“O PT perde as condições de
oferecer à Frente Popular, e ao Recife, um candidatura”. Esta é a constatação do
presidente estadual do PTB, senador Armando Monteiro, após os rumos que tomaram
as prévias no PT do Recife. Em entrevista a Geraldo Freire, na Rádio Jornal, o
senador afirmou que a crise no PT fortalece ainda mais a tese de candidatura
alternativa, defendida por partidos que compõem a Frente Popular de Pernambuco
(PTB, PDT, PP, PSC e PV).
Para Armando, sob a liderança do
governador Campos, a Frente tem agora a responsabilidade de construir as
condições para oferecer uma alternativa ao Recife. O líder trabalhista também
não vê mais condições políticas de João da Costa e Maurício Rands se colocarem
perante a Frente, por não terem sido capazes de construir uma unidade dentro do
próprio PT.
Leia entrevista abaixo:
Que condições terá o PT de
promover a harmonização da Frente?
Armando Monteiro –
“É lamentável
verificar que esta novela termina de forma tão traumática, ou seja, um partido
que expõe as suas fraturas, mas mais do que isto, um partido que não pode sequer
aceitar o resultado das prévias, judicializando o processo.
Pergunto: que condições terá o PT
de promover a harmonização interna? Então eu acho que há de se
lamentar tudo isto, mas a Frente Popular – e eu tenho dito sempre isto – é maior
do que o PT.
E se infelizmente o PT, apesar de
todas as oportunidades que foram oferecidas, não é capaz de se entender
minimamente, e mais do que isto, expor de maneira tão lamentável estas fraturas
internas, eu acho que agora a Frente Popular tem a obrigação de buscar
alternativas.
Veja que pra mim isto termina por
consagrar a tese da candidatura alternativa, ou seja, o PT perde as condições de
oferecer a toda a Frente Popular, e ao Recife, uma candidatura”.
Temos a responsabilidade de
apresentar uma candidatura alternativa
Armando Monteiro –
“Eu acho que
agora nós temos todos a responsabilidade, sobretudo o governador Eduardo Campos,
que é o líder maior desta aliança, de promover um esforço e construir as
condições para nós oferecermos uma alternativa à Frente Popular e ao
Recife.
Isto se impõe, e nós vamos
promover – eu digo nós, porque há um grupo de partidos que integram a Frente
Popular, e que defendem esta tese há muito tempo – um grande esforço para
construirmos isto. Porque eu acho que depois que tudo o que aconteceu, mais do
que nunca é necessário buscar esta alternativa”.
Costa e Rands perderam as
condições políticas
Armando Monteiro –
“Eu não quero
dizer que não aceito (a vitória de João da Costa), mas eu já havia dito que o
que justificava a tese da candidatura alternativa era a constatação de que o
prefeito João da Costa, independente de qualquer avaliação de ordem pessoal, não
tinha conseguido reunir as condições políticas para poder receber o apoio da
Frente. E por quê? Porque ele não tinha sequer o apoio de seu partido. E agora,
infelizmente estas prévias descambam para um processo amplo de contestação e de
impugnação do próprio partido. A legitimidade deste processo está questionada
pelo próprio partido.
Então eu acho que seja o prefeito
João da Costa, seja o próprio companheiro Maurício Rands, há claramente uma
percepção de que eles perdem as condições políticas de se colocar perante a
própria Frente. Se não foram capazes sequer de construir uma unidade, ou um
entendimento em seu partido, como é que poderão agora oferecer à frente a
confiança, a autoridade, e as condições de legitimidade para poderem representar
a própria Frente na sucessão do Recife?”
Crédito da foto: Alexandre
Albuquerque/divulgação
Nenhum comentário:
Postar um comentário