pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : outubro 2025
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sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Editorial: Alexandre de Moraes pede explicações a Cláudio Castro.


Dizem que a popularidade de Cláudio Castro(PL-RJ)não estava muito bem antes da Operação Contenção, a mais letal operação realizada pela polícia do Rio de Janeiro, que resultou na morte de 132 pessoas, entre os quais dois policiais militares e dois policiais civis. As controvérsias em torno do assunto são inúmeras, algumas previsíveis, como a dissonância entre o Governo Federal e o Governo Estadual no que concerne ao combate ao crime organizado. Para o Governo Federal, as ações são de responsabilidade do estado do Rio de Janeiro, enquanto Cláudio Castro afirma que agiu sozinho exatamente pela ausência de apoio do Governo Lula. Já estava exaurido em pedir tal apoio.  

O Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, tem agenda com o governador Cláudio Castro, que, simbolicamente, já antecipou que receberá o ministro no quartel-general das operações contra o crime organizado. Cláudio Castro mostra-se magoado pelo fato de não ter recebido qualquer apoio por parte do Governo Federal. Na realidade, há várias entidades preocupadas com a ocorrência, pedindo explicações ao Governo do Rio de Janeiro. Entidades reclamam que não tiveram acesso às perícias realizadas nos corpos, já em fase de conclusão. Está tudo muito turvo, portanto. O governador informa que as operações apenas se encerram depois da captura de Doca, um dos chefes do Comando Vermelho, que se encontra foragido. 

Doca é paraibano, mas, assim como ele, outras tantas lideranças do Comando Vermelho se encontravam abrigadas nas favelas da Penha e do Alemão, uma espécie de quartel-general do CV. Havia dois pernambucanos no grupo capturado pela forças policiais. Essas hospedagens é mais uma das formas de negócio do grupo. Corremos o sério risco de uma nova carnificina. O pior é que, segundo algumas enquetes realizadas e a repercussão "positiva" nas redes sociais, talvez em razão do calor do momento, haveria um certo estímulo às ações desta natureza. A narrativa de que bandido bom é bandido morto já vem sendo construída há algum tempo e está enraizada no imaginário de alguns segmentos populares, que acabam apoiando tais iniciativas.  

quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Editorial: O fosso(ou vala?) das políticas de segurança pública entre a União e os Estados.



Esses espaços de editoriais são insuficientes para darmos conta de toda a complexidade que envolve a atuação do crime organizado no país. Já havíamos antecipado, no entanto, que dificilmente se construiria um consenso mínimo entre a União e os entes federados em torno das políticas de segurança pública. O governador Cláudio Castro(PL-RJ) está fora de si. Não seria possível que alguém, principalmente ocupando o cargo que ocupa, com as imensas responsabilidades de ofício se comportasse como ele vem se comportando, comemorando os "feitos", sugerindo que novas ações estão em planejamento, rindo ao se dirigir à Polícia Militar de Goiás. O mínimo que se esperava dele era a preocupação com os fatos graves ocorridos ou, ao menos, a liturgia do cargo. Sugere-se que ele não está bem. Há várias hipóteses para isso, mas não vamos aqui entrar nas minúcias. 

Sete governadores de oposição já externaram sua solidariedade ao governador Cláudio Castro, ampliando o fosso entre União e entes federados sobre políticas de segurança pública no país. A tragédia da morte de 132 pessoas, entre supostos traficantes e policiais, talvez seja o epicentro deste hiato, inclusive reanimando a agenda da oposição no Legislativo, como a abertura dos trabalhos da CPI sobre o crime organizado, assim como a PEC do Secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, que qualifica traficantes como terroristas, ampliando suas penas. Derrite pode até se licenciar temporariamente para dá fôlego à PEC. A proposta do Governo Federal praticamente morreu na origem, ao propor a centralização das políticas de combate ao crime organizado no país. Por outro lado, por razões óbvias, dificilmente o Governo voltará atrás neste quesito. 

Principalmente num ano eleitoral, quando se sabe que alguns desses governadores pleiteiam a cadeira do Palácio do Planalto a partir de 2026 e sabem que segurança pública é o Calcanhar de Aquiles do Governo Lula 3. O Governo pode ter outros, mas nenhum com o potencial de preocupar tanto a população. Em alguns estados da federação, principalmente Bahia e Ceará, assim como ocorre no Rio, quando os traficantes já controlam 22% do território, facções hoje não se dedicam apenas à comercialização de drogas, mas ao domínio da vida comunitária como um todo, corroendo, inclusive, preceitos democráticos, como ocorreu na última eleição em João Pessoa, quando políticos que não se identificavam com seus interesses foram proibidos de realizar comícios em determinadas localidades. 

quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Editorial: O Rio conta os seus mortos.



Autoridades do Governo Federal estarão se reunindo com o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, para tratarem da maior e mais letal operação realizada pelos forças policiais em favelas controladas pelo Comando Vermelho. Até o momento, foram registradas 64 mortes, entre as quais 06 integrantes das polícias civil e militar. Hoje, dia 29, o dia seguinte, moradores da Penha expuseram os corpos encontrados na favela, numa cena impactante, como os leitores podem observar na foto acima. Segundo os moradores, trata-se de corpos encontrados nas matas locais, onde se deu o maior confronto entre forças policiais e traficantes. Em entrevista recente, o Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, pautou as ações do Governo Federal no que concerne à ajuda ao Governo do Rio de Janeiro, como a atuação da forças policiais federais naquele ente federado, reuniões de trabalho, assim como argumentou que os blindados haviam sido solicitados num outro momento, portanto foram negados na ocasião. 

Vamos ser sinceros e não alimentar grandes expectativas, uma vez que, antecipadamente, já sabemos que eles não irão se entender por aqui. Existe um hiato preocupante entre a União e os entes federados em relação a este assunto. Os entes federados estão colapsando diante do avanço do crime organizado. No Ceará e na Bahia existem áreas onde facções determinaram a saída dos moradores do local. No Ceará, até recentemente, acompanhamos uma cena inusitada, onde a Polícia Militar estava dando suporte aos moradores para deixarem suas casas, quando o correto seria assegurar que eles permanecem em seus imóveis. O mais espantoso é que este conjunto residencial já não seria o único local onde ações do crime organizado determinaram a saída dos moradores. É recorrente, inclusive, o pagamento de taxas por parte dos moradores. Situações assim já foram verificadas em estados como a Paraíba, em bairros periféricos de João Pessoa. 

