pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: UNESCO reprova o MEC, mas ainda é possível pedir revisão da nota.
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sexta-feira, 10 de abril de 2015

UNESCO reprova o MEC, mas ainda é possível pedir revisão da nota.

 
 

José Luiz Gomes Escreve:

A questão de como determinados canais de comunicação tratam algumas notícias é algo bastante preocupante.Digo isso a respeito da divulgação do último relatório da UNESCO sobre as 06 metas para a educação. Não se constituiria nenhuma novidade que a emissora do plim plim encontrasse aqui uma maneira de atacar o Governo da presidente Dilma Rousseff, informando que o Brasil "deixou de cumprir" 04 das metas estabelecidas por aquele órgão, numa evidente exploração de que fomos "reprovados". Não fizemos o dever de casa. Os órgãos de imprensa menos "carregados", por sua vez, enfatizam o fato de termos "cumpridos duas" das metas estabelecidas: a universalização do acesso à educação primária (1º ao 5º ano do ensino fundamental) e a igualdade de gênero. Não penso ver aqui algum problema neste segundo ponto. Está todo mundo junto e misturado. Todos os levantamentos sugerem concluir que as mulheres estão dando um banho nos homens quando o assunto é estudar. 

O Governo - e isso não é de hoje - contesta bastante os números apresentados pela UNESCO. Questiona a metodologia utilizada pelo órgão. Em momentos anteriores, já ocorreram intensos debates sobre essa metodologia. Salvo algum engano, então no IPEA, o economista Marcelo Neri  entrou na "briga", defendendo os avanços conquistados pelo Brasil nos últimos anos. Em alguns aspectos, de fato, o país avançou bastante, principalmente no ensino profissionalizante de jovens; no ingresso de alunos de estratos sociais fragilizados ao ensino superior. Incontestável isso. Segundo levantamento realizado por pesquisadores da Fundação Joaquim Nabuco sobre os egressos ao ensino superior no processo de interiorização das universidades públicas, para 83% deles os pais não possuíam formação superior. Como sempre afirmamos, uma verdadeira revolução. 

Mal senta na cadeira de Ministro da Educação e o filósofo Renato Janine Ribeiro já se depara com o relatório da UNESCO. Do ponto de vista estritamente republicano, penso ter sido um equívoco de Lula convocar Fernando Haddad para aquela aventura política na capital paulista. Ele vinha estruturando as políticas públicas de educação no país", atacando nossos pontos nevrálgicos, principalmente a questão da formação dos professores e o gargalo da qualidade(social) do ensino básico. Políticas de Estado, não apenas de uma coalizão de Governo. Se uma crítica pode ser feita, também ele, colocou como segundo plano o enfrentamento do alto índice de analfabetismo entre a  população adulta. No Brasil ainda há algo em torno de 13 milhões de analfabetos, 8,7% da população. Quando o senhor Fernando Freire assumiu a Fundação Joaquim Nabuco - e se discutia como a instituição iria se inserir no contexto das políticas públicas de educação do Ministério da Educação - escrevemos um e-mail para ele tratando deste assunto. 

O MEC já havia contratado doutores em educação em Brasília para atuarem na questão do analfabetismo aqui na região. Não sei de vocês sabem, mas o perfil do analfabeto brasileiro é: mulher, preta e nordestina. As regiões Norte e Nordeste concentram os maiores índices de analfabetos do país. Infelizmente, eles estão sendo esquecidos na formulação de políticas públicas para a área de educação. Ainda é cedo para saber como o professor Renato Janine Ribeiro​ irá tratar este assunto, mas nos parece tratar-se de uma pessoa com bastante sensibilidade para a questão.

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