Ao antecipar a corrida presidencial de 2014 para 2013, Lula,
literalmente, retirou Aécio Neves da zona de conforto do ninho tucano. Para
alguns analistas, a estratégia de Lula seria a de reeditar a eterna rinha
PSDB/PT, possivelmente, retomando as inevitáveis comparações entre o seu
governo e o governo de Fernando Henrique Cardoso. A julgar pelas declarações
logo após o seminário tucano ocorrido em Minas Gerais, FHC parece ter engolido
a isca. Neste cenário, eis que surge um fato novo, uma provável candidatura
presidencial do governador de Pernambuco, Eduardo Campos. A contraposição à
rinha, às arengas, aliás, é um discurso muito bem utilizado por Eduardo Campos,
um realizador de obras. Eduardo, aliás, já começa a construir, a partir daí,
uma narrativa discursiva pós-petista, o que ficou longe de se ver no discurso
insosso do senador Aécio Neves, que, segundo Elio Gaspari, tinha muitas
opiniões – algumas delas críticas pertinentes ao Partido dos Trabalhadores -
sem que essas constituíssem um ponto de vista. Pelo andar da carruagem, vão
continuar nesse diapasão até outubro de 2014. Os tucanos padecem de
“demofobia”.
terça-feira, 5 de março de 2013
Brizola Neto e Carlos Lupi disputam o controle do PDT

A rinha entre Brizola Neto e Carlos Lupi, no PDT, promete
muitos rounds pela frente. Ontem, Brizola emparedou Lupi ao apresentar uma lista
com 400 apoiadores, enfraquecendo o adversário, que acusou o golpe, propondo
uma chapa que viesse reequilibrar a correlação de forças na agremiação. Essa
rinha – já que se trata de uma palavra em voga – se estende desde longa data. Raposa
criada nas hostes brizolistas, Carlos Lupi é cheio de artimanhas. Basta lembrar
suas declarações públicas de amor eterno a presidente Dilma, quando estava com
a cabeça a prêmio. Ao privilegiar Brizola para a vaga do “feudo” republicano do
partido, o Ministério do Trabalho, Dilma tentou, com a manobra, enfraquecer
Carlos Lupi. Apesar da ostensiva ajuda do Planalto, entretanto, “Lupinho”
continua forte na legenda, mantendo uma penca de parlamentares rezando em sua
cartilha. Articulados e com votos no parlamento, eles praticamente exigem um
outro nome para ocupar aquela pasta, de preferência mais afinado com o
fisiologismo do partido. Brizola Neto foi o responsável pela remoção de alguns
entulhos da pasta, francamente susceptíveis às práticas de natureza não
republicanas. Nomeou recentemente um delegado da Polícia Federal para comandar
um setor estratégico, inibindo os aliciadores de propinas. A concessão para o funcionamento de
um novo sindicato era um verdadeiro escárnio. Até o porteiro conhecia a
“tabela”. Agora, então, que já começou a campanha presidencial de 2014 e
aproxima-se uma reforma ministerial, as pressões aumentam sensivelmente. As
centrais sindicais ligadas ao partido também demonstram insatisfações com a
presidente Dilma Rousseff. Talvez seja por isso que Lula pediu a ela,
recentemente, que procurasse melhorar o diálogo com a categoria. A exemplo do
que ocorre no Ministério dos Transportes, onde a bancada do PR não reconhece
Passos, também ali o PDT não se sente nada confortável com o neto de Brizola, embora ele continue bastante prestigiado com a presidente Dilma, qu eo colocou no cargo para por ordem na casa.
segunda-feira, 4 de março de 2013
Paulinho da Força Sindical vem conversar com o governador Eduardo Campos.
Paulinho da Força Sindical tem um encontro
marcado com o governador Eduardo Campos. Como a Força Sindical tem uma
expressiva representatividade junto aos portuários, em tese, Paulinho
vem pedir a colaboração do governador no sentido de se contrapor à MP editada por Dilma, que nos tira a autonomia do Porto de SUAPE, uma das s
principais âncoras do desenvolvimento do Estado. Nem precisava. Para
alguns palacianos, a medida foi encarada como uma retaliação do
Planalto, sobretudo em razão das movimentações do governador em torno das eleições presidenciais de 2014. Está em jogo, porém, uma série de entabulações envolvendo as
eleições de 2014: a) O governador é, de fato, candidato em 2014?Hipótese que a cada di avem se confirmando. b) O
PSB não tem uma corrente sindical ligada ao partido, o que seria uma
excelente oportunidade de começar a construir essa capilaridade
sindical. As relações do partido com as centrais sindicais ainda é muitop incipiente. c) Para onde caminha do PDT? Há uma possibilidade de,
insatisfeito com Dilma em razão da condução do Ministério dos Transportes, caírem nos braços do PSB. d) Paulinho, uma
dissidência não declarada na agremiação, pensa em fundar um novo partido
para chamar de seu e, se possível, colocá-lo no colo do projeto presidencial do governador.
