia. Circula pelas redes sociais o desabafo de um produtor de cocos afirmando que existe um suposto acordo entre as facções que atuam no estado em relação ao comércio de cocos verde na praia. Eles fornecem os cocos aos barraqueiros da orla.  

Editorial: PEC da blindagem é aprovada.

Charge de Kleber Alves, via Correio Braziliense


A PEC da blindagem foi aprovada. Ela assegura prerrogativas aos parlamentares maiores do que as já previstas na Constituição de 1988. A PEC da blindagem é mais um daqueles resultados danosos produzidos pelas relações cada vez mais difíceis entre os Três Poderes da República. Esse pacote de indisposições, infelizmente, apenas contribui para deteriorar uma série de expedientes que já não passam pelo crivo da população há algum tempo, como, por exemplo, a proposta de ampliação do números de parlamentares, uma excrescência solenemente rejeitada pela população. Comenta-se que o PL da Anistia será apreciado e discutido, assim como haveria uma manobra para poupar das penalidades da perda de mandato aquele deputado que atua diretamente dos Estados Unidos. 

Na condição de líder, ao que se especula, suas faltas seriam abonadas. Manobras e tecituras não são necessariamente uma novidade por ali. Hoje, uma das páginas conhecidas sobre a política nacional especula que alguns acordos costurados com o Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, em Brasília, teria a ver com os arranjos políticos que se passam na Paraíba, onde o deputado deseja o apoio do presidente Lula para seu apadrinhado ao Senado Federal. O curioso é que Lula deverá quebrar acordos que já estariam em andamento, como o apoio ao nome de João Azevedo(PSB-PB) e a renovação do mandato de Veneziano Vital do Rêgo(MDB-PB). João Azevedo seria um marinheiro de primeira viagem na Casa Alta, mas Veneziano Vital do Rêgo, tem uma larga folha de serviços prestados ao Governo Lula. Hugo Motta desejaria eleger o seu pai, Nabor Wanderley, hoje prefeito de Patos.  

O Presidente da Comissão Mista que investiga a roubalheira no INSS, o senador Carlos Viana(Podemos-MG), ficou profundamente aborrecido com a decisão do Ministro do Supremo Tribunal Federal, André Mendonça, que facultou a inda do "Careca do INSS" àquela Comissão, audiência que estava prevista para a segunda-feira, infelizmente adiada. Como uma decisão de uma única pessoa, sem voto, pode se sobrepor às decisões de um colegiado eleito pela população? Questiona Carlos Viana. Sinceramente? Também gostaríamos de ouvir o senhor Antonio Carlos Camilo Antunes. 

terça-feira, 16 de setembro de 2025

Editorial: O tarifaço que colocou Lula novamente no jogo.



O Governo dos Estados Unidos faz questão de anunciar que serão adotadas novas medidas contra o Brasil, após o desfecho do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. Por enquanto, Lula surfa nas ondas favoráveis do enfrentamento do tarifaço e da bandeira da soberania, ora defendida em artigos assinados em jornais americanos, ora em campanhas de publicidade institucional maciças, veiculadas pela televisão. São campanhas simples, sem grandes apelos midiáticos, protagonizadas por gente do povão, mas é tudo o que o Governo Lula 3 precisa para melhorar seus índices de popularidade. A correlação de forças entre os Estados Unidos e o Brasil é bastante desigual e, numa situação como esta, convém ficar atento às consequências. O sujeito pode não aguentar o tranco. (Ou seria o Trump?). 

Mesmo com os recursos liberados para se contrapor aos efeitos do tarifaço imposto pelos Estados Unidos; abertura de negociações comerciais ampliadas junto aos companheiros do  BRICS; fala-se em problemas específicos junto àqueles setores que continuam enfrentando dificuldades com seus produtos de exportações para o Tio Sam. De todo modo, como bem observou o ex-presidente Michel Temer - possivelmente nenhum pouco satisfeito com esta situação - o tarifaço colocou Lula no jogo político novamente. Ainda estamos tratando aqui de um processo lento, mas constante, o que sugere motivos para as comemorações no Planalto. Sabe-se lá por enquanto tempo, uma vez que novas imposições de sanções poderão afetar negativamente a nossa economia, produzindo complicadores de médio prazo, justamente no momento em que Lula talvez já esteja nos palanques pedindo votos para a sua reeleição. 