O mais grave é a dificuldade de construção de consensos sobre Segurança Pública entre a União e os entes federados. Se não houver uma estratégia de ações articuladas dificilmente o problema será equacionado. Na narrativa da oposição e de alguns governadores estaduais o Governo Federal é tratado até mesmo como leniente em relação a este assunto. Existe uma PEC da Segurança que se arrasta no Poder Legislativo sem que Governo e Oposição cheguem a um denominador comum sobre o assunto. Assim não se avança, enquanto o crime organizado se aprimora, amplia seus tentáculos sobre o Estado e a sociedade civil. 

terça-feira, 28 de outubro de 2025

Editorial: Quantos estados no Brasil já colapsaram no enfrentamento ao crime organizado?



Estamos aqui diante de uma indagação que precisa ser respondida urgentemente, em razão das recentes ocorrências do Rio de Janeiro, quando mobilizações de uma determinada facção pela ampliação de territórios estão colocando em xeque as condições de atuação do Aparelho de Estado neste enfrentamento. Bandidos utilizando-se de instrumentos cada vez mais sofisticados, a exemplo dos drones, enquanto as forças policiais operando em desvantagem crônica. Desta vez os faccionados utilizaram drones para atirarem bombas nos comboios policiais, inclusive resultando na morte de um policial civil e alguns moradores, que pagam um preço altíssimo em razão de residirem nesses ambientes conflagrados. 

Onde seria diferente? No Ceará? Na Bahia? no Pará? Não vamos aqui nem citar outros estados mais conhecidos para evitarmos os melindres. Outro dia, depois de uma megaoperação na cidade de Cabedelo, Região Metropolitana de João Pessoa, um agente de Estado fez questão de enfatizar que aquele balneário está completamente dominado pelo crime organizado. Na ocasião, várias mandados de busca e apreensão foram realizados, inclusive com as costumeiras conexões com o Rio de Janeiro, uma vez que é de lá ou de dentro das unidades prisionais que as ordens são dadas para as operações. 

Caucaia, no Ceará, onde fica localizada a paradisíaca praia de Cumbuco, tornou-se uma das cidades mais violentas do país. O pool turístico de João Pessoa está transformando cidades balneárias do seu entorno, a exemplo do Conde, em perímetros vulneráveis, suscetíveis às ações do crime organizado. Execuções e brigas de facções se tornaram recorrentes naquela cidade. É dramático ouvir as falas de "impotência" externada pelas autoridades de Estado, reconhecendo que não reúnem as condições efetivas de combater a briga de facções que ocorrem nas favelas cariocas. Ontem foi o Secretário de Segurança. Agora é o próprio governador lamentando o fato de haver solicitado blindados às Forças Armadas e não ser atendidos. 

segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Editorial: Hoje é o aniversário de Luiz Inácio Lula da Silva

Reprodução Redes Sociais. 


Lula está retornando ao país, depois de uma visita à Indonésia, com direito a festejos pelo aniversário, recebimento de título de Doutor Honoris Causa e, principalmente, entabular as primeiras conversas com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Por mais incrível que possa parecer e contrariando, em tese, nossos prognósticos, há uma possibilidade concreta de normalização das tarifas aplicadas aos nossos produtos de exportação. Num lance curioso, o presidente Donald Trump demonstrou boa vontade com o Brasil. Isso é muito bom e era semprte o que se esperava, embora as perspectivas do enrosco diplomático que havia sido alimentado pudesse indicar o contrário. O situação do ex-presidente Jair Bolsonaro entrou no diálogo estabelecido entre ambos, mas, como disse o presidente Lula posteriormente, trata-se de coisa do passado. Acabou. 

Inclusive a grande temeridade dos bolsonaristas no momento é que ele possa ser preso nos próximos dias, esgotadas as fases dos recursos. Os bolsonaristas, naturalmente, apostavam no azedume dessa relação entre Lula e Donald Trump. O presidente Lula está completando 80 anos de idade no dia de hoje e disposto a disputar mais um mandato presidencial. Na nossa opinião, deveria se recolher aos aposentos e aproveitar aqueles impagáveis momentos de paz, mas, pelo andar da carruagem política, o petista só larga o poder quando morrer. O momento de aventar uma nova disputa, que estava completamente turvo há alguns meses, voltou a desanuviar. 

As hordas de extrema direita continuam reproduzindo a fala infeliz de Lula, quando se referiu aos traficantes de drogas. Isso pega feito visgo de jaca mole. Vai render durante os trabalhos no Legislativo e, possivelmente, tem fôlego até às próximas eleições de outubro, principalmente quando se sabe que segurança pública será o grande tema dos debates entre os postulantes ao Palácio do Planalto, em 2026. É o tipo de fala que, ao se tentar recompor, amplifica ainda mais os seus efeitos negativos. Um escorregão sem conserto. Feliz aniversário, Lula. 

domingo, 26 de outubro de 2025

Charge! Thiago via Jornal do Commércio.

 


Editorial: Finalmente, o grande encontro entre Lula e Trump.



Nossa avaliação sobre o encontro entre o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, continua recomendando a prudência necessária. Em princípio, foi um encontro positivo, onde ambos trataram, inclusive, da questão das tarifas impostas aos produtos de exportação brasileiros, o que sempre enfatizamos por aqui que se trata de uma questão muito mais política do que econômica. Embora Donald Trump tenha afirmado que a questão da Venezuela não seria abordada, os jornais estampam que Lula teria se oferecido para intermediar as contendas entre os dois países, o que, convenhamos, não se trata de uma proposta interessante, pois esbarra num rosário de pressupostos que hoje já não interessam mais aos Estados Unidos, a exemplo da autodeterminação, soberania, respeito ao limites territoriais e governos constituídos. 

A situação no continente tornou-se complicada não apenas para a Venezuela, mas para a Colômbia, de Gustavo Petro. Assim como ocorreu com a Ucrânia, o melhor a fazer é o Brasil não se meter neste imbróglio. Já temos problemas suficientes.  A despeito da fala do presidente Donald Trump, que, a princípio, propõe acenos positivos, como o entendimento de que Brasil e Estados Unidos se tratam de dois países que sempre estabeleceram relações amistosas, nas entrelinhas, Donald Trump sempre sugere algum blefe. Donald Trump tem um jeitão enigmático, como aquele jogador que sempre tem uma carta escondida na manga. 

