A julgar pelo debate ocorrido na Rádio Jornal, entre os candidatos Antonio Campos(PSB) e o professor Lupércio(Solidariedade), que disputam a prefeitura de Olinda, neste segundo turno das eleições municipais, passamos a ficar bastante preocupado sobre o que eles poderão fazer como gestores. Se considerarmos o número de assessores jurídicos ali presentes, parece até que a disputa não é pela gestão de uma cidade, mas em torno das divergências pessoais e de campanha entre ambos. Uma perguntinha óbvia se nos impõe neste momento: como ficam os milhares de eleitores que devem ter sintonizados o programa com o propósito de formarem a sua opinião sobre o candidato que apresenta as melhores condições e o melhor programa para gerir os destinos da cidade a partir de Janeiro de 2017?
Aqui e ali, uma "pegadinha" até alimenta um debate político. Em certa medida, ela pode mostrar alguns indicadores importantes sobre o preparo do candidato que concorre à Prefeitura de uma cidade. Lembro que, num debate radiofônico - isso já faz algum tempo - salvo melhor juízo - não vão nos processar por isso - o então Secretário de Obras do Recife, João Braga, que conhecia a cidade na palma da mão, numa referência ao candidato Roberto Magalhães, teria afirmado que, se soltássemos ele no Largo Dona Regina, ele não saberia mais voltar para casa. À época, penso que ele não estaria dizendo nenhuma mentira. Até então, era bem possível que, de fato, Roberto Magalhães não conhecesse o Largo Dona Regina, ali na entrada de Nova Descoberta, onde todos os dias tem feira livre. Depois, Roberto Magalhães assumiria a Prefeitura da Cidade do Recife e, certamente, matou a curiosidade de conhecer o Largo Dona Regina.
Aqui em Olinda, os blogs locais informam que o candidato Antonio Campos, vítima de uma dessas pegadinhas recentemente, não esperou o resultado das eleições para conhecer o Beco da Marinete, em Rio Doce, Olinda. Durante um debate do qual participou, juntamente com o seu oponente, o Professor Lupércio, este teria indagado do candidato o que ele pretendia fazer com o posto de saúde que ficaria na comunidade de Beco da Marinete. Logicamente não havia posto de saúde nenhum, mas o candidato socialista teria respondido à pergunta como se houvesse, de fato, algum posto de saúde na comunidade, o que estaria sendo editado pelo guia do candidato do Solidariedade, professor Lupércio, com o propósito de passar a ideia para os eleitores de que o candidato Antonio Campos não conhece a cidade, pois mora em Casa Forte.
No dia seguinte, uma guerra das assessorias jurídica dos candidatos, cada qual procurando algum elemento para processar o outro, banalizando este instrumento. Penso que Antonio Campos não gostou nenhum pouco de ter sido chamado por Lupércio de candidato Casa Forte, numa alusão ao fato de que ele reside naquele bairro do Recife. O que nos estimula a estabelecer tal raciocínio é o fato de sua assessoria já ter anunciado que irá abrir um processo contra Lupércio por falsidade ideológica, uma vez que ele induz os eleitores a pensarem que ele nasceu em Olinda, quando se sabe que ele teria nascido numa maternidade do Recife, mas passado toda a sua vida na Marim dos Caetés. Se esses intramuros estivesse compondo um debate maior sobre um programa de governo para a gestão da cidade a partir de 2017, até que se poderia entender. Mas não é este o caso. As discussões começam e terminam por aí e os eleitores que sintonizam o rádio para formarem a sua opinião de voto para o dia 30 permanecem numa tremenda falta de informação sobre o que esses candidatos pretendem para a cidade.
A coisa é tão séria que a matéria de um blog local, acerca deste assunto, tinha como título: candidatos se processam em Olinda, em razão, como dissemos no início, dos inúmeros processos que um move contra o outro. Pelo que se sabe, ainda não foi divulgada nenhuma pesquisa de intenção de votos na cidade de Olinda, nessa reta final da campanha. Desta vez, Tonca, como Antonio Campos é conhecido, passou a contar com o apoio do Palácio do Campo das Princesas, assim como o concurso de alguns parentes antes distantes do pleito, como é o caso do Chefe de Gabinete do Governo Paulo Câmara, João Campos, embora o processo de sucessão familiar de Eduardo Campos esteja apenas no começo.
Criando um núcleo de poder paralelo no Estado - o PSB que se cuide - o ministro das Cidades, Bruno Araújo(PSDB), também manifestou apoio ao irmão de Eduardo Campos. Ontem, por ordem expressa do Ministro da Educação, Mendonça Filho, o DEM integrou-se à sua campanha. Do ponto de vista da competição eleitoral propriamente dita, o professor Lupércio cometeu uma impropriedade ao rejeitar, de imediato, qualquer apoio da candidata Luciana Santos (PCdoB), o que deve afugentar os eleitores da candidata, que poderiam tender a votar nele. No dia de hoje, 13, ocorreu o debate entre os candidatos que concorrem à Prefeitura da Cidade Jaboatão dos Guararapes. Quem acompanhou a repercussão do mesmo pelas redes sociais, sabe que sobraram xingamentos entre os candidatos, ao passo que faltaram propostas.
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