Sidônio Palmeira, que até então quebrava a cabeça para encontrar aquela peça que pudesse tirar o petista das cordas, de onde menos esperava-se, surgiu o mote do soberanês, o dialeto do petista para 2026. Sempre atento aos movimentos da política nacional, o ex-presidente Michel Temer acredita que a viabilidade de um projeto de anistia apenas seria possível a partir de um acordo entre os poderes Legislativo e Judiciário, o que, convenhamos, esta cada vez mais distante.  

segunda-feira, 15 de setembro de 2025

Editorial: Lula no New York Times.


Repercute bastante o artigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, publicado na edição de domingo, 14, do jornal americano The New York Times. Curiosamente, um grande jornal brasileiro, identificado com a chamada grande mídia conservadora, resolveu antecipar-se a uma eventual reposta do governo americano e, traz, nesta segunda-feira, um artigo em contraposição aos avanços obtidas pela gestão do petista, como, por exemplo, a ampliação da oferta de empregos formais, dentro daqueles espírito de má vontade já conhecido. Sabe-se que Lula está cutucando o diabo com vara curta, assim como o seu amigo venezuelano, Nicolás Maduro. Uma das premissas básicas que devem ser observadas numa querela é a correlação de forças. Se o indivíduo não tem isso claro, a batalha já pode estar perdida. 

No artigo, entre outras coisas, o presidente Lula discorda da posição americana sobre o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, assim como enfatiza que a soberania nacional é inegociável. Estamos vivendo um momento de verdadeira caça às bruxas, algo que talvez se aproximasse, no passado, ao Macarthismo. Eles estão sempre bem-informados sobre aqueles cidadãos que se colocam contra os interesses americanos no mundo, aplicando as sanções inerentes, como a perda de visto, como ocorreu com o médico pernambucano, Ricardo Jorge Vasconcelos, que chegou a comemorar a morte do ativista ultradireitista Charlie Kirk. No Brasil, o historiador Eduardo Bueno, mais conhecido como Peninha, teve seus shows cancelados pela PUC Rio, e a entidade que patrocina o seu podcast já informou que suspendeu o contrato. Tudo em razão de suas colocações acerca do mesmo incidente envolvendo a  morte de Kirk. 

À boca miúda -  para não cancelarem o visto de mais pessoas -  - um colega professor nos relatou durante um curso no período da pandemia que um conhecido cineasta inglês, muito identificado com o Estudos Cultuais e com os movimentos progressistas, chegou a comemorar a morte de Margaret Theatcher num pub. Hoje, ele seria submetido ao crivo das autoridades diplomáticas. Um dos grandes problemas relacionados a essas vulnerabilidades é o surgimento dos "guardas da esquina". Neste fim de semana, alguém filmou um brasileiro, identificado com posições de esquerda, fazendo compras num shopping americano. De pronto, enviou as filmagens para as autoridades americanas.  

Charge! Thiago Lucas via Jornal do Commércio.

 


domingo, 14 de setembro de 2025

Editorial: João Azevedo, o pêndulo político paraibano.



Somente depois da volta de uma peregrinação por Santiago de Compostela, o prefeito Cícero Lucena deve definir a sua próxima agremiação política e, consequentemente, aliar-se ao conjunto de correligionários com quem deseja disputar o assento no Palácio Redenção, nas eleições de 2026. Cícero rompeu com o PP, o seu partido, depois de divergências em relação ao apoio da legenda ao seu projeto político. O PP deve disputar o Governo do Estado com o apoio do governador João Azevedo, que já afirmou que o nome do grupo para a sua sucessão é o de Lucas Ribeiro(PP-PB). Mesmo rompido com o PP, no entanto, já antecipou que o seu candidato ao Senado Federal pelo estado é João Azevedo. O arco de forças políticas que dá sustentação ao Governo João Azevedo no estado é bastante amplo e sugere-se, em princípio, que João não enfrenta as mesmas dores de cabeça de Lula no Palácio do Planalto com a sua base aliada. É candidato ao Senado Federal pelo PSB, mas referenda o nome de Lucas Ribeiro, do PP, para sucedê-lo. 

