11 de novembro de 2013 | 11:20
Saul Leblon publica hoje, na Carta Maior,
na semana em que se exuma o corpo de João Goulart atrás de sinais da
conspiração que pode tê-lo matado por envenenamento, um impecável texto
sobre a outra conspiração que causou a morte – a política – do
ex-presidente.
Morte pela mentira e pela difamação, crime continuado que prosseguiu por décadas e, de alguma forma, ainda prossegue hoje.
Antigas suspeitas em torno do seu desaparecimento devem ser esclarecidas agora com o exame que o regime militar que o derrubou nunca permitiu (leia a reportagem de Dario Pignotti; nesta pág)
A ditadura só autorizou o sepultamento do ex-presidente, em São Borja, em túmulo a 40 metros do de Getúlio Vargas, com féretro blindado.
Mesmo assim, na última hora, o então ministro do Exército, Sylvio Frota, da extrema direita militar, tentou anular a autorização expedida pela cúpula do governo Geisel.
Era tarde. Morto, Jango retornava ao Brasil 13 anos depois de expulso pelas baionetas e pelas manchetes do jornalismo conservador.
O caixão lacrado, conduzido em carro a alta velocidade, cruzaria a fronteira de Uruguaiana a 120 km por hora, vindo de Mercedes, na Argentina, onde ficava a estância dos Goulart.
Ladeava-o um aparato militar com ordens expressas de não permitir manifestações populares no trajeto.
Inútil.
Quando chegou a São Borja, a população em peso nas ruas cercou o cortejo; o caixão foi conduzido à catedral, de onde cruzaria a cidade em marcha solene até o cemitério.
‘Jango, Jango, Jango!’
Gritos guardados no fundo do peito desafiaram a presença das tropas e o aviltamento da memória do ex-presidente, alimentado pela mídia antes, durante e depois de 1964.
Independente do resultado da autópsia, a verdade é que Jango já havia sido assassinado uma primeira vez 12 anos e oito meses antes dessa cena.
A autópsia política das agenda dos anos 60 foi meticulosamente falsificada pela mídia que ajudou a derrubá-lo.
Está em jogo, portanto, mais que o desagravo a um brasileiro. E isso não deveria ser omitido no discurso oficial da homenagem solene que, com justiça, o governo deve render-lhe nesta 5ª feira, em Brasília.
Desqualificada pela caneta dos vencedores, a agenda do período pede exumação serena e afirmativa.
Contra isso atuou por décadas o monopólio das comunicações, hoje mais forte do que aquele existente há 49 anos, quando a ditadura impôs silêncio sobre o ciclo Jango.
Escribas da confiança do regime, que fariam carreira como confidentes de seus ‘bruxos –dos quais herdariam fuxicos e versões palacianas de densidade fascicular– cuidaram e cuidam de amesquinhar esse capítulo da luta pelo desenvolvimento brasileiro.
Nada mais sério que um mal passo de um país sob a presidência de um político hesitante e mulherengo.
Esse, o epitáfio dos vencedores a Jango e à geração de brasileiros que lutava por um país soberano e justo nos idos de 60.
Importa-lhes, sobretudo, rebaixar o debate em torno daquilo que interliga passado ao presente do país: a agenda e as instituições de ontem e de hoje.
A mídia, enquanto instituição, foi – é – parte interessada no assalto ao poder que interrompeu um governo democrático, suspendeu as liberdades e garantias individuais, sufocou o debate de reformas estruturais, prendeu, matou, torturou.
Foi conivente com a censura à própria liberdade de expressão.
Foi dela a iniciativa de convocar o medo e a mentira e alimentar o linchamento de reputações.
Agiu, não se sabe ainda com que grau de intimidade, mas é notória a sintonia com que atuou em relação ao Departamento de Estado norte-americano que -disso não resta mais dúvida– coordenava a desestabilização do governo Goulart.
Ontem como hoje, o conjunto foi decisivo para levar a classe média a incorporar um discernimento moralista e golpista à sua visão do processo brasileiro.
