pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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sábado, 27 de setembro de 2025

Editorial: Celso Sabino deixa o Ministério do Turismo.


O Ministro do Turismo, Celso Sabino, depois de uma conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, resolveu entregar o cargo. Há uma resolução do seu partido, o União Brasil, no sentido de desembarcar do Governo Lula 3, algo que deve ter pesado em sua decisão. A decisão de Sabino, aliás, informa que a resolução é para valer, uma vez que o ministro relutava em entregar o cargo, afirmando, em declarações anteriores, que não eram todos os membros da legenda que haviam tomado a decisão do desembarque. Ao que se sabe, em razão da COP 30, ele permanecerá no cargo por mais alguns dias, algo ajustado com o Planalto. Diante desses novos fatos, ainda ontem começaram as especulações em torno de um substituto de Sabino na pasta do Turismo. 

Nos escaninhos da política, comenta-se que o Presidente Nacional do PSD, Gilberto Kassab, articula-se para indicar alguém da legenda para assumir a pasta. Kassab reclama de uma espécie de subrepresentação do seu partido no Planalto, mas, por outro lado, seu nome hoje está vinculado umbilicalmente às movimentações em torno da composição de nome para disputar as eleições presidenciais de 2026, em oposição ao Planalto, que pode ser Ratinho Junior ou Eduardo Leite, uma vez que Tarcísio de Freitas hoje concentra seus esforços numa reeleição ao Palácio dos Bandeirantes. Tarcísio encontra enormes dificuldades de costurar algum consenso em torno do seu nome, principalmente junto ao clã Bolsonaro que, na ausência do capitão, prefere uma solução caseira. 

A revista Veja desta semana traz uma matéria sobre os problemas de infraestrutura relacionados à realização da COP30. O esforço é também no campo diplomático, uma vez que muitas delegações desistiram do evento, em razão dos preços abusivos cobrados pela rede hoteleira local. Aliás, os leitores entendam por "rede hoteleira" as opções de locações de forma generalizadas, quando se sabe que muitos moradores de Belém resolveram disponibilizar seus imóveis para aluguel de temporada. Há um caso de um hotel simples, cuja diária cobrada era de R$ 70, 00, que passou a estipular o preço em R$ 6.500. Assim não tem COP30 que aguente. 


Charge! Kleber Sales via Correio Braziliense

 


sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Charge! Renato Aroeira via Brasil 247

 


Editorial: Aprovação de Lula é superior à desaprovação.



O título deste editorial seria "Lula fecha a boca do jacaré", numa alusão a um jargão utilizado entre os pesquisadores para se referirem ao fato de que os índices de aprovação e de desaprovação de um governante estão se encontrando. Na realidade, os índices negativos e positivos seriam mais apropriados. Ninguém iria entender, muito menos o SEO recomendaria a busca de um editorial com este título. Na realidade, estamos tratando aqui da última pesquisa sobre a aprovação do Governo Lula 3, realizada pelo Instituto IPESP, que aponta que os índices de aprovação do petista, pela primeira vez, depois de um longo e doloroso inverno, supera os números negativos, ou seja, enquanto 50% dos entrevistados o aprovam, 48% da população continua desaprovação o seu Governo. 

Conforme já expusemos num momento anterior, há vários fatores que podem estar contribuindo para a melhoria desses índices, a exemplo do aumento da oferta de empregos formais, assim como o refresco das gôndolas dos supermercados. O Governo aposta todas as fichas na exaltação do sentimento de soberania nacional, enfatizado depois das indisposições com o Governo dos Estados Unidos. Hoje, o idioma da comunicação institucional é o soberanês. Comenta-se, à boca miúda, que Lula talvez não estivesse assim tão entusiasmada em razão da tal química a qual se refere o presidente Donald Trump. A indisposição diplomática colocou Lula no jogo novamente, conforme observou o ex-presidente Michel Temer. 

A ancoragem do aumento desses índices de popularidade ainda é sustentada em fatores frágeis. A tal "química" e a abertura da possibilidade de um diálogo com os Estados Unidos sobre as tarifas aplicadas aos produtos de exportação brasileiros foi algo festejada por inúmeros produtores nacionais, com a corda no pescoço em razão das dificuldades que estão enfrentando. A médio e longo prazo melhor seria a retomada desse diálogo e um ajuste republicano nos padrões de relações econômicas entre os dois países. Alguém já andou afirmando que essa tal química é só balela. Na realidade, vem chumbo grosso por aí, minimizando os efeitos do soberanês. 


quinta-feira, 25 de setembro de 2025

Editorial: Cícero Lucena lidera em todos os cenários para o Governo da Paraíba.


Repercute bastante hoje, dia 25, no Estado da Paraíba, uma pesquisa do Instituto CNN\Real Time Big Data a liderança - em alguns simulações até folgada - do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, ao Governo do Estado, nas eleições de 2026. Cícero é daqueles políticos que saem e nunca fecham as portas. Embora tenha deixado o PP recentemente, partido cujo candidato conta com o apoio do grupo de João Azevedo, através do pré-candidato Lucas Ribeiro, do PP - já sacramentado como o nome que representará as forças governistas nas eleições de 2026 - Cícero ainda considerou a possibilidade de continuar apoiando o nome de João Azevedo ao Senado Federal. João Azevedo, aliás, lidera a pesquisa ao Senado Federal. 