Assim como o presidente brasileiro, Donald Trump foi ao encontro acompanhado de alguns assessores diretos, aos quais recomendou a abertura de negociações entre os dois países. O encontro durou em torno de uma hora, de onde se conclui, ao menos, um respeito protocolar entre as nações. Agora é aguardar os resultados possíveis dessa abertura de diálogo, pois alguns produtores hoje no Brasil enfrentam sérias dificuldades depois da imposição dessas tarifas absurdas. Nos assuntos internos, uma enorme repercussão negativa da fala do presidente Lula sobre os traficantes de drogas, exaustivamente explorada pela oposição. Até Zema apareceu nas redes sociais para informar que nas Alterosas é diferente. Onde foi preso em Minas o maior traficante de cocaína do estado

sábado, 25 de outubro de 2025

Drops Político: Pedro Cunha Lima e Vital do Rego num encontro de conjuntura política.

Crédito da foto: Instagram de Veneziano Vital

 

O senador Veneziano Vital do Rego(MDB-PB) tem reiterado que seu projeto político no Estado passa pela integração da família Cunha Lima, cujo principal expoente no momento é o deputado federal Pedro Cunha Lima, que ficou em segundo lugar no pleito para o Governo do Estado nas eleições de 2024. Gilberto Kassab nutre uma grande expectativa em relação a Pedro Cunha Lima, que controla o seu PSD no Estado, mas já andou liberando-o para as alianças, conforme enfatizou Pedro até recentemente. Aos poucos, as coisas vão se ajustando. O prefeito Cícero Lucena(MDB-PB) já está integrado ao grupo e batalha para uma candidatura com o apoio do Palácio do Planalto, em 2026. Depois das conversações encetadas em Brasília, o PT local já sinalizou que tal possibilidade está aberta. Hoje, 25, Pedro e Veneziano tiveram um encontro informal, onde, possivelmente, foi servido um cardápio político.  

Editorial: A cantilena da redução das tarifas comerciais entre Brasil e Estados Unidos.



No dia ontem, 24, os jornais noticiavam que o presidente das Estados Unidos, Donald Trump, havia encerrado as negociações com o Canadá. No dia de hoje, 25, um pouco antes do encontro entre ele e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a informação é que Donald Trump teria acenado positivamente com a proposta de redução das tarifas aplicadas aos produtos de exportação brasileiros. Sob certas condições. Os problemas são exatamente essas condições, sobre as quais os dois países não chegarão a um acordo, uma vez que as condições são de natureza política. O que Trump quis dizer é que, se tais condições não forem aceitas pelo Governo brasileiro, não haverá negociação neste sentido. 

Não há como mantermos algum otimismo por aqui. Infelizmente. Na medida em que o encontro se aproxima, a situação do Brasil apenas piora no sentido de se construir algo positivo para o país em termos de relações comerciais. O discurso de Lula, carregado da tinta ideológica de uma banda do Itamaraty, foi no sentido de reforçar a soberania, construir alternativas de relações comerciais menos dependente da moeda americana, entre outros pontos da agenda dos interesses dos países latino-americanos. As ações encetadas pelos EUA no que concerne ao enfrentamento do tráfico de drogas pelo Mar do Caribe, por exemplo, foram criticadas em sua fala, que pediu que tais ações não ferissem o respeito aos espaços territoriais dos países atingidos, numa clara alusão à Venezuela, quando a CIA já recebeu sinal verde para operações em seu território.  

É neste "climão" que Lula irá se encontrar com Donald Trump, de onde não se pode, realmente, manter algum otimismo em relação ao assunto. Estima-se que o encontro entre o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, e o Secretário de Estado Marco Rubio não tenha sido superior aos quinze minutos, quando o assunto exigiria, naturalmente, uma agenda mais extensa. As tarifas são um punição a um comportamento político do Governo brasileiro, identificado como inadequado pelo Governo dos Estados Unidos.  

Editorial: A frase infeliz de Lula


Repercute bastante no país uma frase dita pelo presidente Lula, durante uma coletiva de imprensa, em Jacarta, na Indonésia, onde se encontra em visita oficial. Nesta frase, o presidente afirma que os traficantes também são vítimas dos usuários de droga. Depois ele tentou consertar, afirmando que a frase estava fora de contexto e que, mais importante do que a fala, são as ações do seu Governo no sentido de combater o crime organizado, algo que nunca foi tão duramente enfrentado no país. A fala, como já se previa, está sendo muito bem explorada pela Oposição, que ontem mesmo utilizaram suas redes sociais para amplificar seus aspectos negativos. No momento em que Lula concede essas entrevistas ou falas de improviso não são incomuns a ocorrência desses deslizes verbais. 

Neste caso, para completar o enredo nebuloso, fala proferida num país de legislação duríssima contra o tráfico de drogas - que já condenou brasileiros a pena de morte - e prestes a ter um encontro com o presidente Donald Trump, que empreende ações militares ousadas no mar do Caribe de combate aos narcotraficantes. Não acreditamos que a frase será suficiente para produzir um desgaste de imagem ao ponto de frear a melhora dos seus índices de popularidade, o que o anima a tentar um quarto mandato presidencial. Outro fator preocupante é que a segurança pública será o grande tema da campanha eleitoral de 2026, quando já se sabe que ele será candidato, conforme confirmou em viagem àquele país asiático. 

A segurança pública é uma questão nevrálgica para o país e por aqui Governo e Oposição não irão construir um consenso mínimo sobre o assunto, conforme já antecipamos em inúmeras ocasiões. No Ceará, por exemplo, onde o crime organizado avança de forma preocupante sobre o aparelho de Estado, um dos grandes motes da campanha de oposição liderada por tucanos e bolsonaristas moderados, sob a batuta do ex-governador Ciro Gomes, hoje filiado ao PSDB, é o enfrentamento dessas facções. Neste contexto, talvez se entenda porque Ciro Gomes, em alguns momentos, reconhece o bom trabalho que o governador Ronaldo Caiado realiza em seu estado, Goiás.  

sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Editorial: Lula comemora 80 anos com fôlego de trinta e é candidato em 2026.



