Assistimos a uma onda de conservadorismo invadir o país, expressa na resultado eleitoral do primeiro turno. O golpe parlamentar, com forte apoio da mídia, que rasgou a Constituição e afastou uma presidenta democraticamente eleita produziu um ambiente em que políticos comprometidos com os interesses dos ricos e poderosos saíram-se vitoriosos na maioria das capitais e das grandes e médias cidades.
Por razões distintas, três
capitais brasileiras transformaram-se em campos de batalha onde as forças
democráticas, de esquerda e populares enfrentam os setores de centro-direita,
parceiros do golpe. As eleições do Recife, Rio de Janeiro e de Belém poderão ou
não eleger governos democráticos para seus habitantes e para o país como um
todo.
As vitórias de João Paulo no
Recife, Marcelo Freixo no Rio de Janeiro, e Edmilson Rodrigues, em Belém,
interessam a todos os militantes da causa democrática e representarão a
resistência democrática em nosso país.
No caso especial do Recife,
acreditamos que João Paulo, que já governou a cidade por dois mandatos
seguidos, saberá levar adiante um projeto em defesa da liberdade, das
conquistas sociais e dos mais pobres; irá recuperar a eficiência da gestão
municipal e sua integração com as demandas da sociedade. Experiência não lhe
falta. João Paulo saiu da Prefeitura, em 2008, com 88% de aprovação e ainda
hoje as pessoas recordam dos avanços que a cidade assistiu em sua gestão: a
inversão do trânsito em Boa Viagem, o saneamento dos bairros da Mangueira e da
Mustardinha, a abertura de vias, a paralela da Caxangá, a Via Mangue, a
contratação de 2.650 professores, o investimento na formação dos educadores, a
multiplicação das equipes de agentes da família, o Carnaval Multicultural do
Recife, entre tantas outras ações e obras.
Hoje, no entanto, alguns ganhos
obtidos na gestão se perderam. Nos
últimos anos, o Recife andou para trás. Um bom exemplo é a volta das palafitas.
Foram retiradas quase duas mil famílias dessas habitações indignas e
transferidas para conjuntos habitacionais. Na saúde, o abandono atual facilitou
o aparecimento de doenças que estavam erradicadas ou eram desconhecidas.
Sabemos que João Paulo
encontra-se numa disputa eleitoral em um contexto político desigual. Além de
enfrentar um governo nacional ilegítimo, vê-se diante de duas outras poderosas
máquinas – as dos governos municipal e estadual. Mas há uma vigorosa resposta
das ruas, um sentimento de mudança que cresce dia a dia, e estamos agora em defesa
desse projeto, independente de nossas concepções do mundo e filiações
partidárias.
O que nos une é a defesa da
democracia e a esperança por um Recife mais justo e solidário e a certeza de
que, eleito João Paulo será um importante interlocutor das forças democráticas
na conquista de um país mais justo e igual.
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