Pelo andar da carrugagem política, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva parece estar bastante consciente sobre a nessecidade premente de se fazer profundas mudanças na estrutura de inteligência e segurança do Estado. Agora ele deve estar igualmente consciente dos motivos pelos quais deixou de ser informado sobre os acontecimentos do último dia 08 de janeiro. Houve um propósito e não necessariamente uma falha nos serviços de informações. Tais serviços de inteligência e informação precisam ser repensados dentro de um escopo republicano e democrático, que assegure, não o desmonte, mas a perenidade de um estado democrático de direito.
Não vamos aqui entrar nos detalhes para não "melindrar" - já antecipamos que este verbo está na ordem do dia - ou mesmo ferir susceptibilidades. Por aqui, havíamos preparado um longo editorial sobre o contexto da negação do pedido de extradição do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, mas optamos por mantê-lo em stand by, para não provocar a ira das hordas bolsonaristas. É uma gente que não tem o menor escrúpulo no uso de expedientes nefastos para destruir os seus opositores. Não jogam limpo. Basta dar uma olhadinha no que está circulando pelas redes sociais em torno do assunto.
Um cidadão ou uma cidadã, minimamente bem informado, sabe, hoje, com clareza, onde foi urdida a tentatva de golpe do último dia 08 de janeiro. Há endereço e nomes certos, que precisam enfrentar a clava forte da justiça ou serem sumariamente afastados de suas funções estratégicas. O problema é tão gigantesco que, em alguns casos, não seria suficiente mudar uma peça aqui e outra ali, mas a estrutura completa do órgão, como a retirada da ABIN do controle da GSI. A ABIN agora ficará surdinada ao Ministério da Casa Civil, comandadao pelo baiano Rui Costa.
Convém aqui resgistrar que a má influência nesse aparato de inteligência e segurança remonta a um período anterior mesmo ao bolsonarismo. Embora não se posssa negar o papel preponderante do bolsonarismo neste processo, seja mudando estrutura; designando atores para cumprirem objetivos específicos; estabelecendo políticas. As águas, que nunca foram muito limpas ou transparentes em nosso incipiente processo democrático, ficaram ainda mais turvas a partir de 2013, quando foram iniciadas as tessituras que acabariam por minar o Governo da Presidente Dilma Rousseff. Como diria nossos avós, todo o cuidado é pouco. Muita coisa ainda precisa ser feita.
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