Lideranças da Paraíba prestigiam almoço oferecido Dilma pleo ministro Aguinaldo Ribeiro
O ministro das Cidades Aguinaldo Ribeiro recebeu
na tarde desta segunda, 4, a comitiva da presidenta Dilma Rousseff, para
um almoço, na residência localizada em Lagoa Seca. Os principais
líderes políticos da Paraíba atenderam ao convite.
Dilma Roussef foi recebida pelo presidente do PP, Enivaldo Ribeiro, e pela prefeita de Pilar, Virgínia Veloso Borges. A presidenta declarou que estava muito feliz na ocasião e elogiou a organização. “Em um dia intenso de trabalho, é um bálsamo ter este acolhimento de uma família visivelmente bem estruturada”, declarou.
Momento histórico - A deputada Daniella Ribeiro Ressaltou que a presença da presidenta Dilma Roussef foi uma demonstração de que a Paraíba está na rota de prioridades do Governo Federal e que é possível, sim, unir forças para trazer mais benefícios para o Estado. “Acredito que com o esforço necessário poderemos vencer barreiras e ter um projeto que traga o desenvolvimento que nós tanto esperamos. A Paraíba só tem a ganhar se agirmos cada vez mais como parceiros do Governo Federal. Devemos priorizar as obras estruturantes e pensar caminhos que nos aponte para um novo tempo”, enfatizou.
Para a deputada, o primeiro passo para esta mudança foi dado pela Assembleia Legislativa, que conseguiu se mobilizar e reunir na Carta da Paraíba as principais medidas para amenizar os efeitos da seca na Paraíba. “Hoje este esforço foi concretizado com a entrega do documento à presidenta Dilma pelo presidente Ricardo Marcelo, uma atitude que mostrou o que é preciso apenas consciência para atuarmos de forma unida”, disse.
“O presidente do PP na Paraíba, Enivaldo Ribeiro, aproveitou a oportunidade para lembrar que é preciso trabalhar por novo momento na política da Paraíba. “Está na hora de pensarmos uma política sem divisões. Hoje tivemos uma experiência muito positiva reunindo os principais representantes da Paraíba independente de cor partidária e que observe o nosso Estado como um todo. A Paraíba é uma só e não tem dono”, comentou.
Acompanharam a presidenta Dilma os ministros Fernando Bezerra (Integração Nacional), Ideli Salvatti (Relações Institucionais), Pepe Vargas (Desenvolvimento Agrário), José Elito Carvalho Siqueira (Chefe de Gabinete da Segurança Institucional da Presidência da República) e Helena Chagas (Secretaria de Comunicação).
Da Paraíba, estiveram presentes ao almoço o governador Ricardo Coutinho e sua esposa, a jornalista Pâmela Bório, os deputados federais Leonardo Gadelha, Manoel Junior, Major Fábio e Damião Feliciano; o presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, Ricardo Marcelo; a presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba, Fátima Bezerra Cavalcante; o prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, e de Campina Grande, Romero Rodrigues.
Dilma Roussef foi recebida pelo presidente do PP, Enivaldo Ribeiro, e pela prefeita de Pilar, Virgínia Veloso Borges. A presidenta declarou que estava muito feliz na ocasião e elogiou a organização. “Em um dia intenso de trabalho, é um bálsamo ter este acolhimento de uma família visivelmente bem estruturada”, declarou.
Momento histórico - A deputada Daniella Ribeiro Ressaltou que a presença da presidenta Dilma Roussef foi uma demonstração de que a Paraíba está na rota de prioridades do Governo Federal e que é possível, sim, unir forças para trazer mais benefícios para o Estado. “Acredito que com o esforço necessário poderemos vencer barreiras e ter um projeto que traga o desenvolvimento que nós tanto esperamos. A Paraíba só tem a ganhar se agirmos cada vez mais como parceiros do Governo Federal. Devemos priorizar as obras estruturantes e pensar caminhos que nos aponte para um novo tempo”, enfatizou.
