Nossa opinião sobre a prisão dos mensaleiros do PT já foi posta aqui. O que vem nos preocupando é o comportamento de José Genoíno, um misto de altivez, resignação e alguns lances curiosos, como o seu "envolvimento" naquela "bandeira" improvisada. Aos amigos e familiares, teria dito que se encontrava tranquilo. Cumpriria a pena com dignidade. Já havia enfrentado situações piores. Genoíno esteve participando da Guerrilha do Araguaia, um foco guerrilheiro organizado pelo PCdoB, esmagado pelos militares. Certamente, uma situação bem mais desconfortável do que a prisão. Confesso nunca ter lido muita coisa sobre o real papel exercido por Genoíno naquela guerrilha, mas isso pode ser creditado na conta da "clandestinidade". Houve um período em que ele exerceu a função de assessor no Ministério da Defesa. No nosso entendimento, algo contraditório, mas compreensível, se entendermos que se trata de um Ministério da Defesa, digamos assim, petista. Genoíno merece o nosso respeito por ter lutado por uma sociedade com maior justiça social. O julgamento do mensalão está envolto numa teia de nebulosidades que o torna o verdadeiro processo de "linchamento político", algo urdido por setores da mídia consorciados com o judiciário, "agendado" com o propósito explícito de prejudicar o Partido dos Trabalhadores. A prisão ocorre numa data emblemática - o 15 de novembro - praticamente num ano de eleições. Juridicamente, há uma série de questionamentos sobre as provas do mensalão, o que levou os juízes a trabalharem em torno da tese do "Domínio do Fato". Injunções políticas, certamente, influenciaram as decisões. No caso do "Trensalão", que envolve tucanos de alta plumagem, parece haver uma espécie de "blindagem" judicial em relação aos envolvidos. O processo não anda e, muito menos, nos feriados, apesar de "provas" robustas e confissões, um escândalo que envolve, concretamente, desvio de recursos públicos, o que não se configurou no caso do mensalão. Ontem publicamos uma postagem que suscitou enormes polêmicas, obrigando-nos a admitir que, numa atitude republicana, não se pode aplicar dois pesos e duas medidas. Respeito a opinião do STF, mas gostaria que o mesmo rigor e empenho fossem adotado em relação ao "Trensalão". Outro fato inegável é uma "indisposição" do ministro Joaquim Barbosa com o PT.
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