A revista Veja desta semana traz uma interessante matéria sobre a performance do PT nas redes sociais, mostrando que, gradativamente, o partido começa a equilibrar o jogo com as hordas bolsonaristas naquela arena, antes hegemonicamente controlado por eles. Assim que assumiu a Comunicação Institucional do Governo Lula 3, o marqueteiro Sidônio Palmeira convidou alguns integrantes da equipe do prefeito do Recife, João Campos(PSB-PE), para auxiliá-lo na missão de melhorar a imagem do Governo nas redes sociais. Depois, a imprensa noticiou que o Governo havia aberto licitações milionárias para a contratação de empresas que teriam como objetivo cuidar deste setor na SECOM. 

Na realidade, Sidônio Palmeira, que já não sabia mais o que fazer, quando contou com a providência do Tio Sam, que forneceu o arsenal da comunicação institucional que ele precisava, calcada no soberanês. Lula está falando tão fluentemente o idioma que, mesmo numa viagem onde se prevê um encontro com Donald Trump, não perdeu o sotaque. Aproveita sua viagem à Indonésia para comemorar os seus 80 anos de vida, algo que só ocorre na próxima semana. Empolgado, já disse que tem a mesma tesão dos trinta e é candidato às eleições presidenciais de 2026. 

Ainda ontem saiu uma pesquisa que aponta que a boca do jacaré entre aprovação e desaprovação ainda não se fechou, mas, no geral, todos concordam que ele estancou a sangria. As mudanças são lentas mesmo. Pontinho a pontinho. As trapalhadas da extrema direita deram as coordenadas para a tal recuperação do petista. Quem se encontra hoje atordoados são eles. O Governo, ao contrário, consolida um processo de enraizamento à esquerda, traduzida na ascendência do deputado federal Guilherme Boulos à Secretaria-Geral da Presidência da República. Neste contexto, agora se entende melhor o convite a Gleisi Hoffmann para assumir a Comunicação Institucional. 

Editorial: Governo Lula avisa que cortará um bi em emendas.


Está é uma das chamadas principais do jornal Folha de São Paulo, hoje, dia 24. A Ministra da Articulação Política, Gleisi Hoffmann, teria comunicado ao Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, que o Governo vai reter um bilhão em emendas parlamentares, em razão de problemas junto ao Tribunal de Contas da União. Numa outra frente, tomamos conhecimento de que o Governo está recorrendo a um antigo aliado, o ex-Presidente da Câmara dos Deputados, Artur Lira, para tentar minimizar o desgaste junto ao Legislativo. Nesta barganha, estaria em jogo os cargos que o alagoano mantém no Governo, assim como o seu projeto político na terra das marechais. 

Isso dá bem a dimensão sobre o enrosco em que o Governo se encontra, ainda não totalmente refeito das últimas derrotas. No plano internacional, enquanto mantém uma narrativa de contraposição aos Estados Unidos, prospectando possíveis mercados para os produtos de exportação brasileiros, Lula deverá se encontrar com o presidente Donald Trump. O enrosco é interno e no plano internacional, agravado pela guerra psicológica encetada pelos Estados Unidos contra a Venezuela, com a presença, inclusive, das tropas especiais que foram buscar Bin Laden no Paquistão. Essas tropas da Marinha dos Estados Unidos foram vistas recentemente nas imediações do país, sempre sob o argumento de que estão combatendo o narcotráfico. 

A química, que eventualmente teria rolado entre os dois governantes, hoje está por um fio, com o agravamento da situação no continente. Não há química que resista a tantas intempéries. Os Estados Unidos estão realmente decididos a enfrentar os cartéis de drogas que atuam na região, em alguns casos sob a leniência dos governantes de turno. Aliás, esses governos são impotentes para combater o narcotráfico. Sempre solicitaram a ajuda do Governo dos Estados Unidos, que antes mandava apenas os agentes da DEA, num trabalho em conjunto com as forças policiais locais. Hoje o cenário mudou completamente. 

quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Editorial: A declaração infeliz de Wolney Queiroz sobre a CPMI do INSS.


Esta é uma das CPMI's mais sérias já conduzidas pelo Legislativo. Em uma delas já tivemos a suspeita de cooptação dos parlamentares por parte dos investigados, o que se constitui numa excrescência, uma vez que votamos para os parlamentares cumprirem sua missão de zelar pelo bem público. A CPMI do INSS, conduzida pela presidência do senador Carlos Viana, e pelo relator, Alfredo Gaspar, se conduz de forma profissional, ética e republicana. A experiência de Promotor Público do deputado Alfredo Gaspar tem sido muito importante neste sentido, esclarecendo a dinâmica da teia de roubalheira que foi montada para roubar os aposentados, mesmo que as testemunhas e investigados convocados mantenham o silêncio, através dos habeas corpus concedidos. 

Nos depoimentos de hoje, 23, surgiram dois fatos curiosos. Uma tentativa de estabelecer uma eventual relação de parentesco entre a senhora Thaisa Hoffmann e a Ministra Gleisi Hofmann, da Articulação Política. Esta possibilidade foi completamente rechaçada pelo bancada do PT presente à comissão. Um outro fato que provocou, inclusive, um pedido de desculpas, foi protagonizado pelo atual Ministro da Previdência Social, o pernambucano Wolney Queiroz, que teria supostamente afirmado que a CPMI teria uma certa pirotecnia. Ele, em suas desculpas, afirmou que não se referia à CPMI como um todo, mas a referência se devia ao comportamento de alguns parlamentares. De qualquer forma, trata-se de uma declaração infeliz. Tem coisas que não se dizem. 

Mas, para ser sincero, o mais impressionante naquela sessão foi a propaganda gratuita, que chamou a atenção para um prédio luxuosíssimo que está sendo construído em Balneário Camboriú, o Senna Tower. Thaisa Hoffmann, supostamente, teria reservado um dos apartamentos, avaliado em R$ 28 milhões de reais. Este apartamento seria o mais barato entre os apartamentos à venda, num dos prédios mais requintados do mundo. Pelo andar da carruagem política, o rombo no INSS é bem superior ao que foi divulgado, ou seja, R$ 6, 3 bilhões. E o pior é que o roubo continua. Ainda recentemente a Polícia Federal realizou uma operação aqui no Recife.  

Editorial: Na Indonésia, Lula confirma que é candidato em 2026.