E mesmo assim, apenas uma parte dela.
O acervo do Ibope, catalogado pelo Arquivo Edgard Leuenroth, da Unicamp, reúne pesquisas de opinião pública feitas às vésperas do golpe.
Os dados cuidadosamente ocultados naqueles dias assumem incontornável atualidade cotejados com a atuação do aparato midiático nas horas que correm.
Enquetes levadas às ruas entre os dias 20 e 30 de março de 1964, quando a democracia já era tangida ao matadouro pelos que bradavam em sua defesa, mostram que:
a) 69% dos entrevistados avaliavam o governo Jango como ótimo (15%), bom (30%) e regular (24%).
b) Apenas 15% o consideravam ruim ou péssimo, fazendo eco dos jornais.
c) 49,8% cogitavam votar em Jango, caso ele se candidatasse à reeleição, em 1965 (seu mandato expirava em janeiro de 1966); 41,8% rejeitavam essa opção.
d) 59% apoiavam as medidas anunciadas pelo Presidente na famosa sexta-feira, 13 de março (em um comício que reuniu 150 mil pessoas na Central do Brasil –o país tinha então 72 milhões de habitantes, Jango assinaria decretos que expropriavam as terras às margens das rodovias para fins de reforma agrária, bem como nacionalizavam refinarias de petróleo).
As pesquisas sigilosas do Ibope formam o contrapelo estatístico de um jornalismo que ocultou elementos da equação política, convocou, exortou, manipulou, incentivou e apoiou a derrubada violenta do Presidente da República, em 31 de março de 1964.
Em editorial escrito com a tintura do cinismo oportunista, um dos centuriões daquelas jornadas, o diário O Globo, fez recentemente a autocrítica esperta de sua participação no episódio. Escusa-se no pontual, lamenta o apoio explícito, mas justifica a violência institucional, como inevitável diante do quadro caótico e extremado vivido então.
Se havia extremismo em bolsões à esquerda, o fato é que a incerteza social e a rejeição ao governo, como se vê pela pesquisa do Ibope, foram exacerbadas deliberadamente pelo aparato midiático para interditar o debate, desmoralizar lideranças, criminalizar bandeiras e vetar as soluções para os desafios do desenvolvimento.
Graus de semelhança com a engrenagem em movimento no país avultam aos olhos menos distraídos.
E esse é o ponto a reter, que faz da exumação dos restos mortais de Jango uma janela importante para enxergar não apenas o passado.
Em que medida a reordenação de um ciclo de desenvolvimento pode ocorrer dentro da democracia quando esta lhe sonega os meios para o debate e a construção das maiorias e do consentimento requeridos ao passo seguinte da história?
O Brasil dos anos 60 vivia, como agora, o esgotamento de um ciclo e o difícil parto do seguinte.
As reformas de base – a agrária, a urbana, a tributária, a política, a educacional — visavam destravar potencialidades e recursos de um sistema exaurido.
O impulso industrializante de Vargas, dos anos 30 a meados dos anos 50, e o do consumo , fomentado por Juscelino, mostravam claros sinais de esgotamento.
Trincas marmorizavam todo tecido social e produtivo.
À vulnerabilidade externa decorrente da frágil capacidade exportadora, adicionava-se um elemento de gravidade inexistente hoje: a seca do crédito internacional, aplaudida pelos que alardeavam a inconsistência macroeconômica do país, a exemplo dos que agora clamam pelo rebaixamento da nota do Brasil junto às agências de risco.
O déficit público pulsava o desequilíbrio entre as urgências do desenvolvimento e as disponibilidades para financiá-lo.
O PIB anêmico e a inflação de 25% no trimestre pré-golpe completavam a encruzilhada de uma sociedade a requerer um aggiornamento estrutural.
O conjunto tinha como arremate a guerra fria, exacerbada na América Latina pela vitória da revolução cubana, que desde 1959 irradiava uma agenda alternativa à luta pelo desenvolvimento.
