Está agendada para o próximo dia 30 a filiação do presidente Jair Bolsonaro(Sem Partido) ao PL. Desta vez, pelo andar da carruagem política, a noiva não será abandonada no altar. É o tipo de casamento que já começa complicado, conforme expusemos num editorial anterior, tratando dessa questão. O Centrão só pensa nele. Tem uma lógica e uma dinâmica bem própria, onde não se descarta a possibilidade de um divórcio assim, que as circunstâncias políticas impuserem. É complicado manter um casamento nessas condições e não sabemos se o presidente tem a verdadeira dimensão desse problema.
Assim que começaram as negociações políticas em torno de uma possível filiação do presidente Jair Bolsonaro ao PL, os dirigentes da legenda nos estados começaram a se preocupar sobre como se dariam esses arranjos nas quadras locais. Antes mesmo da definição, algumas lideranças abriram um canal de diálogo com o presidente da legenda, Valdemar da Costa Neto, para discutir essa questão. O presidente afirmou que não se filiaria ao partido se não houvesse o compromisso de uma apoio explícito da legenda em alguns estados da federação, com o propósito de contemporizar sua base de apoio. São Paulo e Pernambuco estavam entre os estados onde a situação era das mais complicadas.
Aqui na província, por exemplo, o dirigente da legenda, Anderson Ferreira(PL-PE), já estava percorrendo o Estado com a tucana Raquel Lyra(PSDB-PE), prefeita de Caruaru, que será candidata ao Governo do Estado nas próximas eleições. Com a mudança de cenário político, Anderson Ferreira, então, ficou numa espécie de sinuca de bico, ou seja, encontra-se numa situação de difícil equacionamento. Pelo pouco que conheço do jovem prefeito, ele demonstra uma grande capacidade de articulação e o desprendimento de administrar suas ambições pessoais em nome de um projeto maior.
Caminha com Raquel Lyra desde o início das negociações para a formação de uma chapa competitiva da oposição para enfrentar os socialistas do PSB no próximo pleito. Nas eleições municipais de 2020, no segundo turno, foi flagrado num abraço na candidata do PT, Marília Arraes, o que gerou uma grande celeuma. A maior delas, segundo dizem, pois o prefeito não teria sido perdoado pelo seu ato, junto a setores do partido. Superados esses impasses, pois, em política, como diria o ex-governador Paulo Guerra, não existem as palavras "nunca' nem 'jamais", o fato concreto é que o prefeito chegou a bons termos com o presidente da legenda, em novo encontro, em Brasília. Voltou com carta branca, para candidatar-se ao que quiser, desde que apoie o projeto de reeleição do presidente Jair Bolsonaro. Agora resta saber o que Anderson Ferreira irá fazer com esta tal carta branca.
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