Não sabemos se tal pesquisa terá o poder de mudar os rumos de acomodação de forças que devem disputar o Palácio da Redenção, em 2026. Hoje, a candidatura de Cícero caminha para a oposição, embora exista um flerte com o PT, articulado, inclusive, no plano nacional. Cícero manteve recentemente um diálogo com o Presidente Nacional da legenda, Edinho Silva. Em declaração recente, o senador Veneziano Vital do Rego(MDB-PB), considerou a possibilidade de o prefeito da capital segurar o palanque de Lula no estado. Conversando com Deus e com o Diabo, hoje, 25, a Presidente Estadual do PT, Cida Ramos, já confirmou que as portas estão abertas para um diálogo com o prefeito. 

As costuras estão em pleno vapor. Existe a possibilidade de uma articulação entre Cícero e o PSD, hoje sob a hegemonia da família Cunha Lima no estado. Há uma grande expectativa em torno da possibilidade de uma candidatura de Pedro Cunha Lima, muito alimentada pelo Presidente Nacional do PSD, Gilberto Kassab. O quadro, no geral, continua nublado, mas, diante deste incentivo das pesquisas, a candidatura de Cícero Lucena ao Palácio Redenção é irreversível. 

Charge! Kleber Alves via Correio Braziliense.

 


Editorial: Antônio Carlos Camilo Antunes na CPMI do INSS


Estamos aguardando o depoimento do senhor Antônio Carlos Camilo Antunes, agendada para hoje, dia 25, em audiência na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, instaurada para apurar fraudes e irregularidades no INSS. Difícil fazer alguma previsão sobre o resultado desta audiência, mas as previsões não são alvissareiras, em razão da complexidade dessa trama que envolveu uma fraude gigantesca, orquestrada contra humildes aposentados, articulada por agentes públicos e privados. Trata-se de uma operação sistêmica, orgânica, sendo absolutamente inócua esta narrativa de tentar imputar a este ou aquele governo a responsabilidade sobre essas fraudes. Está se tornando cansativo ouvir o representante do Governo Lula 3, o deputado federal Paulo Pimenta, tentar imputar ao Governo Bolsonaro a responsabilidade por esses desmandos. Não convence ninguém, uma vez que as fraudes perpassaram por diversos governos, agentes privados, instituições, inclusive com a suspeita de propinas pagas a políticos. 

Esta CPMI vem realizando um trabalho republicano da maior relevância, uma vez que pode contribuir para apontar responsáveis, fazer justiças aos lesados e, principalmente, propor a criação de mecanismos pelos quais isso possa ser minimizados no futuro. É a grande importância desta CPMI, ou seja, fechar o duto por onde migraram bilhões de recursos da autarquia para mãos indevidas. Este montante inicial, estimado em R$ 6, 3 bilhões,  possivelmente é subestimado. O relator da CPMI, o deputado alagoano Alfredo Gaspar, com sua experiência de promotor público, uma homem público honrado, começou a sua fala de forma incisiva, produzindo um princípio de tumulto durante os trabalhos, uma vez que Antônio Carlos Camilo já se antecipou que não responderia às suas perguntas. 

Cheio de melindres, Antônio Carlos, possivelmente, não irá responder às perguntas embaraçosas. A decisão do seu advogado em não responder às perguntas do relator é um indício seguro de que ele se manterá em silêncio. O enredo é nebuloso, pois suspeita que a rede de proteção seja imensa, contando com eventuais vazamentos de operações da Polícia Federal e órgãos de controle e fiscalização. Realmente, não deixa de ser um fato que precisa ser melhor esclarecido a presença do senhor Antônio Carlos Camilo numa reunião, até relativamente recente, com dirigentes do INSS. 


quarta-feira, 24 de setembro de 2025

Charge! Kleber via Correio Braziliense.

 


Editorial: Cícero no palanque de Lula em 2026?



Depois do seu regresso de Santiago de Compostela, o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena(Sem Partido), segue em sua peregrinação, desta vez junto aos partidos e correligionários da política local. Manteve um contato recente com o senador Veneziano Vital do Rego, do MDB, que vê a possibilidade de se articular o palanque de Lula no estado com o seu apoio. Hoje, 24, as conversas foram no plano nacional, desta vez com Edinho Silva, Presidente Nacional do PT. A grande especulação do momento no estado é sobre o destino do prefeito, depois que ele abandonou o PP, pelo qual foi eleito em 2020 e 2024 prefeito da capital paraibana. 

O MDB seria um caminho mais provável para o prefeito Cícero Lucena, uma vez que o PT seria uma guinada muito radical, o que não combina com o seu perfil centrista. Ademais, o PT local, hoje comandado pela deputada estadual Cida Ramos, inclina-se a apoiar o nome de Lucas Ribeiro(PP-PB) ao Governo do Estado, sob as bençãos de João Azevedo(PSB-PB), que deve disputar uma das vagas ao Senado Federal. Os arranjos são complicados, uma vez que João conta com o apoio do PSB para o seu projeto político, hoje um dos partidos mais alinhados ao projeto de reeleição de Lula. Nos escaninhos, inclusive, aventa-se a possibilidade de o presidente Lula se vê contingenciado a "rifar" um dos candidatos ao Senado Federal no estado, em razão de acordos costurados com o Presidente da Câmara Federal, Hugo Motta. 

Sabe-se, por outro lado, que Cícero tem capital político suficiente para pleitear o Palácio Redenção e irá disputar o Governo do Estado, possivelmente pela oposição, dada a acomodação de forças deste momento, onde não se cogita uma reavaliação do nome do vice Lucas Ribeiro dentro das hostes governistas. Muita gente do PP, aliás, já desembarcou da Prefeitura de João Pessoa. É um caminho que não tem mais volta. O curioso é que Cícero sempre manteve excelente parceria com o Governo Estadual, sendo interessante observar como ele construirá uma narrativa de posicionamentos críticos. 