Ontem, 13, João Azevedo, acompanhado de Lucas Ribeiro, prestigiou a posse da deputada estadual Cida Ramos(PT-PB) na direção estadual do Partido dos Trabalhadores. Eleito e reeleito governador, com chances de fazer o sucessor e ser eleito para o Senado Federal, João se tornou uma referência ou um pêndulo político que demarca as movimentações políticas no estado, seja a favor, seja como oposição, como já ocorre com o senador Efraim de Mores, do União Brasil, que já lançou sua pré-candidatura ao Governo do Estado, assim como das famílias Vital do Rego e Cássio Cunha Lima, que se movimentam no tabuleiro político local, procurando um melhor posicionamento. 

Em momento anterior, Cida Ramos levantou a hipótese de o PT no estado postular uma candidatura própria, uma vez que já reuniria a expertise política e administrativa para tanto. O mais provável, no entanto, é que a legenda endosse o projeto de João Azevedo, principalmente em razão da importância que as eleições ao Senado Federal assume neste momento, onde é crucial que as forças do campo progressistas reúnam as condições de travar a batalha pela democracia na Casa Alta.  

sábado, 13 de setembro de 2025

Editorial: Engenho Corredor será tombado como Patrimônio Histórico Nacional.



O Engenho Corredor já é tombado como patrimônio material pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico da Paraíba. Na próxima semana, uma comissão deliberativa do IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - deverá torná-lo patrimônio histórico nacional. É uma pena que os engenhos da família do escritor paraibano tenha esperado por tantos anos por alguma iniciativa do poder público no que concerne à sua preservação. Em relação ao Engenho Itapuá, de tanto valor histórico quanto o Corredor, encontra-se em ruínas, numa condição que não pode ser mais restaurado. Por pouco o Engenho Corredor teria o mesmo destino, em razão das disputas familiares com o poder público. 

Embora criado no Corredor, José Lins gostava bastante de alguns atrativos do Itapuá. Inclusive, já com uma certa idade, depois de consagrado nacionalmente como escritor, suas férias eram passadas no Itapuá. Antes de morrer, já bastante doente, ele ainda prometera aos amigos uma última viagem ao Itapuá, que acabou não ocorrendo. Salvo melhor juízo, quando fez uma viagem da saudade com o amigo pernambucano, Gilberto Freyre, as referências ao Itapuá seriam mais recorrentes do que às relativas ao Engenho Corredor. Amigo recente de Gilberto, que acabara de regressar de uma temporada de estudos nos Estados Unidos e na Europa, José Lins temia decepcioná-lo, o que acabou não ocorrendo. Gilberto ficou maravilhado com aquele universo, o que não se traduz em nenhuma surpresa. 

Tombado, o Engenho Corredor é aberto à visitação pública, levando estudantes de escolas públicas e particulares às suas dependências, onde se pode observar a casa grande e alguns utensílios que ainda restaram da casa de máquina. As marcas do cacete do Coronel Bubu do Corredor ainda se encontram no piso do alpendre da casa grande, assim como o buraco na porta, por onde o menino de engenho espiava as tias trocarem de roupa. No romance Menino de Engenho, o coronel Bubu assume o nome de coronel Zé Paulino, de autoridade inquestionável, como convinha aos chefes de famílias patriarcais à época. 

Esta notícia deve fazer o antropólogo Gilberto Freyre se revirar na tumba, mas é de alegria. Nas décadas de 30\4o do século passado, quando começaram as primeiras iniciativas no sentido de preservar o patrimônio histórico nacional, Gilberto Freyre ficou com a incumbência de apontar aqueles sítios históricos que, segundo ele, deveriam serem preservados no Nordeste. Seus críticos apontam que todas as edificações apontadas pelo sociólogo diziam respeito ao patrimônio material relacionado à aristocracia açucareira da região, que ele considerava os mais relevantes não apenas para o Nordeste, mas para o Brasil, posto que berço da nossa civilização. 

