A decisão de destituir um terço dos cargos comissionados do Estado vem
no bojo de alguns ajustes que o governador Eduardo Campos pretende
introduzir na máquina pública estadual.
Em entrevista recente ao Programa do Jô, o governador também anunciou
uma possível redução no número de secretarias de Governo, o que vem
causando muito ansiedade no atual secretariado. Na última reunião
ministerial ocorrida em Brasília, a presidente Dilma não conseguiu
reunir um treço dos seus 39 ministros de Estado. Foi um assunto bastante
comentado pela imprensa, apontando um excesso de ministérios no
Governo, tornando a situação praticamente inadministrável. O empresário
Jorge Gerdau é um dos gurus da gestão de Eduardo Campos e preside o
Conselho de Gestão da Presidência da República. Pois bem. Ele é um dos
críticos ferozes do excesso de ministérios na Esplanada. Mesmo sem dar
um bom exemplo na província, Eduardo passou a criticar o Governo Dilma
Rousseff. As medidas saneadoras que o Governo Eduardo Campos vem tomando
ultimamente estão soando como eleitoreiras. Algumas dessas medidas
expõem, na realidade, sua tão propalada eficiência gerencial, um mantra
explorado até as últimas consequências pelos marqueteiros e
publicitários que cuidam da imagem do Governo. Tenho observado que,
ultimamente, ele não tem falado muito nessa "Nova Política", talvez, por
entender que ela já nasce "Velha", se considerarmos as alianças
perpetradas pelo seu PSB em Pernambuco, seguindo um alinhamento político
dos mais tradicionais; Embora haja distorções - os mais
bem-posicionados socialmente reúnem melhores condições de
competitividade - o concurso público ainda é a maneira mais republicana
de ingresso na máquina pública. No seu Governo, para usarmos uma
expressão do escritor Gilberto Freyre, a máquina simplesmente "inchou"
com os chamados "DAS". Justiça seja feita, esse não é apenas um problema
do Governo Estadual, mas do Governo Federal e dos governos municipais.
Uma praga do clientelismo da sociedade brasileira; Um outro ônus que o
seu Governo vai pagar diz respeito ao meio-ambiente. É nesse aspecto que
espanta quando ele afirma existir algum tipo de convergência
programática com a Rede de Marina Silva. Não precisamos entrar em
detalhes sobre isso, mas os mega-projetos de investimentos no Estado
comprometeram sensivelmente alguns biomas importantes como manguezais,
vegetação de restinga, mata atlântica. A expansão de SUAPE talvez seja o
exemplo mais vistoso. Amanhã vamos continuar esse debate, enfocando
aspectos relacionados à area de saúde e educação.
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