Charge! Thiago via Jornal do Commércio.

 




Editorial: A química entre Trump e Lula.



Com a presença do presidente brasileiro na sede das Nações Unidas, em Nova York, o presidente americano, Donald Trump, resolveu fazer um gesto que indica que ele está aberto ao diálogo com o Governo brasileiro. Este gesto tem sido interpretado sob os mais distintos prismas, até mesmo como uma armadilha diplomática para Lula, uma vez que o aprofundamento do diálogo ou talvez a mudança de postura do presidente americano implicasse numa última sinalização de Donald Trump ao petista, no sentido de que o presidente brasileiro possa acenar com algumas concessões, a exemplo de aplainar o discurso sobre a soberania. Há um consenso generalizado de que esta conversa já deveria ter ocorrido, mas, em todo caso, chega num bom momento. No dia de ontem, por exemplo, ficamos sabendo que produtores do Espírito Santo estavam festejando a possibilidade alguns ajustes na imposição das tarifas impostas aos produtos locais. 

A expectativa deve ser grande em todo o país. Há alguns sérios problemas relativos aos nossos produtos de exportação, mesmo depois que as autoridades americanas retiraram muitos produtos da lista inicial. As relações diplomáticas entre os dois países nunca estiveram tão ruins. Especulou-se até mesmo sobre a possibilidade de nossa embaixadora naquela país, Maria Luiza Vieira Viotti, ser chamada de volta. Mesmo acenando para um eventual diálogo, até recentemente os Estados Unidos ampliaram os seus tentáculos jurídicos sobre a família do Ministro Alexandre de Moraes, atingindo a sua esposa. Isso significa que alguns pontos não estarão na mesa de negociações, embora a pauta econômica seja prioritária. 

O curioso é que há aqueles que torcem para o quanto pior, melhor. É o caso daqueles brasileiros que atuam em solo americano contra os interesses do país, em relação aos quais a Procuradoria-Geral da República já está tomando as providências. A notícia boa é que o clamor das ruas, aliado ao bom senso de alguns parlamentes, a exemplo do senador Alessandro Vieira, relator da famigerada PEC da Blindagem, possa fazer refluir essa autoproteção àqueles parlamentares que não honram os votos dos seus eleitores. 


terça-feira, 23 de setembro de 2025

Editorial: Depois de alguns erros de avaliação, Tarcísio de Freitas se concentra em seu reduto.


O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas(Republicanos-SP) cometeu alguns equívocos graves de posicionamento nos últimos meses. Esses erros de avaliação podem ser determinante para sepultar alguns projetos políticos, mesmo quando o sujeito já havia sido "verificado". Isso não quer dizer ainda que ele não possa voltar à cena e habilitar-se a um projeto presidencial, em 2026, mas, em princípio, ele passou a se concentrar na miudeza, priorizando o pássaro na gaiola, que aqui pode ser traduzido como uma reeleição quase certa para continuar ocupando o Palácio dos Bandeirantes por mais 04 anos. Numa das últimas mobilizações da direita, Tarcísio jogou todas as suas fichas numa perspectiva de surgir como aquele político que substituiria o ex-presidente Jair Bolsonaro, não tendo nenhum pudor em se colocar contra o sistema, defendendo fervorosamente o Projeto de Anistia aos envolvidos na tentativa de golpe de Estado. 

Esta foi a linha que ele ousou cruzar e que talvez, até em razão das mobilizações populares do último domingo, tenha-o  conduzido  a uma reflexão mais consistente sobre o assunto. Estamos diante de um bom parâmetro: as ruas, conforme advertia o velho e saudoso Ulisses Guimarães. Nã0 se pode minimizar, no entanto, os arranjos conservadores para 2026, onde ele figura como uma persona que atende e incorpora  uma série de pré-requisitos, inclusive contando com o beneplácito duas  eminências pardas da política nacional, o ex-presidente Michel Temer e o Presidente Nacional do PSD, Gilberto Kassab, costura que acena para o seu nome já desde as últimas eleições municipais em São Paulo. 

Outro fator determinante para esse recolhimento aos aposentos está relacionado às dificuldades de se construir algum consenso dentro dos grupos de direita no país, principalmente aquele que circula no entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro. Mesmo sensivelmente fragilizado, inelegível, doente e condenado, o clã-Bolsonaro não admite discussões em torno de um herdeiro do seu capital político. A luta da família ainda está centrada no propósito de reabilitá-lo politicamente para as eleições presidenciais de 2026. 


Charge! Kleber Sales via Correio Braziliense

 


segunda-feira, 22 de setembro de 2025

Editorial: PEC da Blindagem: Por que a população está insatisfeita?

 


A Proposta de Emenda Constitucional conhecida como PEC da Blindagem vem despertando fortes críticas em diferentes setores da sociedade. A população tem manifestado insatisfação ao perceber que o projeto, em vez de garantir transparência e fortalecimento democrático, pode abrir caminho para privilégios políticos e a redução da fiscalização sobre autoridades. Muitos entendem que, ao invés de proteger o interesse público, a medida fortalece a impunidade e distancia os representantes de seus eleitores. E isso é a mais pura verdade, sobretudo quando consideramos as fragilidades já inerentes do nosso sistema político, repleto de jeitinhos e maneirismos conhecidos. 

O sentimento de indignação se reflete nas redes sociais, em manifestações populares e em declarações de especialistas que denunciam o risco de retrocessos institucionais. Para a opinião pública, a PEC simboliza um afastamento da ética na política e da responsabilidade com os recursos públicos. A blindagem de parlamentares e autoridades, se aprovada, poderia comprometer a confiança nas instituições e aumentar a descrença na Justiça. Esse cenário de insatisfação mostra que a população está cada vez mais atenta e crítica às decisões políticas. 