Para a deputada, o primeiro passo para esta mudança foi dado pela Assembleia Legislativa, que conseguiu se mobilizar e reunir na Carta da Paraíba as principais medidas para amenizar os efeitos da seca na Paraíba. “Hoje este esforço foi concretizado com a entrega do documento à presidenta Dilma pelo presidente Ricardo Marcelo, uma atitude que mostrou o que é preciso apenas consciência para atuarmos de forma unida”, disse.
“O presidente do PP na Paraíba, Enivaldo Ribeiro, aproveitou a oportunidade para lembrar que é preciso trabalhar por novo momento na política da Paraíba. “Está na hora de pensarmos uma política sem divisões. Hoje tivemos uma experiência muito positiva reunindo os principais representantes da Paraíba independente de cor partidária e que observe o nosso Estado como um todo. A Paraíba é uma só e não tem dono”, comentou.
Acompanharam a presidenta Dilma os ministros Fernando Bezerra (Integração Nacional), Ideli Salvatti (Relações Institucionais), Pepe Vargas (Desenvolvimento Agrário), José Elito Carvalho Siqueira (Chefe de Gabinete da Segurança Institucional da Presidência da República) e Helena Chagas (Secretaria de Comunicação).
Da Paraíba, estiveram presentes ao almoço o governador Ricardo Coutinho e sua esposa, a jornalista Pâmela Bório, os deputados federais Leonardo Gadelha, Manoel Junior, Major Fábio e Damião Feliciano; o presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, Ricardo Marcelo; a presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba, Fátima Bezerra Cavalcante; o prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, e de Campina Grande, Romero Rodrigues.
Dilma:"Podemos fazer o diabo quando é hora de eleição".
Num acesso de sinceridade em seu discurso, na
manhã desta segunda-feira, 4, em João Pessoa, a presidente Dilma
Rousseff disse que não vai mirar neste momento as parcerias entre PT e
aliados com vistas à eleição de 2014. "Podemos fazer o diabo quando é
hora de eleição, mas quando se está no exercício do mandato, temos de
nos respeitar, pois fomos eleitos pelo voto direto", disse, a uma
plateia de 22 prefeitos paraibanos e beneficiários de programas
habitacionais, em sua primeira visita oficial ao Estado desde que
assumiu a Presidência.
Na ocasião, a petista ainda trocou afagos com o governador
Ricardo Coutinho (PSB) no evento que selou a entrega de 576 unidades
habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida.
"Não tem justificativa nenhuma para o governo perseguir quem não é
do partido dele", destacou a presidente, que disse que atenderá uma
"lista de desejos" apresentada pelo socialista, uma das 12 candidaturas
próprias que o PSB pretende lançar nas eleições de 2014.
UOL, com redação do www.politicapb.com.br
Nota do Editor: Muito se comentou sobre a visita da presidente Dilma Rousseff ao Estado da Paraíba, nesta segunda-feira. Alguns cronistas da política local advogaram que ela - em função das indisposições entre PT/PSB - iria cobrir de mimos o prefeito da capital, Luciano Cartaxo(PT), e escantear o "Mago" Ricardo Coutinho, governador eleito pelo PSB. O DEM, através do deputado Efraim de Moraes, de fato, estava planejando recebê-la com hostilidades, através de um protesto organizado pelas vítimas da seca no Estado, que teria sido cancelado. Embora tenha assegurado o tratamento esperado a um membro da legenda - inaugurando obras na capital - adotou uma postura republicana inclusive no discurso. Vai liberar recursos para o Centro de Convenções, adutoras e porto. O Centro de Convenções é um colosso construído numa reserva florestal, nas imediações do Cabo Branco. O governador Ricardo Coutinho sempre manteve uma ótima relação com a presidente Dilma, algo que nos parece ainda não ter sido atinginda pela rinha aberta entre as duas legendas.
Nota do Editor: Muito se comentou sobre a visita da presidente Dilma Rousseff ao Estado da Paraíba, nesta segunda-feira. Alguns cronistas da política local advogaram que ela - em função das indisposições entre PT/PSB - iria cobrir de mimos o prefeito da capital, Luciano Cartaxo(PT), e escantear o "Mago" Ricardo Coutinho, governador eleito pelo PSB. O DEM, através do deputado Efraim de Moraes, de fato, estava planejando recebê-la com hostilidades, através de um protesto organizado pelas vítimas da seca no Estado, que teria sido cancelado. Embora tenha assegurado o tratamento esperado a um membro da legenda - inaugurando obras na capital - adotou uma postura republicana inclusive no discurso. Vai liberar recursos para o Centro de Convenções, adutoras e porto. O Centro de Convenções é um colosso construído numa reserva florestal, nas imediações do Cabo Branco. O governador Ricardo Coutinho sempre manteve uma ótima relação com a presidente Dilma, algo que nos parece ainda não ter sido atinginda pela rinha aberta entre as duas legendas.
