pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Tijolaço do Jolugue: Lóssio: "Querem cassar a oposição em Pernambuco".
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sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Tijolaço do Jolugue: Lóssio: "Querem cassar a oposição em Pernambuco".



Alguns livros já nascem clássicos, como "Coronelismo, Enxada e Voto", de Victor Nunes Leal, escrito no final da década de 40, mas profundamente perene para analisarmos as categorias do coronelismo até os dias de hoje. Comenta-se muito numa espécie de neo-coronelismo, mas, a rigor, trocando em miúdos, mudaram apenas os métodos - com o suporte dos avanços da tecnologia de comunicação midiática - mas permaneceram as mesmas práticas de sempre, caracterizadas pela perseguição aos inimigos políticos, o mandonismo, o familismo e outros "ismos", tão bem conhecidos dos nossos leitores. Pernambuco já foi governador por um coronel do Sertão, filho de Serra Talhada, que teria deixado para a história política do Estado - além de muita truculência - uma frase célebre sobre o perfil dos governantes que incorporam esse perfil: "Aos amigos, tudo. Aos inimigos, os rigores da lei". Acrescentaríamos que até fora da lei, se depender dos áulicos, que não veem limites para agradar os chefetes de plantão. Outro dia comentávamos aqui a "crise" vivida pelo clã Sarney no Maranhão. Sem herdeiro diretos e amargando uma rejeição incomum, o grupo encontra dificuldades de manter a hegemonia política no Estado, que já perdura por quase cinco décadas. Uma notícia alvissareira, porque seria mais uma oligarquia que denota sinais de enfraquecimento, no contexto de nossa frágil democracia, onde a res publica foi praticamente loteada entre esses senhores. Eis que, curiosamente, um jovem governador, herdeiro político de um homem de inegáveis convicções democráticas e sensibilidade social, parece-nos desejar enveredar por uma trilha caracterizada pela prepotência, pela imposição de sua vontade, pela utilização do aparelho de Estado consoante seus interesses e o interesse dos seus asseclas, numa clara violação de direitos constitucionais e dos princípios que devem reger a convivência democrática. O cidadão iniciou a vida pública com humildade, encontrou muitas dificuldades para se eleger governador, mas, logo em seguida, movido por uma ambição desmedida, passou a ampliar seus tentáculos e parece ter tomado gosto por impor sua vontade, independentemente das opiniões contrárias. Esses tentáculos envolvem um controle do Legislativo, influência sobre o judiciário e "direcionamento" das ações dos órgãos de fiscalização do estado. Pois bem. Depois de sofrer duas derrotas nas urnas e uma no tapetão para o prefeito Júlio Lóssio, de Petrolina, ontem foi anunciada uma auditoria especial do TCE nas contas daquela prefeitura do Sertão do São Francisco. Não há como não ficar configurada uma espécie de perseguição ao prefeito do PMDB do bode, que vem dando uma dor de cabeça aos palacianos. Afinal, quantas prefeituras do Estado estariam com suas contas sob suspeita de malversação? Por que justamente Petrolina foi a "escolhida'? Eles, que num passado recente criticavam tanto o "cozido" passaram a apreciar a iguaria. Gostaria de informar aos palacianos que bode não é indigesto. O que nos parece indigesta é essa geração, curtida no movimento social e estudantil, convivendo com atores políticos da envergadura moral de um Dr. Arraes, se permitir a essas práticas persecutórias, absolutamente incompatíveis com o estado democrático de direito. Que sandice é essa, gente? tem razão o jovem prefeito petrolinense ao afirmar que "Querem cassar a oposição em Pernambuco".

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