O debate sobre a PEC da Blindagem reforça a necessidade de um Estado comprometido com a moralidade, a transparência e o combate à corrupção. Caso contrário, a aprovação desse tipo de proposta pode intensificar a crise de representatividade e agravar o distanciamento entre sociedade e classe política. Um bom exemplo dos desmandos produzidos pelos afrouxamentos das regras de controle e fiscalização dos atos dos homens públicos é a pilha de emendas parlamentares retidas no STF em razão dos graves indícios de irregularidades que a Polícia Federal está apurando, por determinação do Ministro Flávio Dino. 

Editorial: Com as baterias recarregadas, Cícero retorna à capital para definir seu rumo político.

Crédito da Foto: ClickPB


O prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, retornou à capital, depois de uma peregrinação por Santiago de Compostela. Antes de sua partido, pediu desfiliação do PP, partido pelo qual foi eleito em 2020 e 2024. Cícero é candidatíssimo ao Governo do Estado, em 2026, mas especula-se bastante sobre o conjunto de forças que poderão ancorar esse seu projeto. Cícero transita por todas as tribos políticas do estado. Praticamente não possui arestas irreconciliáveis com nenhum grupo político, mas, nesses momentos, as vaidades pessoais costumam superar os arranjos políticos. Há uma profusão de nomes de candidatos à cadeira do Palácio Redenção. Cícero ficou bastante insatisfeito como o seu partido, o PP, teria administrado essas articulações junto ao governador João Azevedo, que já bateu o martelo sobre o nome do vice, Lucas Ribeiro(PP-PB), que deverá disputar o governo pelo grupo político do governador, inclusive com o apoio do PT. 

Difícil fazer aqui alguma previsão sobre o partido ao qual Cícero pretende filiar-se, uma vez que os partidos mais prováveis acenam com candidatura própria ao Palácio Redenção. Não deixa de ser curioso, no entanto, ele ter assegurado o apoio ao nome de João Azevedo(PSB-PB), que concorre ao Senado Federal. Andou circulando no meio político local dados de uma pesquisa que apontam o ex-governador e ex-senador Cássio Cunha Lima, como bem-posicionado na disputa local por uma vaga ao Senado Federal. Cássio hoje cuida de afazeres menos espinhosos, mas já disse que estaria disposto a voltar à cena para ajudar o filho, Pedro Cunha Lima(PSD-PB), que pretende disputar o Governo do Estado. 

Por uma questão de coerência, muitos assessores de Cícero Lucena na Prefeitura de João Pessoa, ligados ao PP, deixaram os seus cargos. Houve uma espécie de desembarque. Outros, no entanto, aguardam a portaria no Diário Oficial, que talvez nem saia, uma vez que, sobretudo depois de Santiago, o prefeito está menos propenso às retaliações. Cícero deve abrir um canal de diálogo com o MDB, de Veneziano Vital, o PSD, da família Cunha Lima, e, quem sabe, até com Efraim de Moraes, do União Brasil, que já definiu sua pré-candidatura ao Palácio Redenção. Como essas coisas da política são complicadas. O PP e o União Brasil formaram uma federação, a União Progressista. Em tese, há dois candidatos da federação ao Governo do Estado.  

Editorial: Flopou ou não flopou? Não flopou!


Há sempre uma guerra de narrativas quando ocorrem manifestações de rua no país, sejam aquelas ensejadas pela direita, seja aquelas ensejadas pela esquerda. A esquerda manteve a hegemonia das ruas durante décadas no país, mas, principalmente a partir de 2013, começou a perder terreno, no bojo das mobilizações que começaram com um simples protesto me razão do aumento do bilhete de passagem do transporte coletivo. O jogo se manteve assim durante um bom tempo, com avenidas, praças e praias conhecidas enfeitadas de verde e amarelo, as cores adotadas pelo bolsonarismo. Ontem, 21, no entanto, o cenário começou a mudar. Convocadas para protestar contra a PEC da Blindagem e contra o PL da Anistia, as manifestações organizadas por partidos, artistas e movimentos de esquerda conseguiram mobilizar uma quantidade expressiva de pessoas  neste domingo. 

É preciso analisar, neste caso, aqueles ingredientes a mais - e não estamos aqui falando de Gil, Paulinho da Viola, Caetano Veloso ou Chico Buarque - que possam ter suscitado na população o desejo de se posicionarem contra algumas dessas excrescências ou propostas indecentes que estão circulando nos corredores da capital federal, traduzidas por seus articuladores como um movimento de pacificação do país. Em si, a pacificação é bem-vinda. O país não suporta tanta indisposição entre os Três Poderes da República, uma tendência que parece recrudescer cada vez mais. Possivelmente, no entanto, o caminho não seria dando tapinhas nas costas de golpistas ou abrindo as porteiras para as farras de ilicitudes, algo que já ocorre sob vigilância ostensiva. Imaginem os senhores uma licenciosidade generalizada. 

