pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Se é só para fingir que tem, fecha de uma vez
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sábado, 22 de outubro de 2016

Se é só para fingir que tem, fecha de uma vez


Estado deveria dialogar, ouvir, falar com os estudantes e não aceitar em hipótese alguma a prática da violência contra os estudantes por pedirem uma educação de qualidade
Aluno do Colégio Estadual Prefeito Mendes de Moraes , no Rio de Janeiro (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Aluno do Colégio Estadual Prefeito Mendes de Moraes , no Rio de Janeiro (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Nenhuma escola, seja ela pública ou privada, é boa para todos os negros, pois elas não cumprem a lei n. 10639 de 2003, que estabelece que conteúdos referentes à história e à cultura afro-brasileiras sejam ministrados nos currículos ligados às áreas de educação artística, história e literatura. No caso das escolas públicas de São Paulo, especialmente, elas estão longe de ser o espaço ideal para qualquer criança por inúmeros motivos: falta de incentivo público, ausência dos pais, violência de alguns alunos… Tudo somado, dá o caos. Entre as finalidades do Estado, está a educação, conforme prevê a Constituição Federal nos artigos n. 205 (“A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho) e n. 206 (“O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; III – pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; IV – gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; V – valorização dos profissionais do ensino, garantido, na forma da lei, plano de carreira para o magistério público, com piso salarial profissional e ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, assegurado regime jurídico único para todas as instituições mantidas pela União; VI – gestão democrática do ensino público, na forma da lei; VII – garantia de padrão de qualidade”).
Pois bem, o Estado, que já era omisso, agora quer jogar a toalha de vez e deixar para o jovem decidir o que quer estudar, quando quer, a que horas quer. Com o fechamento de escolas e o congelamento dos salários dos professores, é melhor fechar logo. O Estado deveria dialogar, ouvir, falar com os estudantes e não aceitar em hipótese alguma a prática da violência contra os estudantes por pedirem uma educação de qualidade. Deveria haver programas de capacitação para todos os professores e funcionários, inclusive capacitação psicológica. No geral, uma preparação maior. Se uma criança se machuca na escola, por exemplo, não tem quem cuide dela lá. Os materiais de trabalho são obsoletos, e a merenda é ruim. (Por que não são oferecidas frutas? Não é mais barato que um salgadinho?). Hoje, a geração y não se sente nem um pouco atraída pela escola , uma instituição ultrapassada, pichada, carente de estrutura e de infraestrutura. Escola sem limites, alunos sem limites. Já as escolas da prefeitura acolhem e atendem melhor por serem um número reduzido. Mesmo assim, ainda há muito a se fazer.
Temos professores e alunos que vivem ameaçados e amordaçados. Alunos que foram mal-educados não sabem que a escola não é o lugar para o professor ensinar o que deveria ser aprendido em casa, como por exemplo, respeitar os mais velhos, ouvir quem está falando, pedir licença e por favor, aguardar sua vez na fila, chegar e sair no horário, não falar palavrões, não brigar, não dar cadeiradas, não bater no professor, não matar… Tais coisas não são obrigação do professor, e sim dos pais, tios, avós, madrastas,  padrastos e irmãos. Professor é para ensinar a viajar nas histórias, nos livros de filosofia, nas palavras dos escritores, para o aluno aprender que matemática ajuda no raciocínio, que filosofia questiona, que sociologia estuda a sociedade, a política e os cidadãos, que educação física não cuida só do corpo, mas ajuda a interagir com o outro, e a aprender a ganhar e perder.
Pais têm o dever de ser mais presentes na escola e na vida dos filhos. Crianças que têm pai e mãe por perto são diferentes, basta observar. Escolas que os pais frequentam provavelmente não serão quebradas pelos alunos. Eis um trabalho não tão difícil para quem quer ter no mínimo mão de obra qualificada, já que levar o povo a pensar não parece mesmo ser o foco da educação pública no Brasil.

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