pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Uma nova visão para a Educação pernambucana.
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sábado, 8 de setembro de 2012

Uma nova visão para a Educação pernambucana.

                     
Uma nova visão para a Educação pernambucanaFoto: Makspogonii/Shutterstock

Professoras de universidades pernambucanas avaliam uma nova maneira de se trabalhar a educação dentro e fora da sala de aula; família também tem papel fundamental no processo de aprendizagem dos jovens

08 de Setembro de 2012 às 09:48
Leonardo Lucena_PE247 – “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”. Assim dizia o filósofo e educador pernambucano Paulo Freire (1921-1997). E, tendo como base a forma de lecionar, surgem questionamentos sobre a forma de construir um universo no qual o jovem possa desfrutar do aprendizado, de modo que perpetue este processo para o seu desenvolvimento psicológico e intelectual.
Segundo a professora de Pedagogia da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), Maria Helena da Rosa Carvalho, o docente é considerado, muitas vezes, o “vilão” do baixo desempenho dos alunos, servindo como uma espécie de “bode expiatório” do sistema educacional.
“É preciso considerar que professores e alunos não operam no vácuo. assumem papéis e estabelecem relações em contextos concretos, dentro dos limites postos pela forma de organização da escola e das determinações sociais mais amplas”, afirma.
É sabido que, dentre vários reflexos de uma educação ainda precária no país, a repetência é um deles. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2000, a taxa de repetência no Brasil foi de 14,8% no Ensino Fundamental I (EFI) e 15,2% no EFII. Dez anos depois, esse percentual abaixou para 8,3% e 12,6%, respectivamente.
No caso de Pernambuco, em 2000, a porcentagem neste quesito foi de 19,6% no EFI, caindo para 9,6% em 2010. Já no EFII, 22,9%, passando para 14,2% no ano retrasado. De todo modo, segundo a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), o Brasil como um todo precisa melhor consideravelmente suas taxas referentes à educação.
Paralelamente às discussões sobre a melhoria da qualidade do ensino, a tese de não reprovação começou a ganhar corpo no século 21. O Conselho Nacional de Educação (CNE) criou em 2010 o projeto Ciclo de Alfabetização e Letramento, através do qual os alunos dos três primeiros anos do Ensino Fundamental I (seis, sete e oito anos de idade) não reprovam, apenas tem de completar todo um processo de alfabetização até que a equipe pedagógica entenda que o estudante está apto a passar dessa etapa. Neste caso, trata-se de uma progressão continuada em que o estudante recebe atenção especial do(a) professor(a) para não desestimular o aluno a estudar.
“A organização da escola em ciclos contraria a lógica da escola seriada e excludente o que, por si só, já representa um avanço. No entanto, não basta eliminar a seriação e redefinir os tempos e espaços escolares. é preciso oferecer condições para o atendimento diferenciado, evitando o acúmulo das dificuldades o professor Luiz Carlos de Freitas (da Universidade de Campinas e autor de livro Ciclos, Seriação e Avaliação: confronto de lógicas) denomina de ‘eliminação adiada’”, explica Maria Helena.
Por sua vez, a professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Rosenilda Teles, chama a atenção para o fato de que outros fatores também devem ser analisados a fim de o aluno tenha um conhecimento mais sólido, como estrutura familiar e maior planejamento de aula por parte dos professores.
“A escola não pode assumir sozinha o papel de educar, é preciso contar com as parcerias das famílias. Quando estas não cumprem seu papel, dificulta o trabalho da escola, que, por vezes, gasta mais tempo lidando com questões pessoais dos alunos do que com o ensino de conteúdos específicos” avalia.
Para Rosenilda, a alta carga de trabalho dos magistérios também prejudica o aprendizado dos alunos. “Outro fator que interfere na qualidade são as condições de trabalho do professor. Para um bom ensino, é necessário planejamento. Na maioria das vezes o professor precisa vivenciar várias jornadas de trabalho num único dia, o que inviabiliza a organização, a contento, das suas aulas”, complementa.

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