Isso todo mundo já sabia desde algum tempo. Somente numa situação claramente desfavorável ou em razão de algum problema de saúde Lula não se habilitaria a um quarto mandato. Agora que os ventos voltaram a ser favoráveis, mesmo no exterior, em visita à Indonésia, Lula confirma que estará disputando mais um mandato em 2026. O mais curioso é que a direita ou extrema direta concedeu mais esta oportunidade ao presidente Lula. Alguns dos seus mais ilustres representantes tomaram algumas atitudes que apenas fortaleceram a candidatura do petista. Hoje eles estão batendo cabeça, com enormes dificuldades de construir algum consenso mínimo sobre o assunto. Até o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, andou tirando o pé do acelerador e voltou a se concentrar nos afazeres do estado que governa, que não são poucos. 

No afã de contar com o apoio do clã Bolsonaro, Tarcísio acabou cometendo alguns erros de avaliação. O silêncio neste momento é prudente, uma  vez que ele já foi verificado e ungido pela Faria Lima. Os ajustes fazem parte do jogo. Há alguns meses atrás, mesmo com a convicção de que gostaria de se manter no poder, prudentemente, diante dos percalços dos índices de popularidade, Lula não se arriscaria a confirmar mais uma candidatura presidencial. Se o assédio americano hoje favorece o petista, só Deus sabe o que o amanhã pode reservar, principalmente porque o Brasil se enquadra dentro de uma leitura negativa do Tio Sam sobre o continente de um modo geral. Repercute de forma bastante negativa para o PT as informações de um ex-Chefe do Serviço de Inteligência do Governo Hugo Chaves. 

A campanha, a rigor, já está nas ruas. O idioma é o soberanês. Isso já se configura nas peças da comunicação institucional do Governo Lula 3, comandada pelo marqueteiro baiano Sidônio Palmeira. O palanque de Lula nos estados, principalmente no Nordeste, voltou a ser disputado pelos políticos locais, a exemplo da Paraíba, onde ele se divide entre o atual governador, João Azevedo, e o prefeito da capital, Cícero Lucena, que deverá entrar na disputa pelo Palácio da Redenção. Em Pernambuco, os movimentos de João Campos(PSB-PB) praticamente fecharam as portas para qualquer pretensão da governadora Raquel Lyra(PDS-PE) neste sentido. No Ceará, tucanos e bolsonaristas estarão juntos contra o PT, depois que Ciro voltou ao ninho. 

quarta-feira, 22 de outubro de 2025

Editorial: Os curiosos arranjos da política. Parte dois.


Líamos há pouco, na coluna Diário do Poder, que o convite ao deputado federal Guilherme Boulos para ocupar uma cadeira de Ministro no Palácio do Planalto guarda uma relação direta com as próximas eleições estaduais em São Paulo, onde o Planalto já está comprometido com outra candidatura. O arranjo, embora surpreendente, uma vez que estamos tratando aqui do deputado federal mais votado no estado nas últimas eleições, não é absolutamente improvável. A Folha de São Paulo, no dia de hoje, 22, traz uma matéria com o Ministro de Portos e Aeroportos, o pernambucano Sílvio Costa Filho. Sílvio tem se destacado na condução de sua pasta e é um dos fiéis escudeiros do Governo Lula. Há um consenso de que o pernambucano realiza uma boa gestão da pasta. 

A despeito de suas movimentações pelo estado, no sentido de pavimentar sua candidatura ao Senado Federal, Sílvio Costa Filho mantém uma postura invejável de fidelidade à base aliada do Governo Lula. Não há o que se queixar por aqui. E olha que o rapaz é filiado ao Republicanos, partido que conta com um dos prováveis adversários de Lula em 2026, Tarcísio de Freitas. Pois bem. Durante a matéria Sílvio Costa admite que, se o morubixaba petista pedir para ele continuar no Governo, ele pode reavaliar o seu projeto de candidatar-se ao Senado Federal nas eleições de 2026. Para ele o mais importante é a reeleição de Lula. 

Na Paraíba, depois de praticamente ter ajustado os ponteiros com o candidato do socialista João Azevedo(PSB-PB) ao Palácio da Redenção, Lucas Ribeiro, o PT agora abriu um amplo canal de negociações com o prefeito Cícero Lucena, agora no MDB. Depois que Lula voltou a recuperar seus índices de popularidade, mesmo acanhado, segmentos do MDB começam a sinalizar positivamente para o petista. Na Paraíba, é projeto de Cícero contar com o apoio de Lula para a sua candidatura. Cícero lidera todas as pesquisas de intenção de votos até aqui realizadas no estado. Por outro lado, João Azevedo é socialista da gema, com fortes vínculos à direção nacional da legenda, leia-se João Campos, um dos principais aliados do Planalto no plano nacional. 

Charge! Renato Aroeira via Brasil 247

 


Charge! Thiago Lucas via Jornal do Commércio.

 


terça-feira, 21 de outubro de 2025

Editorial: Boulos é o novo Ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República.


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou o deputado federal Guilherme Boulos para a ocupar a vaga de Secretário-Geral da Presidência da República, cargo com status de ministério. Havia sinalizações a este respeito há algum tempo, mas só agora o presidente Lula resolveu assinar a portaria de nomeação do companheiro socialista. Sem muitas alternativas e acossado pelas circunstâncias da política externa, em atos e em bravatas, o líder petista consolida uma identidade mais próxima de sua base histórica de apoio. A despeito do diálogo do chanceler Mauro Vieira com Marco Rubio, Secretário de Estado Norte-Americano, o líder petista sugere-se ter se tornando fluente em soberanês, pois voltou a criticar o presidente Donald Trump. 

Depois de um longo e tenebroso inverno de impopularidade, o presidente Lula voltou a ser competitivo para o pleito presidencial de 2026. Porta de entrada no Palácio do Planalto, a Secretaria-Geral da Presidência da República estabelece as prioridade de acesso ao presidente Lula, o que significa que o novo ocupante do cargo deverá proceder uma espécie de clivagem ideológico de acesso ao chefe. O jornalista Josias de Souza sugere, em sua coluna do Portal UOL, que a indicação poderia significar uma certa contradição de Lula, quando se sabe que o parlamento se torna uma arena decisiva para a preservação de nossa democracia a partir de 2026. O próprio Lula teria externado essa preocupação em discurso recente. Neste caso, manter Boulos como um "puxador" de votos num colégio eleitoral decisivo como São Paulo talvez seria mais importante. 

