A ausência do candidato Júnior Matuto no debate promovido
pela TV Nova Nordeste, ontem à noite, entre os postulantes à Prefeitura da
Cidade de Paulista, repercutiu muito mal. Não se trata do único debate onde o
candidato do PSB deixa de comparecer. Até recentemente, uma faculdade da cidade
promoveu um debate semelhante, onde também se observou a ausência do candidato,
que preferiu marcar presença numa festa em homenagem ao seu padrinho político e
atual prefeito, Ives Ribeiro. Na realidade, não sabemos nem se podemos afirmar
esse “grau de parentesco” entre ambos, uma vez que, segundo comenta-se, as
preferências de Ives não recaiam, necessariamente, sobre Júnior Matuto. O
Palácio do Campo das Princesas é que teria batido o martelo em torno do seu
nome, um grande aliado dos Arraes. Em todo caso, ambos pertencem ao mesmo PSB,
são arraesistas de carteirinha, embora as relações entre ambos, sobretudo no
que concerne ao andamento da campanha, não sejam assim tão harmoniosas. Ives,
depois de dois mandatos como prefeito do município, sofre da enfermidade
política mais comum nessas eleições, a “fadiga de material”. Isso teria levado
Matuto, segundo afirmam seus adversários, a escondê-lo da campanha e adotar um
discurso de “mudança e renovação”, afastando-se do seu “legado” que vem se
tornando pesado. Já comentamos aqui que Paulista, infelizmente, vive uma grande
crise de representatividade. Ontem, durante o debate, um dos candidatos
criticou bastante os aliados do outro lado, mas, na verdade, com raras
exceções, todos estão mal acompanhados. As especulações em torno da sua
ausência no debate são as mais diversas, como seria de se supor, nessas
circunstâncias. Como lidera as pesquisas, a possibilidade mais óbvia seria a de
uma ausência recomendada pelos seus coordenadores, evitando, assim, uma
exposição demasiada às críticas e cobranças dos seus concorrentes. Esse cálculo
precisa ser muito bem feito e duvidamos que em seu staff de campanha tenham
pessoal com essa capacidade de definir essa postura a partir de uma análise
consistente de algumas variáveis complexas. Seus adversários estão explorando
como podem o fato, pela rádio corredores, pelas redes sociais, enfim, em
diversas mídias. O candidato tem medo? Não tem um programa de Governo para o
Município? É despreparado e não reúne capacidade para debater os temas para a cidade? Então, como deseja ser prefeito? Enfim, essas são apenas algumas das
possibilidade levantadas pelas redes sociais. O tema virou piada no município.
Não vamos entrar no mérito das intrigas plantadas pelos adversários, mas,
fazendo uma análise de corte mais republicano é algo que se tem a lamentar o
fato de o candidato recusar-se a participar dos debates sobre a cidade. Antes de
qualquer coisa, trata-se de um desrespeito ao cidadão paulistense, que, pelo
menos em tese, deveria definir o seu voto consoante alguns critérios bem
definidos, entre os quais a transparência das propostas dos candidatos que desejam gerir o
município. As próximas rodadas de pesquisa serão elucidativas para checarmos os
danos que essa atitude pode ter trazido para a sua campanha. Vamos aguardar, mas de antemão podemos afirmar que o nosso município merecia coisa melhor.
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