Quem nos acompanhma por aqui sabe o quanto respeito temos pelas pesquisas de intenção de voto e,consequentemente, pelos institutos ou consultorias que as realizam. Quem costuma brigar com os resultados dessas pesquisas, geralmente, são candidatos que veem suas expectativas frustradas, ou seja, não aparecem bem na fita. Há, naturalmente, erros possíveis - previstos nas margem de erro ou não - como resultado de fatos que as pesquisas não conseguiram captar em tempo hábil ou induções a erros, provenientes de metodologias equivocadas utilizadas durante as pesquisas. A última pesquisa de intenção de voto no país foi realizada pela Consultoria Ponteio Política e divulgada recentemente, alcançando, por sua importância, grande repercussão.
Principalmente entre os partidários da candidatura do ex-juiz Sérgio Moro(Podemos). Primeiro, porque ele já aparece com os sonhados dois dígitos. Depois, porque esta é a primeira pesquisa de intenção de voto publicada depois que, oficialmente, sua candidatura foi posta na disputa pelo Palácio do Planalto. Estão sendo levantadas, por alguns órgãos de imprensa, uma série de controvérsias em torno desta pesquisa e, consequentemente, em torno da tal consultoria Ponteio Política. Trata-se de uma empresa recém-criada e esta é a sua primeira pesquisa de intenção de voto, ou seja, em tese, eles não possuem espertise no assunto. Há uma celeuma enorme em torno dos 11% obtidos pelo ex-juiz Sérgio Moro, o que seria discrepante em relação aos demais institutos,que dão ele não mais que 8%. Ora, isto está dentro da margem de erro, ou seja, de 3%. Igualmente por razões óbvias, a pesquisa repercutiu muito bem junto a setores que apoiam a candidatura do ex-juiz.
Como afirmamos em editorial anterior, a insatisfação do eleitorado é enorme, refletida nas altas taxas de rejeição captadas pela pesquisa da Ponteio Política. Todos os principais nomes até agora apresentados ao eleitorado apresentam altas taxas, de onde se conclui que teremos um empobrecimento do debate e um ajustamento compulsório do eleitorado, que será contingenciado a fazer uma opção do tipo: votar no menos ruim para o país, mesmo sabendo o que este candidato fez no verão passado. O pior é que este "vácuo político" poderá vir a ser ocupado por um outsider oportunista, embalado por uma boa estratégia de comunicação. Concretamente, essas taxas de rejeição altas é um péssimo indicador. Significa que as opções que estão postas não satisfazem as exigências do eleitorado.
Pelo andar da carraugem político, neste momento, as possibilidades de reeleição do presidente Jair Bolsonaro(Sem Partido), de acordo com a pesquisa da consultoria, estão ameaçadas. Curioso que a pesquisa também conseguiu captar aquelas palavras mágicas que estão afugentando os eleitores de determinados candidatos. No caso de Moro, por exemplo, a palavra mágica é "parcialidade", ou seja, o eleitor sabe nitidamente que ele não agiu com a isenção necessária em relação a alguns julgamentos envolvendo a operação Lava-Jato. Isso não é especulação ou conjectura. Ficou patente em áudios gravados, depois amplamente divulgados. O próprio STF construiu um consenso em torno deste assunto.
No caso de Luiz Inácio Lula da Silva(PT-SP), os casos de corrupção que surgiram no seu governo, envolvendo estatais como a Petrobras. Portanto, senhores candidatos à Presidência da República, o eleitor minimamente informado e mais consciente sabe o que vocês fizeram e não desejariam eleger um candidato cujo passado os assustasse em suas sonhadas férias de verão. A questão é que este candidato ainda não surgiu ou entrou no páreo da disputa de 2022.
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