Pelo andar da carruagem política, as alas mais ideológicas do PT terão muitas dores de cabeça pela frente. Até recentemente, uma das mais ilustres representantes desse grupo, a Deputada Federal e Presidente Nacional da legenda, Gleisi Hoffmann sugeriu que estávamos diante de um estelionato eleitoral, ao criticar a formação do Conselho de Administração da Petrobras, com a indicação de nomes majoritariamente de perfil conservador e privatista. Nomes do Centrão, para ser mais preciso, indicado pelo ministro Alexandre Silveira, das Minas e Energias.
Gleisi protestou, mas, ao que se sabe, as coisas continuaram como estavam. O Ministro das Comunicações, Juscelino Filho, que esteve na marca do penâlti até mais recentemente, também adotou tal expediente, readmitindo para o exercício de suas antigas funções na pasta, antigos colaboradores do governo de Jair Bolsonaro. Lula, que fez declarações contundentes sobre o assunto - afirmando que não iria admitir tais procedimentos - estranhamente, deixou de falar no assunto.
Afinal, a retirada de assinaturas para a uma eventual CPMI dos atos golpistas de 8 de janeiro vem sendo obtida através do surrado expediente do "convencimento", que signifca, neste caso, a liberação de emendas e cargos na máquina do Estado. Até o organograma de empresas estatais como a CODEVASF estariam sendo modificados para acomodar os novos aliados. Acabamos de ler, não sem algum espanto, na coluna do jornalista Cláudio Humberto, uma notícia que indica que esses expedientes chegaram ao que se poderia classificar como a cereja do bolo ou um coroamento.
Há a informação de que os senadores Waldir Rauph e Marcos Régério - sim, aquele mesmo - estão por trás da indicação de Efrain Cruz para exercer o cargo tido como um vice-ministro das Minas e Energias. Os cidadãos e cidadãs brasileiros que acompanharam o trabalho da CPI da Covid sabem muito bem quem é o senador Marcos Rogério, um bolsonarista raiz. O PT parece ter cruzado a linha. Vamos deixar um recado aqui para os dois Ciros. O do Ceará e o do Piauí. Ao seu modo e, por razões distintas, ambos teriam interesse nessas movimentações políticas.
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