Já existe um sentimento de arrependimento entre os políticos que votaram a favor da PEC da Blindagem na Câmara dos Deputados. A tendência é que tal PEC não seja referendada quando apreciada pelo Senado Federal. O senador Alessandro Vieira(MDB-SE), relator da mesma, já antecipou que se posicionará contrário à sua aprovação, o que não se constitui nenhuma surpresa quando consideramos a sua agenda de atuação como homem público. Alessandro Vieira foi delegado de polícia e deve saber muito bem o que significa para os mal- intencionados essas brechas ou afrouxamentos da legislação. Se os gatunos do erário já agem à revelia da lei, imaginem diante dessas licenciosidades. 

domingo, 21 de setembro de 2025

Editorial: Lula na ONU

 


A mais recente visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Organização das Nações Unidas (ONU) ocorre em um contexto de crescente desgaste diplomático entre o Brasil e um dos seus principais parceiros internacionais, os Estados Unidos. O discurso de Lula buscará projetar uma imagem de liderança global, defendendo temas como a sustentabilidade, a democracia e a redução das desigualdades. No entanto, a recepção será marcada por sinais de distanciamento, revelando que a sintonia entre os dois países já não é a mesma faz algum tempo. O Governo Americano impôs limites de deslocamentos ao Ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Diante das circunstâncias adversas, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, optou por não acompanhar a comitiva brasileira, a pretexto de se empenhar na aprovação da isenção do IR para quem ganha até cinco mil reais. 

Especialistas avaliam que as divergências recentes em áreas como política externa, comércio internacional e questões ambientais têm dificultado o alinhamento diplomático. Embora Lula tenha reiterado a importância do diálogo multilateral, a postura crítica em relação a algumas potências pode ter contribuído para o aumento da tensão. O cenário indica que, apesar dos esforços de aproximação, há uma percepção mútua de desconfiança que compromete avanços mais consistentes. Na realidade, a tendência é de um recrudescimento desse distanciamento, na medida em que o Governo Lula 3 demonstra independência, como o fez recentemente o próprio presidente, em artigo publicado no jornal The New York Times. 

Nesse contexto, a presença de Lula na ONU não apenas reforça sua tentativa de reposicionar o Brasil no cenário global, mas também expõe os desafios de manter relações equilibradas diante de interesses conflitantes. O futuro do relacionamento entre os dois países dependerá da capacidade de ambos em encontrar pontos de convergência e de superar as barreiras criadas por questões ideológicas e estratégicas. O que ocorrerá na ONU é, portanto, um reflexo claro do atual momento de desgaste político-diplomático entre os dois países. 



Editorial: Os movimentos de João Campos.

 



A campanha eleitoral de 2026 já está definitivamente nas ruas. Na semana passada, o prefeito do Recife, João Campos, esteve num périplo por cidades da região do Agreste, inclusive tomando o café da manhã com políticos na terra da governadora Raquel Lyra, Caruaru. Nessas cidades, o prefeito esteve acompanhado dos eventuais candidatos ao Senado Federal em sua chapa, o ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho(UB-PE), e o Ministro dos Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho(Republicanos-PE). Para minimizar as especulações em torno da composição da chapa, João esteve acompanhado do senador Humberto Costa(PT-PE) inaugurando obras no Recife. Na condição de presidente nacional do PSB, o prefeito João Campos já declarou que irá orientar a bancada de senadores do partido a votarem contra a PEC da Blindagem, possivelmente algo que deixou de ser enfatizado em relação à votação na Câmara dos Deputados, onde o seu irmão, Pedro Campos(PSB-PE), teria votado a favor da PEC. 

Outro dia um articulista de política estava lembrando a alegoria do cobertor curto para enfatizar que, no afã de cumprir agendas no interior do estado, com base em seu projeto para as eleições de 2026, o prefeito pudesse estar esquecendo os problemas da cidade do Recife. Na verdade, ao escolher Victor Marques como vice - alguém que conhece bem o azeite da máquina do Palácio Capibaribe - João já teria tomado as precauções neste sentido. Em todo caso, o olho do dono é quem engorda a novilha. Embora a premissa possa não ser a mais feliz num contexto republicano - onde ele não é o dono de nada - preocupações desta natureza talvez se apliquem aos governantes de turno. 

O arranjo com o grupo Coelho, principalmente depois das últimas rusgas entre a União Progressista e o Palácio do Planalto, tornam-se cada vez mais complicadas. João vem cumprindo o compromisso de empoderar Miguel Coelho, mas tanto aqui como alhures já existe uma definição que indica a impossibilidade de a União Progressista apoiar o projeto de reeleição de Lula, em 2026. Aqui, o grupo que controla a Federação, liderado pelo deputado federal Eduardo da Fonte, está cada vez mais próximo do Palácio do Campo das Princesas. 

Charge! Renato Aroeira via Brasil 247

 


Editorial: Senador Alessandro Vieira será o relator da PEC da Blindagem.


O Senador Alessandro Vieira, do MDB de Sergipe, será o relator da famigerada PEC da Blindagem na CCJ do Senado Federal. Ex-Delegado da Polícia Civil do seu estado, Alessandro Vieira é um desses homens públicos que honram o seu mandato. Já antecipou que irá propor a rejeição da PEC. Há uma grande insatisfação da população com essas manobras ardilosas de alguns parlamentares que tentam, na realidade, a impunidade para as suas práticas ilícitas com recursos do erário. Esse pessoal deve satisfação aos seus eleitores - cujos impostos pagam seus salários e financiam a atuação deles no parlamento - e, de maneira nenhuma, podem criar expedientes que impeçam a fiscalização e controle de suas ações pela sociedade. 

Na realidade, a PEC da Blindagem é apenas uma dessas excrescências. Existem outras duas, a exemplo do Orçamento Secreto e do PL da Anistia, que hoje se tenta aplainar para esta tal de dosimetria. Hoje, 21, estão sendo programadas mobilizações populares por todo o Brasil contra o PL da Anistia e a PEC da Blindagem. Em algumas praças, a exemplo de Copacabana, com a presença de artistas consagrados, a exemplo de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Chico Buarque de Holanda. Amanhã, dia, 22, provavelmente teremos uma batalha campal sobre o flopou ou não flopou pelas redes sociais, envolvendo as torcidas organizadas do petismo e do bolsonarismo. Mas vamos em frente. Faz parte do jogo político. 

