Caiu o 'ibope' do Ibope
Há dois dias um dos assuntos mais comentados entre jornalistas paraibanos é o
episódio do Ibope (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística), que
foi flagrado aplicando questionários de pesquisa de intenção de voto em João
Pessoa, nos quais o nome da candidata Estela não aparecia.
Desde então, confesso, tenho pensado muito sobre o assunto. Como homem de comunicação, desde muito cedo aprendi a respeitar o nome do Ibope e, de certa forma, até temê-lo. Afinal, é o Ibope quem afere os níveis de audiência dos programas que apresento, tanto de rádio quanto de TV, garantindo a estes programas o primeiro lugar em audiência, consecutivamente.
Em períodos eleitorais, a pesquisa do Ibope é uma das mais esperadas, afinal o Instituto é o único que conseguiu entrar nos dicionários de língua portuguesa como sinônimo de pesquisa de opinião pública para medir preferências e orientar propaganda e venda e, como uma espécie de neologismo cujo significado é “prestígio”.
Acredito que, como eu, o povo pessoense – e paraibano – se sentiu imensamente desprestigiado pelo Ibope quando foi informado, por ocasião do flagrante erro gravíssimo cometido pelos entrevistadores, de que não era o Ibope quem estava coordenando a pesquisa aqui em João Pessoa, mas uma empresa terceirizada: a XT Comunicação, de Pernambuco.
Ou seja, João Pessoa, uma das cidades mais importantes do Nordeste e uma das 27 capitais brasileiras, não é merecedora da atenção do Ibope, que para cá terceiriza serviços de uma empresa absolutamente desconhecida e sem nenhuma referência que a qualifique para cumprir uma missão tão importante quanto a de aferir a tendência do eleitorado local.
Outro ponto que não pode ser omitido é o contratante do Ibope – e não da XT Comunicação – para fazer a tal pesquisa: o Sistema Paraíba de Comunicação, do qual faz parte a afiliada da Rede Globo na Paraíba, a TV Cabo Branco (Grupo São Braz).
Será que a empresa não sabia que o Ibope terceirizava os serviços e sequer se dava ao trabalho de conferir os questionários de pesquisa? Será que foi coincidência deixar de fora das cédulas o nome de Estela, candidata que tem a bênção do governador Ricardo Coutinho, que o Sistema Paraíba de Comunicação faz tanta questão de combater?
Se não sabia, cometeu um erro grave, uma vez que pagou por uma pesquisa Ibope, registrando-a como tal junto ao Tribunal Regional Eleitoral, e não verificou o que estava recebendo.
Se sabia, cometeu um erro gravíssimo, pois anuncia aos seus telespectadores a pesquisa do Ibope e não da XT Comunicação, que é quem de fato realizaria o levantamento.
Na Paraíba, quando o assunto é pesquisa de intenção de voto, o Ibope já não era lá tão bem quisto. Ainda está fresco na memória o que o Ibope fez em 2010, quando realizou pesquisa de boca de urna e fez um dos maiores apresentadores de TV do Brasil, Wiliam Bonner, passar um vexame em cadeia nacional, anunciando às 17h02 que na Paraíba não haveria segundo turno e que José Maranhão estaria eleito com 56% dos votos. Todo mundo sabe que houve segundo turno e que neste Ricardo Coutinho teve maior votação e se sagrou governador da Paraíba no segundo turno.
Acredito que Carlos Augusto Montenegro, presidente do Ibope, seja um homem sério e que não macularia a imagem de seu instituto em troca de vantagens, promovendo esse tipo de safadeza. Mas, o Ibope tem diretores, coordenadores e outras pessoas que podem, sim, usar o nome do instituto para prejudicar candidatos que são desafetos de seu contratante.
O pesquisador ouvido por ocasião do flagrante disse que é comum o Ibope terceirizar serviços em alguns estados. Pode até ser. Mas, me recuso a acreditar que o instituto não tenha critérios nessas terceirizações e se alie a uma empresa que não tem seque página na internet e da qual ninguém nunca ouviu falar.
Pessoas como o marqueteiro Jurandir Miranda, proprietário da Agência Mix, que fez campanhas eleitorais em Pernambuco, como a de Miguel Arraes, e Paulo André, secretário de comunicação de Pernambuco e ex-secretário de Comunicação de Recife, que são meus amigos, também nunca ouviram falar na XT Comunicação.
Estranho, né?
O caso ainda está sendo apurado pela Justiça Eleitoral, mas se sabe que das cédulas apreendidas, em pelo menos 10% não consta o nome da candidata Estela como uma das opções de voto do pessoense.
Já pensou o prejuízo irreparável que a candidata Estela teria se a fraude não tivesse sido descoberta a tempo e a tal pesquisa fosse amplamente divulgada pelos veículos de comunicação do Sistema Paraíba?
O Ibope precisa se explicar sobre o episódio. E, por respeito aos seus telespectadores, o senhor Eduardo Carlos, presidente do Sistema Paraíba de Comunicação, também deve a todos nós – eleitores – explicações sobre o assunto. Afinal, seja por omissão ou por conivência, o Sistema é tão responsável quanto o Ibope e a XT Comunicação, sua parceira nessa lambança.
