A morte do médico Jaime Gold, quando pedalava em sua bicicleta na Lagoa
Rodrigues de Freitas, no Rio de Janeiro, causou uma grande indignação
na população carioca, sobretudo nos seus estratos mais aquinhoados,
formados pela classe média alta e pela elite. Por circunstâncias bem
conhecidas, esses estratos sociais exercem uma pressão bem mais
consistente junto ao poder público. Por isso mesmo, as teses do alemão
Habermas sobre os fóruns da sociedade
civil perdem consistência quando se questiona sobre os atores que, de
fato, teriam vez e voz nesses fóruns. Os canais de acesso às esferas do
poder público não são distribuídos equanimamente. Ontem, aqui pelas
redes sociais, evidenciou-se as reações distintas do público, para um
mesmo ato criminoso, praticado por pessoas de estratos sociais
distintos.
Um playboyzinho de classe média e um esquálido menor em situação de vulnerabilidade social. Muito interessante - e trágico - isso. Pressionado, o governador Luiz Fernando, conhecido como Pezão - acionou seu aparato de segurança do Estado para apresentar imediatamente à população os responsáveis pelo crime. O que se seguiu foi uma sequência de erros da Polícia Civil do Estado e declarações infelizes do governador. Impressionante o número de menores apresentados como tendo sido os autores do crime, num quadro bastante complicado. Um deles, por exemplo, sequer estava no local do crime. Como isso seria possível? Há seis testemunhas que asseguram que ele estava num outro local no momento em que ocorreu o crime.
Um outro foi detido e o Estado falhou clamorosamente na preservação de sua integridade física. Foi brutalmente espancado na prisão, num ato até curioso para o mundo do sistema prisional. Salvo briga de facções criminosas ou rebeliões, detentos que são acusados de assassinatos não costumam serem espancados. Normalmente isso acontece com estupradores. Diante desses fatos, o MP pediu a absolvição dos menores "acusados" da morte do médico. Muito estranho isso. Os verdadeiros assassinos devem ser encontrados e responder pelos seus atos, consoante a legislação em vigor, mas o aparelho de Estado deve atuar de forma republicana e transparente.
Um playboyzinho de classe média e um esquálido menor em situação de vulnerabilidade social. Muito interessante - e trágico - isso. Pressionado, o governador Luiz Fernando, conhecido como Pezão - acionou seu aparato de segurança do Estado para apresentar imediatamente à população os responsáveis pelo crime. O que se seguiu foi uma sequência de erros da Polícia Civil do Estado e declarações infelizes do governador. Impressionante o número de menores apresentados como tendo sido os autores do crime, num quadro bastante complicado. Um deles, por exemplo, sequer estava no local do crime. Como isso seria possível? Há seis testemunhas que asseguram que ele estava num outro local no momento em que ocorreu o crime.
Um outro foi detido e o Estado falhou clamorosamente na preservação de sua integridade física. Foi brutalmente espancado na prisão, num ato até curioso para o mundo do sistema prisional. Salvo briga de facções criminosas ou rebeliões, detentos que são acusados de assassinatos não costumam serem espancados. Normalmente isso acontece com estupradores. Diante desses fatos, o MP pediu a absolvição dos menores "acusados" da morte do médico. Muito estranho isso. Os verdadeiros assassinos devem ser encontrados e responder pelos seus atos, consoante a legislação em vigor, mas o aparelho de Estado deve atuar de forma republicana e transparente.
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