pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Tijolinho Real: Operação Lava Jato: Dois pesos e duas medidas.
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domingo, 19 de abril de 2015

Tijolinho Real: Operação Lava Jato: Dois pesos e duas medidas.





Não somos partidários de teorias conspiratórias, tampouco vamos de encontro as evidências. Penso ser um equívoco o PT continuar jurando inocência do seu tesoureiro, João Vaccari Neto, preso no processo da Operação Lava Jato. Há depoimentos robustos dos delatores no sentido de envolvê-lo nos malfeitos de arrecadação irregular de fundos para as campanhas eleitorais do partido. O Vaccari chegou em casa com a cueca suja de batom e está encrencado. Aliás, a observação não seria sequer pertinente, uma vez que há informações que dão conta de depósitos na conta bancária de sua esposa. Se for verdade, então, ela já conhecia as suas "escapadinhas". 

Muito pouco provável que esses delatores estejam mentindo, o que significaria incorrer em mais um ilícito. E a riqueza de detalhes é que impressiona. Um deles identificou até o hotel onde o agora ex-tesoureiro do partido se encontrava com os operadores do esquema. Vaccari não negou, mas disse que esses encontros eram encontros sociais. Imaginem. O juiz federal que está à frente do caso não deve ter se orientado apenas pelos depoimentos que, como afirmei, são robustos. Mas há também indícios de que uma gráfica era utilizada como fachada para essas operações irregulares. É preciso fazer uma leitura - sem emoções - sobre os procedimentos "regulares" de arrecadação de campanha. Neste caso em particular, quero crer que o tesoureiro talvez não tenha adotado um procedimento dos mais transparente e dentro do estrito regime legal. 

A princípio, o partido tentou defendê-lo, apresentando-o como mais um caso de um inocente acusado injustamente.  Depois, refez as contas e considerou prudente afastá-lo do cargo que ocupava na agremiação partidária, para evitar maiores desgastes. Se, por um lado isso é verdade, embora a justiça tenha a obrigação de julgar verdadeiros ou falsos os fatos envolvendo o ex-tesoureiro do PT, por outro lado, há um punhado de gente do bico fino envolvida e a justiça - com a palavra aquele juiz federal do Paraná - nos parece deliberadamente interessado em punir apenas os integrantes da agremiação petista. Na realidade, foram poucos os partidos que não estiveram envolvidos nos esquemas de corrupção e desvios de verbas públicas da estatal Petrobras. Naquela empresa, durante anos, funcionou um esquema muito bem lubrificado de desvios de recursos públicos, que envolvia funcionários, empreiteiras e partidos políticos. O prejuízo para a Viúva foi enorme. 

Há um desejo da população de que os culpados sejam punidos, mas há um sentimento - igualmente forte - de que o juiz Moro parece desrespeitar aqui alguns princípios bastante salutares, como a equidade no julgamento dos envolvidos. Um caso emblemático  é o do tesoureiro do PSDB, Rodrigo de Castro, tão encaracolado quanto Vaccari, mas que permanece livre e solto, como bem convém a um tucano nas matas do Cerrado. Parcela significativa dos formadores de opinião - até a Folha de São Paulo, imaginem - começam a questionar sua postura diante desse caso. Ou ele muda sensivelmente essa atitude ou corre o risco de perder alguns pontinhos  preciosos em termos de credibilidade. 

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