Há quem assegure que Lula poderia estar preparando o companheiro para projetos mais ambiciosos. O ministério seria uma espécie de vitrine de exposição para tais projetos. Uma maneira de dar visibilidade ao psolista. Uma hipótese. Acreditamos, por outro lado, que a entrada de Boulos no Governo é mais pessoal do que partidária. Em várias ocasiões, o PSOL deixou de acompanhar o Governo em votações importantes no Legislativo. 

Editorial: Antes de governista, Kassab é kassabista.


A política é capaz de produzir alguns contorcionismo que, se não ficarmos atentos, poderemos perder o bonde de sua compreensão. Nas eleições municipais de 2024, por exemplo, vários partidos que integravam a base de apoio de Ricardo Nunes(MDB-SP), ficaram preocupados com a desenvoltura do PSD, que criou bastante musculatura em São Paulo. Na medida em que endossa o projeto de Tarcísio de Freitas para as eleições presidenciais de 2026, o PSD não se descuida de trabalhar o nome de Ratinho Junior(PSD-PR), governador do Paraná, como uma opção alternativa. Até recentemente, embora integrando o Governo Lula 3, Kassab já chegou a externar que não vê muitas expectativas em torno do projeto de reeleição de Lula em 2026. À época, sua franqueza incomodou o Planalto. Em tese, não mudou de ideia. Ou será que mudou? 

Um fato inusitado, no entanto, vem de lá das Alterosas. Mateus Simões, vice-governador do Estado, desligou-se do Novo e filiou-se ao PSD, com um projeto de candidatar-se ao Palácio Tiradentes, em 2026. O que se especula é que o nome de Simões agrada ao PT, uma vez que se trata de um nome viável eleitoralmente, O que não seria bem o caso de Rodrigo Pacheco ou outro representante da legenda. O arranjo é curioso, uma vez que, Romeu Zema(Novo-MG), deverá habilitar-se a uma candidatura presidencial em 2026. Seu vice, neste caso, pode liderar um processo em contraposição ao próprio Zema, em apoio ao Planalto, uma vez que Kassab ainda não abandonou completamente a canoa do Governo Lula 3. 

Aqui em Pernambuco, cada vez mais se acentua o "estranhamento" entre a governadora Raquel Lyra e o Governo Lula 3. O dado mais emblemático talvez seja mesmo a recusa do Governo Estadual em receber recursos do Governo Federal para as obras de recuperação do aeroporto de Caruaru, berço político da governadora Raquel Lyra. Vale aqui a máxima atribuída a Ulisses Guimarães: nunca tão distante que não se possa reaproximar-se. O que ocorre aqui em Pernambuco é que os movimentos do prefeito João Campos no sentido de estreitar os laços com o petismo e o Governo Lula deixaram a governadora sem margem de manobra.  

segunda-feira, 20 de outubro de 2025

Editorial: Cícero filia-se ao MDB e altera a correlação de forças na disputa pelo Governo do Estado.

 


Com a direita batendo cabeça e a volta de Lula ao jogo eleitoral das eleições presidenciais de 2026, as placas tectônicas da política começam a se movimentar de forma inusitada. Desde as eleições municipais passadas que a direita e o centro político se movimentam no sentido de construir um nome de consenso que possa disputar o pleito presidencial de 2026, em certo momento dado como uma oportunidade única de desbancar o PT do Palácio do Planalto. O senador Ciro Nogueira, durante uma entrevista recente, concedido ao Programa Livre, da Rede Bandeirante, afirmou que alguns movimentos da direita podem ser entendidos como um tiro no pé, onde critica ações que, no seu entendimento, serviram apenas para trazer Lula de volta ao jogo.  

O mais interessante de tudo é que as articulações da direta são encetadas ou lideradas pelo ex-presidente Michel Temer, do MDB, hoje um partido que passou a aventar uma aliança com o Planalto, em 2026. Historicamente, o PT sempre teve o apoio das chamadas oligarquias familiares regionais, mesmo a despeito da orientações oficiais, a exemplo das últimas eleições presidenciais. O que ocorre de novo agora é essa movimentação dos setores mais burocráticos da legenda, a exemplo do Presidente Nacional, Baleia Rossi, que afirmou que Lula, neste momento, tornou-se favorito para 2026. O MDB da Paraíba, comandado pelo família Vital do Rego, abriu amplas negociações com o prefeito da capital Cícero Lucena, que havia abandonado o Progressistas, depois que o partido não encampou sua candidatura ao Governo do Estado. 

Cícero Lucena, por sua vez, esteve em Brasília, conversando com a direção nacional do PT, o que se refletiu no comportamento da direção da legenda no plano estadual. Cida Ramos, por exemplo, afirmou que o partido não havia fechado as portas para o prefeito Cícero Lucena. Hoje, depois da filiação dele ao MDB, afirmou que o cenário político estadual muda sensivelmente, uma vez que o ingresso do gestor municipal coloca o partido como protagonista para as próximas eleições. São as voltas que a política dá, quando se sabe que, em tese, o PT já estaria fechado com o projeto de João Azevedo, socialista retinto, do PSB, daquele núcleo nacionalmente mais próximo do PT. Seria curioso que Cícero Lucena viesse a sustentar o palanque da reeleição de Lula no estado. 

domingo, 19 de outubro de 2025

Editorial: João Campos será candidato ao Governo do Estado em 2026

Crédito da Foto: Divulgação

Como estamos nos aproximando do final de ano, não surpreende que já comecem a aparecer algumas previsões sobre o futuro, inclusive uma sobre o prefeito do Recife, João Campos(PSB-PE), afirmando que ele não deverá ser candidato em 2026, uma vez que a governadora Raquel Lyra(PDS-PE) deverá equilibrar o jogo até outubro, em virtude dos milhões de recursos que dispõe para entregar obras à sociedade. O melhor para João Campos seria 2030. Sob certos aspectos, na realidade, o mais prudente para uma candidatura do jovem prefeito ao Palácio do Campo das Princesas seria mesmo 2030, num cenário político mais pulverizado, onde, em tese, ele teria mais chances. Apenas sob certos aspectos, uma vez que a candidatura do herdeiro político da família Campos\Arraes já está consolidada, sem chances de uma recuo. 

