Profissionais que são selecionadas dentro de um determinado contexto social, os policiais acabam refletindo, em suas ações, as mazelas dessa sociedade, hierarquizada, conservadora, machista, preconceituosa. Até bem pouco tempo, um Secretário de Defesa Social caiu em desgraça por emitir algumas declarações bastante infelizes. Assim como as mulheres seriam as culpadas por sofrerem agressões sexuais por andarem de roupas curtas- como evidenciou a pesquisa do IPEA - também as nossas adolescentes seriam culpadas pelos estupros sofridos, uma vez que sentiam verdadeiros fetiches por homens fardados. Os policiais agora estão dando uma de cientistas sociais e recorreram, justamente, àquele notório sociólogo do nobre e afrodisíaco bairro de Apipucos. Começaram mal ou não o interpretaram muito bem. Há muito tempo que a formação dos policiais no Estado, tanto na Polícia Militar quanto na Polícia Civil, envolve uma ampla discussão sobre o tema dos direitos humanos, o respeito à diversidade e atitudes não preconceituosas contra pobres, negros, homossexuais, mulheres etc. Mesmo assim, vamos encontrar situações como as relatadas pelas redes sociais, quando um policial militar foi flagrado esmurrando uma senhora num coletivo, uma situação que não pode ser generalizada, mas refletem, ainda, o despreparo de alguns policiais para o enfrentamento de determinadas situações cotidianas. Compete ao Estado tomar as medidas cabíveis em situações como essa e refletir sobre a necessidade de ampliar a carga horária de humanas nos cursos de formação de policiais.
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