Amanhã, a partir das 16h:00, a CPMI do INSS retoma os seus trabalhos que, dependendo da programação, pode entrar pela madrugada, algo que já se tornou rotina. A população acompanha com muita atenção esta CPMI, que vem sendo muito conduzida pelo presidente, o senador Carlos Viana, do Podemos de Minas Gerais, e pelo deputado alagoano, Alfredo Gastar, do União Brasil, na relatoria. Muito satisfeito com a condução dos trabalhos, sobretudo em razão do foco e dos objetivos das investigações, independentemente das colorações ideológicas. Na última reunião travou-se um entrevero com o relator em relação ao Seguro Defeso, mas, sinceramente, as coisas aparecem tão cabeludas por aqui que já recomendariam uma outra CPMI.  

sábado, 20 de setembro de 2025

Editorial: Temer, Aécio e Paulinho. O grande encontro de pacificação?


Em política, a gente precisa ficar muito atento às movimentações dos atores. Um cochilo ou deslize aqui pode determinar uma oportunidade perdida, uma chance desperdiçada. Mesmo sabendo das resistência do Executivo e do Judiciário, o Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, sugere-se que resolveu fazer alguns afagos na barulhenta Oposição. O ex-presidente Michel Temer, hoje um dos atores políticos mais poderosos do país, reuniu-se recentemente com os deputados federais Aécio Neves(PSDB-MG) e Paulinho da Força(Solidariedade-SP). No cardápio do encontro, uma discussão sobre o polêmico PL da Anistia, que pode ser transformado no PL da Dosimetria. 

As articulações já estariam costuradas junto ao STF, instância de poder onde as interlocuções de Michel Temer estão azeitadas, assim como junto ao Executivo, que já sinalou que está disposto a discutir não uma anistia ampla, geral e irrestrita, mas as penas aplicadas aos envolvidos. Exceto, talvez, ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Sinceramente? Não confiamos que algo de minimamente positivo possa sair deste encontro, amplamente rejeitado pela direita, que disse que não está disposta a discutir o que quer que seja que não preveja o liberou geral. Estamos aqui diante de um grande impasse, uma vez a proposta original não tem a menor chance de viabilizar-se, seja pela contraposição do Executivo, seja pela resistência do STF, que já declarou que a proposta é inconstitucional. 

Há uma enorme imprevisibilidade no cenário político brasileiro e isso não recomenda muito bem. Autoridades públicas brasileiras estão tendo dificuldades de serem recebidas em solo americano para tratarem de assuntos institucionais, numa evidência de profundo desgaste diplomático entre os dois países. O que se sugere como previsível mesmo é o esgarçamento do desgaste nos padrões de relações entre os Três Poderes da República. 

Editorial: Mobilizações nacionais contra a PEC da Blindagem.



A PEC da Blindagem é mais uma dessas excrescências que circulam livremente pelos corredores da capital federal, causando indignações apenas entre homens públicos honrados e junto à população, que financia o sistema político com seus impostos e daria a esses representantes, consoante o que está sendo proposto, um salvo conduto para agirem livremente e não serem alcançados pelas malhas da Justiça, uma vez que seus pares é que autorizariam as investigações. Supõe-se - apenas supõe-se? - que os critérios corporativos devam prevalecer sobre os republicanos. Grupos políticos, movimentos sociais e entidades ligadas aos setores mais progressistas devem se mobilizar neste final de semana, em todo o país, para organizarem um grande protesto contra a PEC da Blindagem. 

No Recife a concentração está agendada para a Rua da Aurora - mais recifense das ruas do Recife, segundo o antropólogo Gilberto Freyre, uma vez que completamente banhada pelo Capibaribe - nas imediações do tradicional Ginásio Pernambucano. No Rio de Janeiro, artistas como Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil já confirmaram a presença. A esquerda, geralmente, encontra-se num estágio de dificuldade de reunir um número expressivo de pessoas nessas mobilizações. Sabe-se lá se com a presença desses artistas isso possa mudar. Os observadores da extrema direita, no entanto, estão de olho, já com postagens prontas para divulgarem nas redes sociais. Aliás, essas polêmicas independem de uma avaliação mais criteriosa sobre a presença de público, uma vez que é conduzida por questões ideológicas. Afinal, flopou ou não flopou? 

Essa discussão remente, igualmente, às métricas confiáveis. A da USP interessa aos esquerdistas, mas é abominada pela direita, que prefere outras referências, como as mensurações conduzidas pela Polícia Militar. Na outra margem do rio, por onda passam as movimentações política, um encontro inusitado - e esquisito, pois não se sabe exatamente a finalidade que está por trás - entre Aécio de Oliveira, Michel Temer e Paulinho da Força. Já estão denominando o PL da Anistia de PL da dosimetria, algo que eles sugerem que possa pacificar o país. O que vai pacificar o país, na realidade, é uma blindagem segura contra as investidas de novas tentativas de golpes de Estado. Quem atentou contra as nossas instituições democráticas precisa ser punido, na forma da lei, conforme prevê a Constituição Federal. 