O próprio PSB, recentemente, oficializou tal pré-candidatura. A candidatura de João Campos hoje, assim como em épocas atrás, quando o jovem precisou entrar na política contingenciado pela morte prematura do pai, já não depende apenas de uma vontade pessoal. O aspecto positivo aqui é que, depois de um processo de hibernação quando iniciou a gestão no Palácio Capibaribe, ele tomou gosto pela política. Sua dedicação à coisa pública, o entusiasmo que demonstra em suas ações à frente da gestão não é apenas uma estratégia de marketing, com o propósito de aparecer bem nas redes sociais. Temos absoluta convicção que ele será candidato em 2026. 

Uma máxima da política, atribuída ao corajoso Ulisses Guimarães, preconiza que o político não pode se aproximar demais que não possa se afastar, tampouco posicionar-se tão distante que impeça uma reaproximação. Sugere-se que a governadora Raquel Lyra hoje considera estratégico mantar uma distância regulamentar do Palácio do Planalto, sobretudo porque as manobras de João Campos não permitirem um aproximação mais efetiva da governadora com o Governo Lula 3. Em um dos seus últimos pronunciamentos, por ocasião do Congresso do PCdoB, João Campos firmou o propósito de erguer o palanque da reeleição do morubixaba petista no estado. 

sábado, 18 de outubro de 2025

Editorial: Ciro Gomes deixa o PDT


O ex-Ministro Ciro Gomes deixa o PDT, depois dos eventuais arranjos deste partido no sentido de aliar-se ao projeto de reeleição de Elmano de Freitas(PT-CE), no Ceará. Íntegro, ético, preparado, preocupado com o destino país e de sua gente, o cearense, assim como o saudoso Leonel de Moura Brizola, merecia uma chance dos eleitores para governar o Brasil. Os eleitores nunca deram tal chance ao político cearense, que já se candidatou à Presidência da República por quatro vezes. Há quem sugira que ele possa tentar mais uma vez em 2026, possivelmente num arranjo de forças conservadoras, contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele que nunca ultrapassa a barreira dos 12% das intenções de voto sempre que colocou o seu nome ao escrutínio dos eleitores, surpreendentemente, numa pesquisa recente de um desses grandes instituto, aparece como aquele candidato que poderia derrotar o petista num eventual segundo turno. 

Mesmo com diálogo aberto com gente do Centrão e com o bolsonarismo mais moderado - inclusive do seu estado, o Ceará - não acreditamos que ele habilite-se novamente a um pleito presidencial. O mais provável é que ele dispute novamente o Palácio da Abolição, empreendendo todos os esforços para derrotar os petistas, com quem ele vive às turras. Talvez se reedite por ali uma aliança de centro-direita, reunindo do PSDB a setores bolsonaristas. Na realidade, é isto que está se desenhando no Ceará. Os tucanos desejam muito o passe do ex-governador Ciro Gomes, que, no passado, também liderou junto a Tasso uma batalha pela conquista do Palácio da Abolição. 

O PT vai dá toda carga para que isso não aconteça. O Ceará tornou-se um estado estratégico para aquela agremiação política. Como o desgaste na Bahia, aí sim é que esta condição se impõe. A entrega da SUDENE ao estado integra a consolidação deste projeto. Vamos ter uma disputa acirradíssima no estado em 2026. Chegou-se a especular, sobretudo depois que ele apareceu na cerimônia de formação da federação União Progressista, que ele poderia compor como vice de Tarcísio de Freitas. Mas, vamos logo avisando: Ciro não tem temperamento para vice. 

Editorial: O encontro entre Rubio e Vieira.



O que foi divulgado até este momento sobre o encontro entre o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, e o Secretário de Estado Norte-Americano, Marco Rubio, não nos permitem avaliar que se tratou de um encontro produtivo, embora tenha sido este o termo utilizado por Vieira para se referir ao assunto. Há muitas arestas na relação entre os dois países que ainda precisam ser aparadas. Como se tratou de um encontro fechado, onde os repórteres sequer puderam formular perguntas, há todo tipo de especulação em torno do assunto, como uma eventual tentativa atribuída a Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo, que teriam supostamente agido para evitar o encontro. Naquilo que é provável, enfatiza-se que Rubio teria reafirmado que a normalização da relação entre os dois países passa pela questão política. 

O encontro, que já havia sido agendado antes, ocorreu em meio ao recrudescimento da beligerância entre o Governo dos Estados Unidos e o Governo da Venezuela, com a possibilidade, inclusive, do emprego de tropas americanas em solo venezuelano. Em nota oficial, como seria esperado, Vieira comemorou bastante o encontro, dentro da praxe diplomática, mas não há elementos para sermos otimistas em torno do assunto, principalmente num momento em que se espera algum pronunciamento do Governo brasileiro em relação ao que vem ocorrendo com a Venezuela. É uma questão bem mais profunda, algo que não se resolveria num encontro de apenas 15 minutos, como se especula que durou a conversa entre Rubio e Vieira. 

Internamente, permanecem as faíscas ou labaredas da relação entre os Três Poderes da República, principalmente depois dessas últimas declarações de Lula. Hugo Motta foi vaiado num encontro da esquerda, algo que poderia se repetir, igualmente, se estivesse no encontro da Oposição. Eleito com um maciço apoio da direita, Hugo Motta optou por evitar maiores atritos com o Executivo. Tendo optado por indicar Jorge Messias para o STF, Lula agora enfrenta os amuos de Davi Alcolumbre, que fazia gestões pela indicação de Rodrigo Pacheco ao cargo deixado por Luís Roberto Barroso. 

quinta-feira, 16 de outubro de 2025

Editorial: Trump dá sinal verde às operações da CIA na Venezuela.


O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu o sinal verde para as operações da CIA em território venezuelano. A notícia saiu no prestigiado The New Yorker Times, num primeiro momento, mas foi confirmada oficialmente depois.  Trata-se de uma agressão ao continente latino-americano, num momento delicado, quando o Brasil, por exemplo, conseguiu, depois de um penoso esforço, reabrir as negociações comerciais com o Governo dos Estados Unidos. Já está agendado uma reunião entre Marco Rubio, Secretário de Estado, e Mauro Vieira, Ministro das Relações Exteriores. Nos últimos meses, sobretudo em razão dessas indisposições diplomáticas, o Governo Lula reabriu o diálogo com os vizinhos, inclusive com a Venezuela, numa reação natural. 