O efeito na vida cotidiana era enervante. Como o seria no Chile, nove anos depois; como o é hoje, em certa medida, na Venezuela de Maduro; ou na Argentina de Cristina.
O mercado negro de produtos essenciais testava a paciência dos consumidores.
Óleo, trigo, açúcar, carne faltavam ciclicamente nos grandes centros urbanos.
Fruto, em parte, de uma escassez provocada pela sabotagem empresarial.
As reformas progressistas propostas por Jango estavam longe de caracterizar o alvorecer comunista alardeado diariamente nas manchetes do udenismo midiático.
O que se buscava era superar entraves –e privilégios– de uma máquina econômica entrevada em suas próprias contradições.
Jango pretendia associar a isso um salto de cidadania e justiça social, ampliando o acesso à educação e aos direitos no campo para dar um novo estirão no mercado interno.
Diante do salto ensaiado, e convocada a democracia a discutir o passo seguinte da história brasileira, os centuriões da legalidade optaram pelo golpe.
Deram ao escrutínio popular um atestado de incapacidade para formar os grandes consensos indispensáveis à estabilidade e duração de um ciclo de desenvolvimento.
Jango foi assassinado aí, pela primeira vez.
De forma violenta e em praça pública.
Se o fizeram de novo em dezembro de 1976, cabe agora averiguar de uma vez por todas.
Independente desse segundo diagnóstico, o tema das relações entre mídia e ditadura, mídia e desenvolvimento não pode mais se restringir aos bastidores das comissões da verdade.
Ecoa dos idos de 60 uma lição negligenciada por aqueles que ainda encaram o binômio ‘mídia e regulação’ como barganha de indulgência, junto a um poder que, em última instância, deseja-lhes a mesma sorte de Jango.
Não há revanchismo nessa constatação.
Pauta-a a necessidade de dotar a democracia das salvaguardas de memória, pluralidade e participação social, que a preservem de uma recaída da intolerância, como a de 1964, que subtraiu à sociedade a prerrogativa de decidir o seu próprio destino
Morte pela mentira e pela difamação, crime continuado que prosseguiu por décadas e, de alguma forma, ainda prossegue hoje.
Jango: mídia falsificou a autópsia política
Saul Leblon
Trinta e
sete anos após ter sido atribuída a um ataque cardíaco, a morte do
ex-presidente João Goulart, ocorrida no exílio, em 6 de dezembro de
1976, volta ao noticiário.Antigas suspeitas em torno do seu desaparecimento devem ser esclarecidas agora com o exame que o regime militar que o derrubou nunca permitiu (leia a reportagem de Dario Pignotti; nesta pág)
A ditadura só autorizou o sepultamento do ex-presidente, em São Borja, em túmulo a 40 metros do de Getúlio Vargas, com féretro blindado.
Mesmo assim, na última hora, o então ministro do Exército, Sylvio Frota, da extrema direita militar, tentou anular a autorização expedida pela cúpula do governo Geisel.
Era tarde. Morto, Jango retornava ao Brasil 13 anos depois de expulso pelas baionetas e pelas manchetes do jornalismo conservador.
O caixão lacrado, conduzido em carro a alta velocidade, cruzaria a fronteira de Uruguaiana a 120 km por hora, vindo de Mercedes, na Argentina, onde ficava a estância dos Goulart.
Ladeava-o um aparato militar com ordens expressas de não permitir manifestações populares no trajeto.
Inútil.
Quando chegou a São Borja, a população em peso nas ruas cercou o cortejo; o caixão foi conduzido à catedral, de onde cruzaria a cidade em marcha solene até o cemitério.
‘Jango, Jango, Jango!’
Gritos guardados no fundo do peito desafiaram a presença das tropas e o aviltamento da memória do ex-presidente, alimentado pela mídia antes, durante e depois de 1964.
Independente do resultado da autópsia, a verdade é que Jango já havia sido assassinado uma primeira vez 12 anos e oito meses antes dessa cena.
A autópsia política das agenda dos anos 60 foi meticulosamente falsificada pela mídia que ajudou a derrubá-lo.
