Recebi um e-mail abusado de um desencantado petista, alertando-nos sobre a origem social das pessoas que fundaram o Partido dos trabalhadores. De fato, como ele informa, existia trabalhadores e operários, mas existia, igualmente, uma classe média intelectualizada que assinaram a ficha de inscrição do Partido na histórica reunião do Colégio Sion, no dia 10 de Fevereiro de 1980. A gastronomia tornou-se um tema dos mais importantes, sendo possível fazermos algumas ilações a partir do cardápio dos atores políticos. Ninguém pode contestar que, em décadas passadas, o PT tinha a capacidade de dirimir seus conflitos num dos botecos da Rua do Príncipe, depois de um osso de patinho com algumas doses de cachaça. Quando falo que as coisas mudaram bastante depois da introdução do John Walker Blue, também não estou equivocado. Há várias possibilidades de interpretação para a analogia.Ter chegado ao poder, uma delas. Ter sido picado pela mosca azul, outra possibilidade. Ter incorporado o "status quo" de nossas elites, igualmente. É a tal "bacia semântica" à qual fazia referência o antropólogo francês, Gilbert Durand. Tornou-se mais do mesmo. Na década de 80, meu caro, o partido se reunia no Sindicato das Empregadas Domésticas. Hoje eles se reúnem em hotéis cinco estrelas. É o sistema. Agora, que alguns desse petistas sempre conheceram a boa mesa, isso também é verdade. Um forte abraço, um bom domingo.
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