pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Tijolinho do Jolugue: Gracilaino Ramos e o ato de escrever
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sexta-feira, 19 de junho de 2015

Tijolinho do Jolugue: Gracilaino Ramos e o ato de escrever


Gostaria muito de participar de uma oficina literária com o escritor Raimundo Carrero. Embora ele realize essa oficina com regularidade, na secção pernambucana da União Brasileira de Escritores, nunca tivemos essa oportunidade. Circunstâncias que fogem ao nosso controle, sempre nos impedem de participar. Mas ontem, pelas redes sociais, tivemos a oportunidade de conversarmos com ele. Nos instigavam seus comentários sobre o escritor alagoano, Graciliano Ramos. Aliás, tudo que se refere a Graciliano Ramos, nos interessam bastante. Temos por ele uma grade admiração, seja como escritor, seja como homem público. Quem o leu, sabe do esmero que ele usa na escrita. Como prefeito, honrou a função como poucos. Um homem com um notável espírito público, na verdadeira acepção da palavra. Jamais admitiu um parente sem o instituto republicano do concurso público e multou o próprio pai, que mantinha animais soltos nas ruas. Um dos primeiros livros que li de Graciliano Ramos foi "Infância", onde há alguns relatos sobre como tomou gosto pela literatura - através de um amigo que abriu sua biblioteca para ele - e as agruras da puberdade, onde era obrigado pelo pai a tomar banho em rios infestados de cobras, aqui em Pernambuco, salvo algum engano, na cidade de Bonito. Nos bastidores do "campo literário", para usarmos um conceito do sociólogo francês Pierre Bourdieu, comenta-se que, numa referência jocosa a José Lins do Rego, o velho Graça teria dito: "mas se até José Lins era escritor..." Justamente José Lins, que, na sua posse na Academia Brasileira de Letras, num ato raro, "desancou" o seu antecessor na cadeira, afirmando tratar-se de um "escritor" sem livros. Mas, o que, de fato, nos impressionou nisso tudo - e isso vem sendo trabalhado por Raimundo Carrero, nesta última oficina - é o conjunto da produção de Graciliano Ramos sobre o ato de escrever. Corri para ter acesso às obras Linhas Tortas e Conversas com Graciliano, ambas da editora Record, onde o escritor narra suas impressões sobre o ato de escrever. Há alguns anos atrás, o escritor Raimundo Carrero lançou uma publicação que é uma espécie de reflexão também sobre o ato de escrever. Hoje esse livro estaria esgotado, mas consegui um dos últimos exemplares. Nos tem sido muito útil, sobretudo para aquele "encontro consigo mesmo".

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