Editorial: O "Careca" na CPMI do INSS

Crédito da Foto: Jornal Grande Bahia


Ele não gosta de ser chamado de "Careca do INSS", mas, a esta altura do campeonato, a sua banca de advogados deve estar mais preocupada em mover ações para relaxar a sua prisão, fato que ocorreu no dia de ontem, 12, em mais uma fase da operação Sem Desconto, da Polícia Federal. Antonio Carlos Camilo Antunes tinha audiência marcada para a próxima segunda-feira, 15, no curso dos trabalhos da CPMI do INSS. Mesmo diante dos novos fatos, o Presidente da Comissão, o senador Carlos Viana, confirmou que a agenda está mantida, informando que a advocacia do Senado Federal já pediu a autorização ao Ministro André Mendonça, do STF, para ouvi-lo. André Fernandes autorizou a sua prisão, atendendo a um pedido da Polícia Federal e, em certa medida, da própria CPMI, que solicitou a prisão preventiva de 21 envolvidos nas fraudes do INSS. 

Em tese não haverá problemas em obter tal liberação junto ao STF, mas a situação é bastante complicada, uma vez que ele deve se recusar a responder às perguntas que forem formuladas pelo relator, assim como pelos demais membros daquela comissão. À medida em que a Policia Federal aprofunda as investigações, entende-se melhor o descalabro que representou este escândalo de desvios irregulares dos proventos de aposentados dentro daquela autarquia. Até o nome de milhares de crianças deficientes, possivelmente beneficiárias de algum programa, foram utilizados, de forma abjeta, para o auferimento de vantagens indevidas da quadrilha que meteu a mão no bolso dos vulneráveis, que nunca autorizaram tais descontos intermediados por associações. 

São mansões compradas a vista, coleção de carros de luxo, joias e até obras de arte, como quadros do pintor Di Cavalcanti, apreendidos na casa de um advogado considerado suspeito pelas investigações da Polícia Federal. Vamos aguardar o andamento das investigações. Uma pena que o Governo Lula 3 tenha optado, possivelmente antecipando-se aos danos produzidos, por ressarcir os pensionistas e aposentados com recursos do tesouro. Na verdade, era preciso aguardar um pouco mais, embora as ações estejam sendo encetadas, como as apreensões ocorridas no dia de ontem. A assessoria do advogado já informou à PF que as obras de Di Cavalcanti, avaliadas em milhões de reais, são originais. 

sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Editorial: Condenados.


O primeiro núcleo, também conhecido como núcleo "crucial" da trama golpista, integrado por militares e civis que estiveram no epicentro de mais uma tentativa de golpe de Estado no país, foi condenado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal. Apenas o ministro Luiz Fux, num voto técnico e jurídico impecável, registre-se, votou contra a condenação dos réus, sustentando sua posição com inúmeros argumentos, a começar pela questão do foro adequado, que seria, em princípio, um tribunal de primeira instância. Fux foi execrado e exaltado pelas redes sociais, o que não seria de se estranhar neste clima de acirramento político que estamos vivendo. Segundo alguém que avaliou essas métricas, os elogios foram maiores do que os desaforos. 

Independentemente das ideologias, porém, jamais poderíamos deixar de reconhecer a "qualidade" do seu voto, embasado tecnicamente, à luz da doutrina jurídica castiça. Ninguém dissecou o processo tão bem quanto ele, em algumas situações, cortando na pele, ao reconhecer eventuais equívocos, algo passível de ocorrência. Fux apenas encontrou elementos probatórios para a condenação específica do general Braga Netto e do ex-ajudente de ordens da Presidência da República, o tenente-coronel Mauro Cid, que deve cumprir pena de dois anos, já pediu baixa do Exército e, depois, segundo dizem, deve ir morar nos Estados Unidos. Na outra margem do rio, a nossa experiência democrática externa indícios de que estamos chegando à maturidade, quando se considera a variável da capacidade de resistir aos solavancos autoritários e punir os violadores dos seus princípios basilares ou fundamentais. 

