O livro “Memórias de Uma Guerra Suja”, dos jornalistas
Rogério Medeiros e Marcelo Netto, traz algumas revelações surpreendentes sobre
os bastidores da repressão aos militantes que pegaram em armas para
derrubar a Ditadura Militar instaurada no país após o golpe militar de 1964. Revela,
inclusive, alguns fatos que já se suspeitava, como a misteriosa morte do
delegado Sérgio Paranhos Fleury, um dos símbolos mais emblemáticos da
repressão. Nas versões oficiais, Fleury teria morrido afogado, após cair de um
iate, numa festinha, entre amigos. Agora as suspeitas vieram à tona. Na
realidade, Fleury teria sido assassinado como queima de arquivo. O
surpreendente, é que, como uma das fontes do jornalista, o ex-delegado do DOPS,
Cláudio Guerra, convertido em evangélico, já com 71 anos de idade - possivelmente para ir pro céu - revela que o
regime utilizava uma usina de açúcar, no interior paulista, como crematório dos
presos que morriam sob tortura. Vários insurgentes teriam sido cremados nesses
fornos, inclusive, David Capistrano e o pernambucano, Fernando Augusto de Santa
Cruz Oliveira. Nas imediações, haveria também uma casa, onde alguns corpos
estariam enterrados, mas, lamentavelmente, parece-nos que o destino de Fernando
teria sido mesmo o crematório clandestino, conforme afirma o ex-delegado.
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