Principalmente hoje, ideologia não é, seguramente, um aspecto mais determinante para analisar o comportamento ou as decisões das agremiações partidárias. Quem enveredar por este caminho, não raro, corre o risco de cometer inúmeros equívocos. Outro dia alguns atores políticos históricos, ligados ao PSB, questionavam as especulações em torno de um possível ingresso do neto de Antonio Carlos Magalhães, ACM Neto, atual prefeito de Salvador, nas fileiras do PSB. O Roberto Amaral pode até ter lá suas razões, mas, sinceramente, aqui no Estado, o principal líder da agremiação, o ex-governador Eduardo Campos, garantiu uma sobrevida às viúvas do macielismo.
Pragmaticamente, sob que argumento essa gente poderia vetar o nome de ACM Neto? Pode-se perguntar, isto sim, o que faz um Roberto Amaral nesta agremiação partidária? Isso vem a propósito do complexo quadro de arranjos políticos que deve ser montado em Olinda, em razão de uma possível candidatura do escritor Antonio Campos à Prefeitura Municipal, nas eleições de 2016. Arranjos políticos entre as duas agremiações - PCdoB e PSB - garantiam à Olinda a condição de um reduto dos comunistas. Os comunistas, por sua vez, mesmo com as reações conhecidas, conseguiram, durante esses anos, aplacar os ânimos dos petistas que, mesmo amuados, estiveram ao lado do PCdoB. Com a entrada de Antonio Campos no jogo, várias possibilidades estão sendo especuladas.
Há quem informe que tudo está "arranjado". PT e PCdoB poderão apoiar o nome do irmão do ex-governador. Uma outra possibilidade, como sugeriu o internauta Ygor Barros, é a volta da dobradinha PT e PCdoB, reeditando as eleições de 2000. Isso poderia se reeditado em Olinda e no Recife. Mesmo com a morte do ex-governador, um dos principais artífices da guinada à direita dos neo-socialistas, o partido parece desejar seguir essa tendência. Já entabula conversas com o PPS, com os Democratas. Com os tucanos, então, isso já vem de longas datas, envolvendo aves emplumadas em vários ninhos da Federação.
No Recife eles já integram o Governo de Geraldo Júlio e, pelo andar da carruagem política, há até mesmo a possibilidade deles ampliarem a participação no condomínio governista. As costuras dos neo-socialistas, em Olinda, envolvendo os tucanos e o PMDB, portanto, poderão ser mais facilmente tecidas. Raul Henry(PMDB) é vice de Paulo Câmara e a vereadora Aline Mariano (PSDB) é a titular da Secretaria de Enfrentamento do Crack e Outras Drogas, na gestão de Geraldo Júlio. O PMDB tem uma penca de pretendentes na cidade, mas a expectativa de "participar" de uma futura gestão consegue fazer milagres.
Crédito da Foto: Agência Folha/PE
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