Por Michel Zaidan, sociólogo
A ruidosa e midiática gestão do atual governador do estado de Pernambuco ficará conhecida na história por duas obras que, por si mesma, são bastante eloquente sobre o espírito público desse governante "soi de si" socialista. A construção da chamada "Arena Pernambuco" e o presídio particular de Itaquitinga, destinado a abrigar os detentos de Itamaracá.
Qualquer cidadão pernambucano menos desavisado pode ajuizar da relevância social (e o custo público) desses grandes empreendimentos.
Ambos foram financiados pelo Banco dos órfãos e desvalidos da República, também alcunhado de Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), através de um instrumento intitulado: Parceria Público-Privada (PPP), ou capitalismo sem risco, quer dizer, se o empreendimento não produzir o lucro esperado, o BNDES garante o retorno líquido e certo. Ambos são destinados a uma forma de gestão particular.
A Arena Pernambuco foi entregue ao Náutico Futebol Clube, que com os seus 3 mil torcedores, não obtém a renda necessária. Daí o governador ter obrigado os demais clubes de futebol (Santa Cruz e Sport) a fazerem pelos menos 2 ou três jogos na Arena, sob a ameaça de não serem contemplados com o programa da renúncia fiscal chamado "Todos pela Nota", mal denominado de "educação fiscal". O caso do presídio de Itaquetinga é mais emblemático do estilo de gestão do gestor estadual. Configura-se como uma transferência de responsabilidade, no que diz respeito à custódia e integridade física dos detentos, para a iniciativa privada, como aliás vem sendo feito com a saúde e a educação. Vai chegar o dia em que até a segurança pública e a cobrança de impostos serão terceirizadas no estado de Pernambuco. Prioridade mesmo é a eleição do governador à Presidência da República, objetivo a que tudo deve servir e ser subordinado.
Quando do início da primeira gestão estadual, o dirigente público fez uma reunião em sua ampla residência, no bairro de Dois Irmãos , para a qual convidou especialistas em política de segurança pública. Falou da situação das duas polícias, da dificuldade em encontrar um nome adequado para dirigi-las e apresentou, já naquela oportunidade, a ideia da privatização dos presídios, como solução do problema carcerário no estado. Certamente influenciado pelo modelo norteamericano, o governador ouviu as críticas de especialista ao modelo carcerário privado e foi aconselhado a transformar as delegacias da Polícia Civil em órgãos de prestação de serviço público à comunidade: e a desmilitarizar a polícia militar.
Infelizmente, essas e outras sugestões - apresentadas nesse encontro - foram jogadas na lata de lixo. E o gestor fez exatamente o contrário daquilo que ouviu ou fingiu que ouviu: vai privatizar o sistema carcerário, às custas do erário público, e a nossa gloriosa força policial foi transformada em mera força de repressão a cidadãos dignos e inocentes, pelo simples fato de protestarem contra a má gestão do governador.
Os pernambucanos vão se lembrar desse estelionato eleitoral no dia da eleição para presidente da República. A propaganda insidiosa e falsa produz resultados de curto prazo, mas os efeitos e as consequências danosas de uma péssima administração são duradouras o bastante para refrescar a memória dos eleitores.
Qualquer cidadão pernambucano menos desavisado pode ajuizar da relevância social (e o custo público) desses grandes empreendimentos.
Ambos foram financiados pelo Banco dos órfãos e desvalidos da República, também alcunhado de Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), através de um instrumento intitulado: Parceria Público-Privada (PPP), ou capitalismo sem risco, quer dizer, se o empreendimento não produzir o lucro esperado, o BNDES garante o retorno líquido e certo. Ambos são destinados a uma forma de gestão particular.
A Arena Pernambuco foi entregue ao Náutico Futebol Clube, que com os seus 3 mil torcedores, não obtém a renda necessária. Daí o governador ter obrigado os demais clubes de futebol (Santa Cruz e Sport) a fazerem pelos menos 2 ou três jogos na Arena, sob a ameaça de não serem contemplados com o programa da renúncia fiscal chamado "Todos pela Nota", mal denominado de "educação fiscal". O caso do presídio de Itaquetinga é mais emblemático do estilo de gestão do gestor estadual. Configura-se como uma transferência de responsabilidade, no que diz respeito à custódia e integridade física dos detentos, para a iniciativa privada, como aliás vem sendo feito com a saúde e a educação. Vai chegar o dia em que até a segurança pública e a cobrança de impostos serão terceirizadas no estado de Pernambuco. Prioridade mesmo é a eleição do governador à Presidência da República, objetivo a que tudo deve servir e ser subordinado.
Quando do início da primeira gestão estadual, o dirigente público fez uma reunião em sua ampla residência, no bairro de Dois Irmãos , para a qual convidou especialistas em política de segurança pública. Falou da situação das duas polícias, da dificuldade em encontrar um nome adequado para dirigi-las e apresentou, já naquela oportunidade, a ideia da privatização dos presídios, como solução do problema carcerário no estado. Certamente influenciado pelo modelo norteamericano, o governador ouviu as críticas de especialista ao modelo carcerário privado e foi aconselhado a transformar as delegacias da Polícia Civil em órgãos de prestação de serviço público à comunidade: e a desmilitarizar a polícia militar.
Infelizmente, essas e outras sugestões - apresentadas nesse encontro - foram jogadas na lata de lixo. E o gestor fez exatamente o contrário daquilo que ouviu ou fingiu que ouviu: vai privatizar o sistema carcerário, às custas do erário público, e a nossa gloriosa força policial foi transformada em mera força de repressão a cidadãos dignos e inocentes, pelo simples fato de protestarem contra a má gestão do governador.
Os pernambucanos vão se lembrar desse estelionato eleitoral no dia da eleição para presidente da República. A propaganda insidiosa e falsa produz resultados de curto prazo, mas os efeitos e as consequências danosas de uma péssima administração são duradouras o bastante para refrescar a memória dos eleitores.
(Publicado originalmente no blog de Jamildo, Jornal do Commércio)
Nenhum comentário:
Postar um comentário