Observo pelas redes sociais uma espécie de regozijo e "alma lavada" de alguns brasileiros em função da prisão dos mensaleiros do Partido dos Trabalhadores. Alguns, equivocadamente, estão tratando o caso como um "divisor de águas' na histórica impunidade contra a corrupção no país. Um equívoco crasso. Nós poderíamos ocupar todo o espaço desse post informando os autores que trataram do assunto, observando que, em certa medida, temos uma república de corruptos. Melhor dizendo, um país de corruptos, posto que não se trata de um privilégio de nossa república, mas um estigma que nos acompanha desde a Colônia. A corrupção é uma prática entranhada em nossas instituições, que desenvolveram engenharias complexas de desvio de recursos públicos. A cada dia se descobre novos "jeitinhos" de desvios de recursos ou mecanismos de burlar licitações. Uma prática que deve ser sistematicamente combatida, mas que não se equacionará apenas com bravatas episódicas, seletivas, ou coisa do gênero. Exige o aprimoramento do sistema político, o fortalecimento das órgãos de controle e fiscalização de aplicação de recursos públicos, maior transparência das ações de políticas públicas, mecanismos de acompanhamento e denúncias do cidadão e um conjunto de outras medidas. Neste último caso, um judiciário que foi tão rigoroso no julgamento do "Mensalão", protela o julgamento do "Trensalão", um escândalo de dimensões ainda maiores, envolvendo, concretamente, desvio de recursos públicos. O ranking de partidos corruptos no país, por exemplo, como querem alguns, não é liderado pelo PT, mas, pela ordem, DEM, PMDB e PSDB.
Nenhum comentário:
Postar um comentário