Agora, diante de uma possível agressão dos Estados Unidos àquele país, o Brasil se sente contingenciado a adotar uma posição de contraponto, afinada diplomaticamente - e talvez militarmente - às eventuais de violações da soberania daquele país. Sabe-se que, diplomaticamente, a situação no continente é bastante complicada, uma vez que, no contexto da geopolítica mundial, as américas estão sob a área de influência do Tio Sam. As evidências indicam que há uma tendência no sentido de deposição do Governo da Venezuela. Todos sabem o que significa uma agência de inteligência ser autorizada a agir formalmente. Não custa lembrar o que ocorreu com o Chile na década de 70 ou mesmo em Cuba, pouco tempo depois do êxito da Revolução, quando a agência de inteligência americana reuniu mercenários na Baía dos Porcos para tentar derrubar o Governo de Fidel Castro

O que está ocorrendo na Venezuela já havia sido previsto por alguns assessores diretos do Governo Lula 3, ou seja, o Prêmio Nobel da Paz  concedido à oposicionista Maria Corina Machado recrudesceria as ações dos Estados Unidos contra o Governo da Venezuela. Para completar o enredo, Maria Corina, num ato infeliz ou premeditado, ofereceu o prêmio ao Presidente Norte Americano, Donald Trump. É só uma questão de tempo, onde não se sabe se antes o Governo de Lula reúna as condições de aparar as arestas no campo das relações econômicas entre os dois países, sobretudo em se sabendo que, antes o problema fosse apenas de natureza econômica. Não é. 

Charge! Renato Aroeira via Brasil 247

 


Charge! Renato Aroeira via Brasil 247

 


Editorial: Jorge Messias deve ocupar a vaga deixada por Barroso no STF.



O Ministro-Chefe da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, deve ser mesmo indicado para assumir a vaga deixada pelo ministro Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal. Lula teria revelado esta posição junto a interlocutores mais próximos. Pesa em favor de Messias, uma fidelidade a toda prova ao chefe Lula, desde os tempos do Grupo Prerrogativas. Depois, Messias encaixa-se perfeitamente no figurino do perfil dos nomes indicados à Suprema Corte mais recentemente. Há, nos bastidores ou corredores de Brasília, uma intensa movimentação entre outros aspirantes à indicação, mas nenhum deles, conforme afirmamos, com o perfil de Messias.  Rodrigo Pacheco e Paulo Dantas correm noutra raia, tendo que amargar a dianteira de Messias na corrida à vaga. Há amplos setores do Planalto que apoiam a indicação do advogado do Prerrogativas. 

Segundo dizem, Pacheco tem um padrinho forte, o atual Presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre que, mesmo diante das dificuldades do seu partido com o Planalto, o União Brasil - que praticamente deixou a base de apoio do Governo -  apadrinha a indicação de Rodrigo Pacheco ao cargo. O MDB também se movimenta no sentido de indicar o nome do Ministro do Tribunal de Contas, Paulo Dantas, o que poderia abrir uma vaga para Rodrigo Pacheco no TCU. Esta talvez fosse a decisão menos traumática, uma vez que setores do MDB estão propensos a apoiarem o projeto de reeleição de Lula, em 2026. Por outro lado, seria encontrada uma solução para Rodrigo Pacheco, uma vez que os arranjos políticos nas alterosas estão bastante complicados. O TCU, como se sabe, seria um pouso seguro para o ex-presidente do Senado Federal, a quem o Planalto deve muitos favores.  

Hoje, 16, também é dia de reunião da CPMI do INSS, que deve aprovar o requerimento de convocação do Frei Chico, algo que está produzindo ranhuras entre os membros da Oposição e do Governo. Acreditamos que sua convocação será aprovada, a despeito da tropa de choque que o Planalto deve montar para evitá-la. Salvo melhor juízo, hoje é dia de audiência com um servidor do órgão. Vamos torcer que ele não venha escudado num daqueles habeas corpus, onde os convocados se negam a falar até coisas banais, como o ano em que ingressou no Serviço Público. 

quarta-feira, 15 de outubro de 2025

Editorial: Trem de passageiros ligando Recife a João Pessoa.



Notícias boas são raras nesses tempos bicudos que atravessamos. Mas hoje, 15, líamos uma notícia muito interessante acerca da retomada da malha ferroviária brasileira, o que o Governo Lula 3 já havia insinuado com algumas medidas, mas agora o assunto entra verdadeiramente nos trilhos do Palácio do Planalto, já com recursos previstos, no contexto do Plano Nacional de Logística. Conforme observou o presidente da estatal Infra S.A, Jorge Bastos, numa série de debates promovidos pelo jornal Valor Econômico, onde o assunto foi discutido. A uma série de projetos em andamento, a exemplo da Transnordestina, mas desta vez estamos falando de um plano bem mais amplo, que contemporiza o transporte de cargas e passageiros, ligando as principais capitais do país. 

O projeto teria início com uma malha ferroviária interligando as capitais do Recife e João Pessoa. Somos fascinados por trens e estações ferroviárias. Um dos textos que sempre retomamos a leitura é o romance Pureza, do escritor paraibano José Lins do Rego, muito em razão do fato de que o romance se passa numa estação ferroviária. Aliás, na cumplicidade literária estabelecida entre o escritor e o antropólogo Gilberto Freyre, ambos vão concordar que este é o melhor romance produzido pelo paraibano, onde ele exerce mais criatividade do que memória, a exemplo dos textos do Ciclo da Cana- de- Açúcar.  Mas, voltemos aos trilhos. Iniciativa elogiável esta do Governo Federal, merecedora de nosso incentivo, não apenas por nossa paixão pelo tema, mas, sobretudo, em razão dos benefícios de logística proporcionados por este transporte, principalmente o de cargas, hoje conduzidas por malhas rodoviárias precárias, mal conservadas, sem falar nas ações dos bandoleiros saqueando-as. 

E, por iniciar essas conversas tratando de logística, realmente causou estranheza um pronunciamento do Ministro de Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho, onde ele se mostra incrédulo com o fato de a governadora Raquel Lyra recusar uma oferta da ordem de R$ 150 milhões de reais para a retomada das obras de reconstrução do Aeroporto de Caruaru. Surpreende mais ainda quando se considera uma declaração recente da governadora, onde ele afirma que o presidente Lula tem sido muito generoso com Pernambuco. Sílvio é cotado para candidatar-se ao Senado Federal nas próximas eleições, integrando a chapa do principal adversário ao projeto de reeleição da governadora, o prefeito do Recife, João Campos(PSB-PE).