pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Tijolinho do Jolugue: IPEA divulga perfil da populção de jovens vulneráveis do país
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sexta-feira, 19 de junho de 2015

Tijolinho do Jolugue: IPEA divulga perfil da populção de jovens vulneráveis do país



 


Bastante curiosos esses dados sobre as pesquisas sociais no país. Era um assunto que nos interessam bastante, mas, em razão das dificuldades com as ciências exatas, não avançamos muito nesses estudos. O conhecimento que nos foi facultados pelo "sistema", nessas disciplinas, apenas nos permitiram passar raspando no ponto de corte do PIMES( Programa Integrado do Mestrado em Economia e Sociologia), numa cadeira de Metodologia da Pesquisa Social, ministrado pelo professor José Carlos Wanderley. Ainda lembro que nos ajudou bastante uma pesquisa sobre o perfil da "produção" do Programa desde a sua criação. A pesquisa alcançou grande repercussão à época. Muitos companheiros nossos não sobreviveram aos números frios apresentados pelo professor. 

Depois, num raro lampejo de lucidez institucional ( ou pessoal?) alguém nos recomendou fazer um curso de Indicadores Sociais, afirmando ser a "nossa cara". Era um curso de aperfeiçoamento, ministrado por professores da Fundaj e da UFPE. Um curso muito bom, uma vez que avançava nos estudos do tema em várias áreas de construção desses indicadores, como habitação, saúde pública, mobilidade urbana, educação entre outros. Muito bom o curso, volto a repetir. Guardo suas apostilas até hoje. 

Desde então, sempre sou instigado a comentar sobre este tema, seja pelas redes sociais ou aqui pela blogosfera. O último relatório da UNESCO sobre a educação no mundo, por exemplo, suscitaram várias postagens aqui no blog. A UNESCO nos reprovou em 04 itens, entre eles, no alto índice de analfabetismo entre a população adulta. O Brasil ainda possui algo em torno de 13 milhões de analfabetos entre a sua população adulta, um índice considerado demasiadamente alto, até mesmo para os padrões latino-americanos. Mesmo anpassant, verifico que, se nós cruzarmos esses dados, vamos encontrar algumas coisas curiosas, mas não necessariamente surpreendentes. 

Fiel à tradição escravocrata do país, como costumo dizer para os meus alun@s, em todos os indicadores sociais que tomarmos como referência, a população negra vai aparecer em clara desvantagem em relação à população, digamos assim, embranquiçada. Sabemos que alguém vai afirmar tratar-se de uma obviedade.Mas, as obviedades também precisam serem ditas. De tanto repetidas, talvez elas possam incomodar os ouvidos mais sensíveis. Pois muito bem. O perfil do analfabeto adulto no Brasil é basicamente este: reside nas regiões Norte e Nordeste, é mulher, negra e pobre. Ontem, o IPEA tornou público alguns dados sobre a população de jovens em situação de vulnerabilidade social do país: são oriundos de famílias de extrema pobreza, não estudaram ou abandonaram a escola,  são negros, excluídos socialmente e produtivamente. Um dos Estados onde mais ocorrem incidências de assassinatos de jovens negros no Brasil, entre 18 e 22 anos, é o Estado de Alagoas. Para ser mais preciso, e já chegando os números, Alagoas é considerado o Estado brasileiro mais vulnerável para essa população.

Ali, na zona da mata, nas antigas terras de quilombos, a população de jovens negros está sendo dizimada, assim como ocorria séculos atrás, com seus ancestrais, embora que, como escravos, isso possivelmente ocorria em outras faixas etárias. Em razão desses altos índices de assassinatos, o Governo Federal, em parceria de dois ministérios - educação e cultura - desenvolve ali o projeto Juventude Viva, algo que propus estudar, num seleção de curso, mas foi rejeitado sob a alegação de que não tinha nada a ver com o objetivo de uma determinada instituição federal que, curiosamente, tem seu foco de atuação na região e desenvolve um PDI tentando articular suas ações justamente nas áreas de cultura e educação.

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