Governador Ricardo Coutinho solicita a Dilma recurso para Centro de Convenções, porto e adutoras.
A presidenta Dilma Rousseff desembarcou no
aeroporto Castro Pinto para a sua primeira visita oficial à Paraíba.
Dilma pisou pela primeira vez em solo paraibano às 10h40 após
desembargar no avião da presidência da República, e foi recebida pelo
governador Ricardo Coutinho, pela primeira dama do Estado, jornalista
Pâmela Bório, pelo vice-governador, Rômulo Gouveia e pelo prefeito de
Bayeux, Expedito Pereira.
Em seguida, Ricardo Coutinho seguiu com a presidente Dilma
Rousseff no carro oficial para a solenidade de entrega das moradias do
residencial Jardim Veneza no conjunto Vieira Diniz. Dilma chegou
acompanhada dos ministros das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, do ministro da
Integração, Fernando Bezerra, do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas e
Helena Chagas da Comunicação Institucional.
Durante o trajeto, o governador Ricardo Coutinho apresentou um
documento solicitando a liberação de R$ 60 milhões para a conclusão do
Centro de Convenções e investimentos de R$ 230 milhões para duplicar a
capacidade de movimentação do Porto de Cabedelo e a ampliação e
modernização do Aeroporto Castro Pinto.
Ricardo Coutinho também demonstrou sua preocupação com a
segurança hídrica do Estado e solicitou a liberação de dois projetos que
estão em análise no Ministério da Integração: o sistema adutor de
Boqueirão e o sistema adutor do Rio Piancó - que é a entrada do eixo
Norte da Transposição do Rio São Francisco. “Nós temos uma pauta
importante junto ao Governo Federal, mas não vamos passar a imagem de
que uma visita representará a resolução de todos os problemas. É hora
também de agradecer à presidenta Dilma os recursos liberados para o
canal Acauã Araçagi e os demais investimentos federais”, finalizou o
governador.
Fonte: Secom-PB
domingo, 3 de março de 2013
Duda Mendonça poderá assumir campanha de Eduardo Campos
Logo que começaram as articulações entre Duda
Mendonça e Antonio Lavareda em torno de uma nova agência de publicidade
com atuação nacional, sediada em Pernambuco, aconselhamos aos
jornalistas do Estado que ficassem de olho nessa movimentação.
Com bastante antecedência - cumprindo um rito de cientista político -
pelo noticiário do dia de hoje, parece confirmar-se as previsões:
Eduardo Campos estaria fazendo gestões no sentido de que o baiano seja
seu marqueteiro, caso ele entre na disputa ao Planalto.
Elio Gaspari: "Um pacote de veneno para a saúde"
Levaram para a doutora Dilma, e o comissário Alexandre Padilha discute
em Brasília, um pacote que, na marquetagem, destina-se a melhorar o
acesso do andar de baixo aos planos de saúde. Na prática, trata-se de um
estímulo à inépcia empresarial e à má-fé de quem vende serviços que não
pode entregar.
Os repórteres Natuza Nery, Johanna Nublat e Valdo Cruz revelaram que até agora ele tem dois pilares:
1) Deverá reduzir os impostos que incidem sobre o setor.
2) Deverá oferecer financiamentos públicos para a melhoria dos serviços hospitalares privados.
Com isso, os maganos prometem ampliar a rede dos planos, reduzir seus preços e melhorar o atendimento.
Será o samba do comissário doido. Uma coisa nada tem a ver com a outra,
mas todas embutem um objetivo: avançar sobre a bolsa da Viúva.
Os planos de saúde vão bem, obrigado. Têm 48,7 milhões de clientes e no
ano passado faturaram R$ 83 bilhões, ervanário equivalente à arrecadação
federal de novembro. Trata-se de um setor que cresceu 50,6% desde 2003.
A maior operadora desse mercado é a Amil. Seu dono, Edson Bueno, entrou
na lista dos bilionários da revista "Forbes" com um patrimônio de US$
2,2 bilhões (sua ex-mulher e sócia tem outros US$ 2 bilhões). A empresa
foi vendida em outubro passado para o grupo americano UnitedHealth por
US$ 3,2 bilhões.
