O tema das contradições internas desse discurso de "Nova Política" de Eduardo Campos está se tornando muito recorrente. Para alguns eleitores, um tema já saturado. A sua condição de candidato presidencial, no entanto, impõe-nos o dever cívico de debatê-lo à exaustão. Eduardo continua um ilustre desconhecido para um percentual expressivo da população, principalmente das regiões Sul e Sudeste. Regiões onde ele precisaria crescer substantivamente para tornar-se um candidato competitivo. O Nordeste continua sendo o maior reduto dilmista. Mais do que em qualquer outra região, consolidou-se por aqui a ideia de continuidade. A imprensa do Sul e Sudeste continuam ávidas para conhecer esse moço de olhos verdes, filho do saudoso Dr. Arraes, que afirma, em tom de bravata, que irá varrer do mapa os velhos costumes da política brasileira. Ainda ontem, o Jornal Folha de São Paulo voltou a bater nessa tecla, apontando o apoio recebido por Eduardo de velhas raposas das oligarquias políticas pernambucanas, a exemplo de Severino Cavalcanti e Inocêncio Oliveira. O jornalista que fez a matéria conseguiu uma declaração do senhor Severino Cavalcanti que é uma verdadeira pérola sobre a opção do governador em favor do capital, em detrimento dos setores mais fragilizados da sociedade: "Arraes não tratava muito bem a classe produtora. Eduardo trata muito bem". É uma política arrojada de isenção de impostos para o grande capital, doação de prédios públicos,devastação ambiental etc. Lembra bem o professor Michel Zaidan, ao fazer referência numa análise da política econômica do Governo Estadual, o grande economista paraibano, Celso Furtado, que afirmava haver uma "socialização do prejuízo e privatização do lucro". Eduardo afasta-se completamente das teses nacionalistas e regionalistas do avô, Dr. Miguel Arraes, e aproxima-se perigosamente do alinhamento político-econômico dos governos do tucanato. É absolutamente necessário que o eleitor seja informado sobre isso. Pela imprensa pernambucana não adianta procurar informações. Aqui é só confetes. Quem não te conhece que te compre.
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