Bastante lúcido o artigo do cientista político Marcos Coimbra, na carta
Carta Capital desta semana, sobre as eleições de 2014. Entre outras
coisas, Coimbra conclui que falta rosto e identidade à oposição.
Talvez por isso, em outros momentos, o professor chegou à conclusão que
as próximas eleições serão favas contadas para os inquilinos do
Planalto. Do lado dos socialistas, há uma briga sobre quem vai liderar a
caça às raposas, se Eduardo Campos ou Marina Silva. Ontem produzimos um
longo post sobre o assunto, enfatizando que, de certa forma, isso vem
contribuindo para desgastar a imagem de Eduardo Campos, quando
confrontada com as contradições internas do seu Governo ou associada à figura de um antigo caçador de marajás. Se o problema fosse
apenas as raposas, até que isso seria resolvido, uma vez que não
heveria necessidade de uma grande logística. Elas estão nos arredores do Palácio do
Campo das Princesas. Mas, de acordo com Coimbra, Marina vem se
comportando como um elefante na sala. Desde que formalizou a
aliança da sua Rede com o PSB, já entrou em rota de colisão com alguns
atores ilustres da legenda, como Amaral, assim como "melou" as
necociações de Campos com os ruralistas de Goiás. E promete mais. Sua
influência é tamanha na aliança que ela conseguiu que o artigo de Amaral, da velha-guarda socialista, fosse retirado do site do partido. Pelo lado do PSDB, as eternas
indisposições entre Aécio e Serra, que se bicam a todo tempo. Embora
fragilizado na máquina partidária, Serra se coloca como postulante. Pelo
seu raciocínio, nada está definido no ninho tucano. "Se Aécio for o
escolhido, eu poderei apoiá-lo". No final, como observa Coimbra, a
oposição não tem nome, não tem identidade, nem um projeto alternativo.
Se há algum tempo o PSDB carrega esse estigma, parece-nos que com o
PSB/Rede também não tem sido diferente. Nesse diapasão, essas eleições
também não devem empolgar muito o eleitorado. Some-se a isso a reação à
crise de representatividade externada nas mobilizações de rua de junho. ( A foto abaixo é de Fernanda Chemale, por ocasião da pesquisa etnográfia para o projeto "Nordestes Emergentes".
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