Desde então, confesso, tenho pensado muito sobre o assunto. Como homem de comunicação, desde muito cedo aprendi a respeitar o nome do Ibope e, de certa forma, até temê-lo. Afinal, é o Ibope quem afere os níveis de audiência dos programas que apresento, tanto de rádio quanto de TV, garantindo a estes programas o primeiro lugar em audiência, consecutivamente.
Em períodos eleitorais, a pesquisa do Ibope é uma das mais esperadas, afinal o Instituto é o único que conseguiu entrar nos dicionários de língua portuguesa como sinônimo de pesquisa de opinião pública para medir preferências e orientar propaganda e venda e, como uma espécie de neologismo cujo significado é “prestígio”.
Acredito que, como eu, o povo pessoense – e paraibano – se sentiu imensamente desprestigiado pelo Ibope quando foi informado, por ocasião do flagrante erro gravíssimo cometido pelos entrevistadores, de que não era o Ibope quem estava coordenando a pesquisa aqui em João Pessoa, mas uma empresa terceirizada: a XT Comunicação, de Pernambuco.
Ou seja, João Pessoa, uma das cidades mais importantes do Nordeste e uma das 27 capitais brasileiras, não é merecedora da atenção do Ibope, que para cá terceiriza serviços de uma empresa absolutamente desconhecida e sem nenhuma referência que a qualifique para cumprir uma missão tão importante quanto a de aferir a tendência do eleitorado local.
Outro ponto que não pode ser omitido é o contratante do Ibope – e não da XT Comunicação – para fazer a tal pesquisa: o Sistema Paraíba de Comunicação, do qual faz parte a afiliada da Rede Globo na Paraíba, a TV Cabo Branco (Grupo São Braz).
Será que a empresa não sabia que o Ibope terceirizava os serviços e sequer se dava ao trabalho de conferir os questionários de pesquisa? Será que foi coincidência deixar de fora das cédulas o nome de Estela, candidata que tem a bênção do governador Ricardo Coutinho, que o Sistema Paraíba de Comunicação faz tanta questão de combater?
Se não sabia, cometeu um erro grave, uma vez que pagou por uma pesquisa Ibope, registrando-a como tal junto ao Tribunal Regional Eleitoral, e não verificou o que estava recebendo.
Se sabia, cometeu um erro gravíssimo, pois anuncia aos seus telespectadores a pesquisa do Ibope e não da XT Comunicação, que é quem de fato realizaria o levantamento.
Na Paraíba, quando o assunto é pesquisa de intenção de voto, o Ibope já não era lá tão bem quisto. Ainda está fresco na memória o que o Ibope fez em 2010, quando realizou pesquisa de boca de urna e fez um dos maiores apresentadores de TV do Brasil, Wiliam Bonner, passar um vexame em cadeia nacional, anunciando às 17h02 que na Paraíba não haveria segundo turno e que José Maranhão estaria eleito com 56% dos votos. Todo mundo sabe que houve segundo turno e que neste Ricardo Coutinho teve maior votação e se sagrou governador da Paraíba no segundo turno.
Acredito que Carlos Augusto Montenegro, presidente do Ibope, seja um homem sério e que não macularia a imagem de seu instituto em troca de vantagens, promovendo esse tipo de safadeza. Mas, o Ibope tem diretores, coordenadores e outras pessoas que podem, sim, usar o nome do instituto para prejudicar candidatos que são desafetos de seu contratante.
O pesquisador ouvido por ocasião do flagrante disse que é comum o Ibope terceirizar serviços em alguns estados. Pode até ser. Mas, me recuso a acreditar que o instituto não tenha critérios nessas terceirizações e se alie a uma empresa que não tem seque página na internet e da qual ninguém nunca ouviu falar.
Pessoas como o marqueteiro Jurandir Miranda, proprietário da Agência Mix, que fez campanhas eleitorais em Pernambuco, como a de Miguel Arraes, e Paulo André, secretário de comunicação de Pernambuco e ex-secretário de Comunicação de Recife, que são meus amigos, também nunca ouviram falar na XT Comunicação.
Estranho, né?
O caso ainda está sendo apurado pela Justiça Eleitoral, mas se sabe que das cédulas apreendidas, em pelo menos 10% não consta o nome da candidata Estela como uma das opções de voto do pessoense.
Já pensou o prejuízo irreparável que a candidata Estela teria se a fraude não tivesse sido descoberta a tempo e a tal pesquisa fosse amplamente divulgada pelos veículos de comunicação do Sistema Paraíba?
O Ibope precisa se explicar sobre o episódio. E, por respeito aos seus telespectadores, o senhor Eduardo Carlos, presidente do Sistema Paraíba de Comunicação, também deve a todos nós – eleitores – explicações sobre o assunto. Afinal, seja por omissão ou por conivência, o Sistema é tão responsável quanto o Ibope e a XT Comunicação, sua parceira nessa lambança.
Fonte: Fabiano Gomes, www.politicapb.com.br
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