Está em jogo, portanto, mais que o desagravo a um brasileiro. E isso não deveria ser omitido no discurso oficial da homenagem solene que, com justiça, o governo deve render-lhe nesta 5ª feira, em Brasília.
Desqualificada pela caneta dos vencedores, a agenda do período pede exumação serena e afirmativa.
Contra isso atuou por décadas o monopólio das comunicações, hoje mais forte do que aquele existente há 49 anos, quando a ditadura impôs silêncio sobre o ciclo Jango.
Escribas da confiança do regime, que fariam carreira como confidentes de seus ‘bruxos –dos quais herdariam fuxicos e versões palacianas de densidade fascicular– cuidaram e cuidam de amesquinhar esse capítulo da luta pelo desenvolvimento brasileiro.
Nada mais sério que um mal passo de um país sob a presidência de um político hesitante e mulherengo.
Esse, o epitáfio dos vencedores a Jango e à geração de brasileiros que lutava por um país soberano e justo nos idos de 60.
Importa-lhes, sobretudo, rebaixar o debate em torno daquilo que interliga passado ao presente do país: a agenda e as instituições de ontem e de hoje.
A mídia, enquanto instituição, foi – é – parte interessada no assalto ao poder que interrompeu um governo democrático, suspendeu as liberdades e garantias individuais, sufocou o debate de reformas estruturais, prendeu, matou, torturou.
Foi conivente com a censura à própria liberdade de expressão.
Foi dela a iniciativa de convocar o medo e a mentira e alimentar o linchamento de reputações.
Agiu, não se sabe ainda com que grau de intimidade, mas é notória a sintonia com que atuou em relação ao Departamento de Estado norte-americano que -disso não resta mais dúvida– coordenava a desestabilização do governo Goulart.
Ontem como hoje, o conjunto foi decisivo para levar a classe média a incorporar um discernimento moralista e golpista à sua visão do processo brasileiro.
E mesmo assim, apenas uma parte dela.
O acervo do Ibope, catalogado pelo Arquivo Edgard Leuenroth, da Unicamp, reúne pesquisas de opinião pública feitas às vésperas do golpe.
Os dados cuidadosamente ocultados naqueles dias assumem incontornável atualidade cotejados com a atuação do aparato midiático nas horas que correm.
Enquetes levadas às ruas entre os dias 20 e 30 de março de 1964, quando a democracia já era tangida ao matadouro pelos que bradavam em sua defesa, mostram que:
a) 69% dos entrevistados avaliavam o governo Jango como ótimo (15%), bom (30%) e regular (24%).
b) Apenas 15% o consideravam ruim ou péssimo, fazendo eco dos jornais.
c) 49,8% cogitavam votar em Jango, caso ele se candidatasse à reeleição, em 1965 (seu mandato expirava em janeiro de 1966); 41,8% rejeitavam essa opção.
d) 59% apoiavam as medidas anunciadas pelo Presidente na famosa sexta-feira, 13 de março (em um comício que reuniu 150 mil pessoas na Central do Brasil –o país tinha então 72 milhões de habitantes, Jango assinaria decretos que expropriavam as terras às margens das rodovias para fins de reforma agrária, bem como nacionalizavam refinarias de petróleo).
As pesquisas sigilosas do Ibope formam o contrapelo estatístico de um jornalismo que ocultou elementos da equação política, convocou, exortou, manipulou, incentivou e apoiou a derrubada violenta do Presidente da República, em 31 de março de 1964.
Em editorial escrito com a tintura do cinismo oportunista, um dos centuriões daquelas jornadas, o diário O Globo, fez recentemente a autocrítica esperta de sua participação no episódio. Escusa-se no pontual, lamenta o apoio explícito, mas justifica a violência institucional, como inevitável diante do quadro caótico e extremado vivido então.