Charge! Renato Aroeira via Brasil 247

 


sexta-feira, 19 de setembro de 2025

Editorial: União Brasil desembarca do Governo Lula



Esta decisão já havia sido tomada desde o momento em que o União Brasil e o Progressistas decidiram formalizar a Federação União Progressista. O plano das intenções é uma coisa, mas, concretamente, o apego às benesses e à capilaridade política proporcionada pelo exercício do cargo colocaram muitos atores em dúvida sobre o assunto, a exemplo do Ministro do Turismo, Celso Sabino, que hoje, 19, manteve um diálogo com o presidente Lula tratando deste assunto espinhoso. A relação esfriou de vez nas últimas 24 horas, depois que saiu pela imprensa informações sobre investigações da Polícia Federal envolvendo o presidente da federação, Antonio Rueda, que considerou que as informações faz parte de um plano de desgaste de sua imagem, algo urdido, possivelmente, por seus adversários políticos. 

Nos velhos tempos, convém sempre ressaltar, a lealdade do presidente do União Brasil ao Governo Lula 3. Este fato era enaltecido pelos próprio núcleo duro do Planalto. São as contingências políticas impostas pela nova Federação, mas, mesmo antes disso, o União Brasil já se mostrava bastante infiel ao Governo. Era o partido mais infiel da chamada base aliada. É sempre bom considerar o que ocorre na capital federal e observar como isso se reflete entre os entes federados. É um bom indicador para considerarmos a aderência desses movimentos ou tendências. Na Paraíba, por exemplo, um dos atores mais representativos do União Brasil, o senador Efraim de Moares, desembarcou, fez uma aliança com o PL, e recomendou aos seus aliados que deixassem seus cargos. Foi coerente. 

A solução para Celso Sabino é entregar o cargo e se manter na federação ou deixar a legenda, acomodando-se numa outra legenda. A solução para o Planalto, por outro lado, é encontrar uma solução caseira, ou seja, entre os fiéis aliados de longas datas. Em princípio, nada mudou no cenário de alianças políticas mesmo diante do estancamento da sangria da impopularidade de Lula, que deve concorrer a mais um mandato. Lula, inclusive, tem liderado o pelotão de pretendentes ao Planalto mesmo navegando nessas águas turvas. 

Charge! Kleber Alves via Correio Braziliense.

 


Charge! Gazo via blog da AFTM.

 


Editorial: Uma agenda política indigesta.


O Secretário de Segurança Pública de São Paulo, o capitão Guilherme Derrite, afirma não haver dúvidas sobre a participação do crime organizado na morte do ex-Delegado-Geral da Polícia Civil do Estado, Ruiz Ferraz Fontes, ocorrido recentemente na cidade de Praia Grande, onde exercia o cargo de secretário na prefeitura local. Resta agora prender os implicados no assassinato, assim como esclarecer as motivações, uma vez que o delegado mantinha rixa antiga com o PCC, quando ainda estava na ativa, em razão de iniciativas que desagravam bastante suas lideranças. Medidas adotadas na Prefeitura de Praia Grande, por outro lado, estão sendo avaliadas também como eventual motivação do crime. 

Em ambos os casos, conforme conclui Derrite, não há dúvidas de que o crime organizado está por trás do crime. A morte do ex-Delegado-Geral da Polícia Civil do Estado é mais uma evidência do poder e dos tentáculos do crime organizado hoje no Estado brasileiro. Difícil dizer qual instância republicana ainda não foi contaminado pela presença do crime organizado. Executivo, Legislativo e Judiciário. Essa PEC da blindagem bem que poderia ser denominar de PEC da bandidagem, uma vez, já contaminado, o Poder Legislativo escancara as porteiras para atuação de agentes comprometidos com os interesses do submundo nas Casas Legislativas. Sabe-se que eles financiam campanhas; integram agremiações partidárias; preparam atores para assumirem funções nessas Casas, seja no âmbito municipal, estadual ou federal. 

No Executivo, em todos os níveis, eles atuam não com CPF, mas com CNPJ, com empresas constituídas, participando de licitações públicas. É possível que a "terceirização" tenha sido o grande portal de entrada, em transações nebulosas com os entes públicos, conforme demonstrou a operação "Overclean" da Polícia Federal. Em alguns entes federados, os serviços de internet já estão sob o controle desses grupos, que encontraram ali mais uma fonte de negócios lucrativos. No outro quadrante, amplas mobilizações de parlamentares de direita no sentido de aprovar o PL da Anistia, outra grande excrescência, que permitiria um salvo condutos para atitudes ilícitas e uma espécie de licenciosidade golpista, estimulando novas iniciativas deste gênero no país. Realmente, uma agenda política indigesta, como se não fosse suficiente as emendas parlamentares travadas no STF em razão de fortes indícios de irregularidades. Aliás, esse tal de orçamento secreto encaixa-se perfeitamente nesta agenda.

quinta-feira, 18 de setembro de 2025

Editorial: Advogado Nelson Wilians na CPMI do INSS.


Estamos acompanhando os trabalhos da CPMI do INSS, que hoje, 18, ouve o advogado Nelson Wilians, alvo recente da segunda fase da Operação Sem Desconto, desencadeada pela Polícia Federal. Os ânimos estão acirrados entre Oposição e Governo, algo que já seria previsto desde o início. O fato alvissareiro é a mudança de entendimento de ministros do STF no que concerne às audiências de convocados, que agora podem usar de suas prerrogativas constitucionais de se manterem em silêncio, mas não podem deixar de comparecer quando convocados. Isso faz uma mudança substantiva, uma vez que, mesmo calados, se existem indícios de ilícitos isso é externado durante a fala do relator e dos demais membros da comissão, cujas assessorias estão trabalhando e produzindo seus relatórios internos.   