Neste aspecto, um salto quântico, uma vez que, noutros tempos, quarteladas ou violações graves dos direitos humanos foram tratados com os famosos tapinhas nas costas. Temos ainda um longo caminho pela frente, de onde se questiona se teremos pernas parta tanto, uma vez que os valores e princípios democráticos devem ser incutidos na formação dos nossos militares. Um desses golpistas teria usado a expressão: democracia uma porra, numa demonstração clara de seu desprezo pelo ordenamento do estado democrático de direito. Resta saber o que ele aprendeu sobre democracia nos inúmeros anos de formação militar. Por falar nisto, algo que não entendemos muito bem, Fux fez algumas considerações acerca da avaliação de nossa democracia pelos organismos internacionais. 

Não entendemos qual foi a sua intenção naquela momento. Considerar que temos uma democracia consolidada e reforçar a tese que que não houve uma tentativa de golpe de Estado? A oposição agora concentra seus esforços - dentro e fora do país - no projeto de anistiar aqueles que tramaram contra as nossas instituições democráticas. Candidato de direita - ou seria de ultradireita? - antes moderado, agora veste o figurino do bolsonarismo mais radical. As duas condições externam que a nossa experiência democrática navega sobre águas turvas. Incompreensível um movimento tão intensivo - dentro e fora do parlamento - em favor da defesa da tese de anistia aos golpistas, assim como o fenômeno do surgimento de atores políticos com disposição de assumirem a condição de herdeiros legítimos dos violadores dos nossos princípios democráticos. 

Charge! Renato Aroeira via Brasil 247

 


Charge! Kleber Alves via Correio Braziliense.

 


quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Editorial: Fervura no caldeirão da política paraibana.



Pelo andar da carruagem política no estado da Paraíba, muita gente precisaria de uma peregrinação por Santigo de Compostela, a exemplo do que pretende fazer o prefeito da capital, Cícero Lucena, que acaba de deixar o PP e ainda não definiu o seu próximo rumo partidário. A perspectiva política de Cícero seria um aval da legenda para concorrer ao Palácio Redenção nas eleições de 2026, preferencialmente sob as bençãos do governador João Azevedo(PSB-PB), que já definiu que o candidato da base, obviamente, será Lucas Ribeiro(PP-PB). O movimento de Cícero Lucena produziu um verdadeiro tsunami na gestão municipal, onde o PP detinha diversos cargos na máquina. Alguns estão entregando esses cargos, outros aguardam a publicação da portaria no Diário Oficial. Talvez até nem desembarquem. Quem sabe sigam o prefeito rumo à nova filiação partidário. 

Com capital político em alta, Cícero não encontrará dificuldades em encontrar uma nova legenda, tampouco viabilizar sua candidatura ao Governo do Estado, desta vez em oposição ao atual governo. PSD e MDB são os eventuais espaços partidários onde ele pode se abrigar, construindo uma aliança em torno das famílias Vital do Rego e Cássio Cunha Lima. A acomodação no MDB torna-se mais simples, uma vez que a prioridade do partido é a reeleição do senador Veneziano Vital do Rego. Junto ao PSD há o problema da articulação de uma eventual pré-candidatura de Pedro Cunha Lima. Até o pai, Cássio Cunha Lima, já disse que estaria disposto a voltar a vida pública para ajudá-lo. 

Recentemente, o ex-governador Ricardo Coutinho, durante uma entrevista, afirma a convicção de que falta projetos aos três pré-candidatos que estão na disputa ao Palácio Redenção neste momento. Há também aqueles que acreditam, a exemplo de Adriano Galdino, que essas três pré-candidaturas não passam de balão de ensaios que esvaziam daqui a oito meses, abrindo-se espaço à postulação de outros nomes ao Governo do Estado, inclusive o dele, com o apoio do presidente Lula, já que os demais postulantes, em maior ou menor escala, são bolsonaristas. O mais interessante é que Galdino é filiado ao Republicanos. 

Charge! Dálcio Machado via Facebook.