Se havia extremismo em bolsões à esquerda, o fato é que a incerteza social e a rejeição ao governo, como se vê pela pesquisa do Ibope, foram exacerbadas deliberadamente pelo aparato midiático para interditar o debate, desmoralizar lideranças, criminalizar bandeiras e vetar as soluções para os desafios do desenvolvimento.
Graus de semelhança com a engrenagem em movimento no país avultam aos olhos menos distraídos.
E esse é o ponto a reter, que faz da exumação dos restos mortais de Jango uma janela importante para enxergar não apenas o passado.
Em que medida a reordenação de um ciclo de desenvolvimento pode ocorrer dentro da democracia quando esta lhe sonega os meios para o debate e a construção das maiorias e do consentimento requeridos ao passo seguinte da história?
O Brasil dos anos 60 vivia, como agora, o esgotamento de um ciclo e o difícil parto do seguinte.
As reformas de base – a agrária, a urbana, a tributária, a política, a educacional — visavam destravar potencialidades e recursos de um sistema exaurido.
O impulso industrializante de Vargas, dos anos 30 a meados dos anos 50, e o do consumo , fomentado por Juscelino, mostravam claros sinais de esgotamento.
Trincas marmorizavam todo tecido social e produtivo.
À vulnerabilidade externa decorrente da frágil capacidade exportadora, adicionava-se um elemento de gravidade inexistente hoje: a seca do crédito internacional, aplaudida pelos que alardeavam a inconsistência macroeconômica do país, a exemplo dos que agora clamam pelo rebaixamento da nota do Brasil junto às agências de risco.
O déficit público pulsava o desequilíbrio entre as urgências do desenvolvimento e as disponibilidades para financiá-lo.
O PIB anêmico e a inflação de 25% no trimestre pré-golpe completavam a encruzilhada de uma sociedade a requerer um aggiornamento estrutural.
O conjunto tinha como arremate a guerra fria, exacerbada na América Latina pela vitória da revolução cubana, que desde 1959 irradiava uma agenda alternativa à luta pelo desenvolvimento.
O efeito na vida cotidiana era enervante. Como o seria no Chile, nove anos depois; como o é hoje, em certa medida, na Venezuela de Maduro; ou na Argentina de Cristina.
O mercado negro de produtos essenciais testava a paciência dos consumidores.
Óleo, trigo, açúcar, carne faltavam ciclicamente nos grandes centros urbanos.
Fruto, em parte, de uma escassez provocada pela sabotagem empresarial.
As reformas progressistas propostas por Jango estavam longe de caracterizar o alvorecer comunista alardeado diariamente nas manchetes do udenismo midiático.
O que se buscava era superar entraves –e privilégios– de uma máquina econômica entrevada em suas próprias contradições.
Jango pretendia associar a isso um salto de cidadania e justiça social, ampliando o acesso à educação e aos direitos no campo para dar um novo estirão no mercado interno.
Diante do salto ensaiado, e convocada a democracia a discutir o passo seguinte da história brasileira, os centuriões da legalidade optaram pelo golpe.
Deram ao escrutínio popular um atestado de incapacidade para formar os grandes consensos indispensáveis à estabilidade e duração de um ciclo de desenvolvimento.
Jango foi assassinado aí, pela primeira vez.
De forma violenta e em praça pública.
Se o fizeram de novo em dezembro de 1976, cabe agora averiguar de uma vez por todas.
Independente desse segundo diagnóstico, o tema das relações entre mídia e ditadura, mídia e desenvolvimento não pode mais se restringir aos bastidores das comissões da verdade.
Ecoa dos idos de 60 uma lição negligenciada por aqueles que ainda encaram o binômio ‘mídia e regulação’ como barganha de indulgência, junto a um poder que, em última instância, deseja-lhes a mesma sorte de Jango.
Não há revanchismo nessa constatação.
Pauta-a a necessidade de dotar a democracia das salvaguardas de memória, pluralidade e participação social, que a preservem de uma recaída da intolerância, como a de 1964, que subtraiu à sociedade a prerrogativa de decidir o seu próprio destino
Por: Fernando Brito, no site Tijolaço.
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