Compete aos ouvintes tirarem as suas conclusões, como as ligações perigosas apontadas pelo relator, o deputado alagoano Alfredo Gaspar. Nelson Wilians fez uma preleção sobre a sua trajetória profissional, começando por baixo, estudando bastante e se tornando um dos maiores advogados do Brasil. Vamos deixar aos investigadores da Policia Federal chegarem às suas conclusões sobre os investigados, mas, em princípio, há suspeitas de relações de caráter não necessariamente republicanas entre o advogado e o senhor Maurício Camisotti. O problema seria essa relação com Maurício Camisotti, uma vez que, como ele alegou repetidas vezes, não conhece Antonio Carlos Camilo Antunes, o "Careca do INSS". 

Com a prerrogativa de se manter em silêncio, Nelson Wilians deixou de responder às perguntas cruciais do relator Alfredo Gaspar que, mais uma vez, soube conduzir com competência seu interrogatório. Se respondidas, tais questões poderiam ajudar bastante nos trabalhos. Voltamos a enaltecer o trabalho desenvolvido pela CPMI do INSS, principalmente nos seus propósitos de desvendar este esquema nebuloso que fraudou milhões de aposentados e aposentadas por todo o país, permitindo as orgias consumistas de alguns espertalhões.  

quarta-feira, 17 de setembro de 2025

Editorial: Os índices de popularidade de Lula pararam de crescer?


Existem alguma variáveis consistentes no que concerne aos fatores que podem estar determinando a recuperação da popularidade do Governo Lula 3, a exemplo da queda dos preços nas gôndolas dos supermercados, assim como o aumento dos índices de empregos formais. A variável do "soberanês, no entanto, é organicamente frágil, pois, a depender da reação dos Estados Unidos, aguardada para os próximos dias, pode se criar uma situação onde defender tal tese pode começar a produzir efeitos contrários ao que se pretende - ou se obtém - até este momento. Os dados da pesquisa do Instituto Quaest\Genial, publicados no dia de hoje, 17, indicam, na realidade, que tudo continua como antes no quartel de Abrantes, ou seja, se, por um lado, pode-se concluir que o presidente parou de crescer, por outro lado, não dá para afirmar, com todas as convicções, que a próxima pesquisa já apontaria que ele estaria em queda livre, perdendo alguns pontinhos que poderão fazer falta em 2026. 

Ademais, temos apenas a pesquisa do Quaest relacionada a esses índices, quando existem outros institutos que continuam monitorando os sinais vitais da popularidade do presidente Lula. É cedo, portanto, para as comemorações dos opositores, que já festejam a eventual estagnação desses números favoráveis ao Governo. Vamos aguardar um pouco mais para tirarmos alguma conclusão neste sentido. É tal da série histórica, companheiro. Lula ainda pode fechar a boca do jacaré até 2026, ou seja, seus índices de aprovação podem superar os de desaprovação, embora o caldo esteja entornando em regiões onde o petista sempre ostentou grande popularidade, a exemplo da região Nordeste, onde os índices de violência estão impraticáveis. 

No dia de ontem, estávamos lendo uma grande reportagem sobre uma suposta queima de fogos em uma determinada região da Bahia. Todos os moradores de algumas cidades confirmaram este episódio. Era uma das facções do crime organizado comemorando o controle de áreas tomadas de facções rivais. No Ceará, o problema se agrava a cada dia. Circula pelas redes sociais o desabafo de um produtor de cocos afirmando que existe um suposto acordo entre as facções que atuam no estado em relação ao comércio de cocos verde na praia. Eles fornecem os cocos aos barraqueiros da orla.  

Editorial: PEC da blindagem é aprovada.

Charge de Kleber Alves, via Correio Braziliense


A PEC da blindagem foi aprovada. Ela assegura prerrogativas aos parlamentares maiores do que as já previstas na Constituição de 1988. A PEC da blindagem é mais um daqueles resultados danosos produzidos pelas relações cada vez mais difíceis entre os Três Poderes da República. Esse pacote de indisposições, infelizmente, apenas contribui para deteriorar uma série de expedientes que já não passam pelo crivo da população há algum tempo, como, por exemplo, a proposta de ampliação do números de parlamentares, uma excrescência solenemente rejeitada pela população. Comenta-se que o PL da Anistia será apreciado e discutido, assim como haveria uma manobra para poupar das penalidades da perda de mandato aquele deputado que atua diretamente dos Estados Unidos. 

Na condição de líder, ao que se especula, suas faltas seriam abonadas. Manobras e tecituras não são necessariamente uma novidade por ali. Hoje, uma das páginas conhecidas sobre a política nacional especula que alguns acordos costurados com o Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, em Brasília, teria a ver com os arranjos políticos que se passam na Paraíba, onde o deputado deseja o apoio do presidente Lula para seu apadrinhado ao Senado Federal. O curioso é que Lula deverá quebrar acordos que já estariam em andamento, como o apoio ao nome de João Azevedo(PSB-PB) e a renovação do mandato de Veneziano Vital do Rêgo(MDB-PB). João Azevedo seria um marinheiro de primeira viagem na Casa Alta, mas Veneziano Vital do Rêgo, tem uma larga folha de serviços prestados ao Governo Lula. Hugo Motta desejaria eleger o seu pai, Nabor Wanderley, hoje prefeito de Patos.  

O Presidente da Comissão Mista que investiga a roubalheira no INSS, o senador Carlos Viana(Podemos-MG), ficou profundamente aborrecido com a decisão do Ministro do Supremo Tribunal Federal, André Mendonça, que facultou a inda do "Careca do INSS" àquela Comissão, audiência que estava prevista para a segunda-feira, infelizmente adiada. Como uma decisão de uma única pessoa, sem voto, pode se sobrepor às decisões de um colegiado eleito pela população? Questiona Carlos Viana. Sinceramente? Também gostaríamos de ouvir o senhor Antonio Carlos Camilo Antunes.