Ainda repercute no país o lançamento da candidtura do ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública do Governo Bolsonaro, Sérgio Moro, à Presidência da República. Há, entre os analistas, uma preocupação sobre o papel que ele deverá exercer nas próximas eleições presidenciais. Há uma hipótese de que ele poderá,finalmente, vir a ocupar o vácuo da terceira via, que ainda não tem nome nem rosto, apenas uma penca de pretendentes ao posto.
Sua entrada no jogo eleitoral das próximas eleições pode trazer, de imediato, o efeito de um freio de arrumação neste processo, provocando, inclusive, a inviabilidade eleitoral de alguns nomes ainda em fase de lançamento de candidatura, como o nome gestado nas prévias do PSDB ou mesmo aqueles que ainda não "decolaram',como é caso do Presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco(PSD-MG).Para o bem ou para o mal, o juiz Sérgio Moro(Podemos) construiu um capital político durante a fase da Operação Lava Jato e, depois, quando assumiu o ministério da Justiça e Segurança Pública no Governo Bolsonaro. Saiu brigado, é verdade, mas até nessas circustâncias, ele pode ter uma 'justificativa" para um eleitorado menos informado e,portanto, menos exigente. Deixou o governo porque não encontrou as condições para implementar o que gostaria, por exemplo.
Como ele bebe na mesma fonte do Bolsonarismo, segundo comenta-se em Brasília, o presidente já prepara um discurso para se contrapor ao seu ex-ministro, minimizando o estrago em sua base de apoio. É bom que se diga, no entanto, que, naquele momento das eleições de 2018, a pauta do combate à corrupção estava em voga. Hoje, num país como o nosso, ela continua importante, ma perde terreno para os problemas gritantes da economia, com sua agenda nefasta de inflação, fome, carestia, desemprego,filas do osso ou dos assaltos ao caminhão de lixo. Em seu discurso inicial, Moro abordou diversos temas, além, claro, da corrupção estrutural do país. É bom que ele se aprounde nesses temas, porque candidato de uma nota só não ganha eleição.
Mesmo utilizando a estrategia de bater forte nas duas candidaturas polarizadas - a de Lula(PT-SP) e a de Jair Bolsonaro(PL)- Ciro Gomes(PDT-CE) não consegiu "cavar' esse espaço de conquista do eleitorado da terceira via. É uma luta inglória para quem já fez três tentativas de chegar ao Planalto. Segundo as últimas pesquisas de intenção de voto, o juiz começa com um start nada desprezível. Algo que varia entre 8% e 10% do eleitorado. Nos próximos dias, de acordo com a sua assessoria, ele pretende realizar um périplo pelo país, incluive em algumas capitais do Nordeste, reduto tradicional do Lulismo. Não vejo como ele possa causar algum estrago na candidatura do petista. Se ele avançar, aliás, poderá rivalizar com ele na disputa do Palácio do Planalto.
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