A petista Marta Suplicy assumiu o Ministério da Cultura na manhã desta quinta-feira, 13, e prometeu deixar uma “marca cultural” no governo da presidente Dilma Rousseff. Durante a cerimônia, a ex-senadora procurou demonstrar sua experiência na área e se disse disposta a dialogar com todos os setores culturais. A petista assume após uma gestão conturbada de sua antecessora, a cantora Ana de Hollanda.
A mudança ocorre no mesmo momento em que Marta aceitou se engajar na campanha do petista Fernando Haddad na disputa pela Prefeitura de São Paulo. A ex-senadora havia desistido da sua pré-candidatura na capital por imposição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ela negou que a indicação ao ministério tivesse relação com as eleições municipais.
Em seu discurso na cerimônia de posse, a presidente Dilma procurou enfatizar a experiência de Marta na área cultural e afirmou ter certeza de que a ex-senadora vai “dar conta” do desafio. “Te disse [Marta]: Não peço só a Deus, peço a você, que coordene a área da cultura, trabalhe por ela e leve ela à frente.” Em 2013, o orçamento do ministério será 65% maior em relação ao deste ano.
Marta destacou projetos culturais que elaborou durante sua gestão como prefeita de São Paulo (2001 a 2004). Prometeu ainda tratar como prioridades o acesso à cultura e propostas que unam o setor à produção digital. “Como cultura é algo em permanente transformação, a internet também presta serviço quando ela permite questionar o que está cristalizado”, afirmou.
Incompreendida. Em sua despedida do cargo, a ex-ministra Ana de Hollanda disse ter sido incompreendida em alguns momentos de sua gestão. Assim que assumiu, em 2011, ela enfrentou a resistência de artistas e militantes da área cultural, que questionavam sua competência e decisões como a de frear a tramitação do projeto de reforma da lei de direitos autorais. “Me perguntam por que defendo tanto a criação. Se penso a criação, tenho que pensar em quem vive disso. Isso nem sempre foi bem compreendido”, afirmou.
A presidente Dilma também defendeu Ana de Hollanda: “Sei que nem sempre foi fácil. Essa experiência [de ocupar um cargo público] raramente é fácil. Mas agradeço de coração por sua lealdade, pela maneira histórica com que enfrentou as pressões, muitas vezes injustas e excessivas.”
A saída de Ana de Hollanda já era prevista, mas foi antecipada depois do vazamento de uma carta enviada por Ana ao Ministério do Planejamento, no último dia 27, em que cobrava mais recursos para a pasta. Ana de Hollanda é a 13ª ocupante da Esplanada a deixar o governo.
Nota do editor: Nem a própria Marta Suplicy sabe muito bem o que fará na área cultural. Sua nomeação para cargo atendeu, tão somente, a um rearranjo político, conforme já comentamos anteriormente. Nem mesmo como legisladora, Marta manifestou qualquer interesse pela condução das políticas públicas para o setor. Ontem, o jornalista Carlos Chagas, comentando o assunto, chegou a conclusão - correta - de que sua nomeação atende às articulações, já em jogo, visando as eleições majoritárias de 2014, para o Palácio Bandeirantes. Essa movimentação, inclusive, colocou Aloízio Mercadante com as barbas de molho. Marta já fez alguns comentários concluindo que essa união palaciana - Marta/Dilma/Lula - salva a candidatura de Fernando Haddad em São Paulo.
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