A Viúva dá benefícios tributários aos gastos dos cidadãos com saúde.
Nada mais justo, mas isso significa uma renúncia fiscal estimada em R$
15 bilhões anuais. O problema dessa atividade comercial não está no
excesso de impostos, muito menos na falta de financiamentos. No ano
passado a ANS suspendeu temporariamente a venda de 396 planos de 56
operadoras porque elas simplesmente descumpriam os contratos. Descumprem
os contratos porque vendem o que não entregam. Existem planos de saúde
de R$ 56 mensais e, nos corredores da privataria, há um projeto de venda
maciça de planos a R$ 90. O truque é simples: a rede privada fatura e,
quando o freguês adoece, as linhas finas do contrato mandam-no para a
rede pública. Desde 1998 as operadoras de planos conseguiram esterilizar
as iniciativas destinadas a fazer com que o SUS seja ressarcido pelo
atendimento à clientela do setor privado. Para isso, usam poderosas
equipes de advogados, parlamentares e uma junta de médicos pessoais dos
mandarins do Planalto que, quando adoecem, fogem da rede pública como
Asmodeu da cruz.
Sem o SUS, não existe viabilidade financeira para um plano de R$ 90. Com
o SUS, pode-se vender até plano de R$ 10. Quem conhece o mercado
sustenta que não é possível manter um plano privado decente por menos de
R$ 500 mensais.
Se a doutora Dilma e o comissário Padilha quiserem melhorar a saúde
pública, podem baixar impostos e emprestar dinheiro da Viúva a juros
camaradas, mas devem começar a discussão do pacote com uma minuta de
medida provisória ordenando o ressarcimento do SUS. Numa conta
conservadora, com novas regras, poderão arrecadar até R$ 10 bilhões. Em
2011 a ANS conseguiu receber das operadoras apenas R$ 82,8 milhões.
(Dirigentes da agência foram multados individualmente em R$ 5.000 pela
preguiça constatada no trato dos processos de cobrança.)
Pelo andar da carruagem, o samba do comissário doido serviria para
piorar uma situação que é ruim, enriquecendo maganos e polindo o
prestígio de doutores amigos dos reis. Essa é uma espécie que se
degradou. Já não se fazem mais médicos da corte como o conde de Mota
Maia, que cuidava da família imperial. Quando d. Pedro 2º tinha suas
crises de diabetes, Mota Maia dormia num quartinho próximo. O conde
acompanhou o paciente para o exílio e assistiu-o até a morte, dois anos
depois, em Paris.
Jornalista Elio Gaspari, em sua coluna do Jornal Folha de São Paulo
O Povo: Eduardo Campos ameaça rebelião após perda de poder de aliados
Eduardo Campos ameaça rebelião após perda de poder de aliados
O governador de Pernambuco,
Eduardo Campos, vai trabalhar contra a aprovação da Medida Provisória
dos Portos caso ela não passe por mudanças. Possível candidato à
Presidência, Campos quer que a presidente Dilma Rousseff devolva poder
sobre os portos para os Estados. Ainda usará o discurso segundo o qual é
preciso ficar claro que a medida não vai tirar direitos dos
trabalhadores.
O ministro dos Portos, Leônidas Cristino, foi
indicado pelo PSB na cota do governador Cid Gomes (PSB), que está em
atrito com Campos. "Do jeito que está nós não a votamos", disse o líder
do PSB na Câmara, Beto Albuquerque (RS). "Não podemos nos esquecer de
que o Porto de Suape, em Pernambuco, é uma espécie de cartão-postal do
Estado e do PSB. Se a MP não for modificada, o governo de Pernambuco
perderá todo poder em relação a esse porto", afirmou o deputado.
Por
causa da MP dos Portos, Campos realizou minirreunião da Executiva do
PSB na quarta-feira, 27, à noite, entrando pela madrugada de
quinta-feira, 28.
Participaram do encontro, além do governador e
de Albuquerque, o tesoureiro nacional do PSB, deputado Márcio França
(SP), o secretário nacional do partido, Carlos Siqueira, e a integrante
da Executiva Mari Elizabeth Machado. Estes dois últimos, de acordo com
Albuquerque, foram ao Recife, originalmente, para tratar do programa
nacional do partido, a ser veiculado neste mês.
Campos se irrita,
também, com o esvaziamento do poder do ministro da Integração Nacional,
Fernando Bezerra, seu afilhado político. Apesar da insatisfação, o
governador disse aos correligionários que pretende manter o PSB em
cargos do governo. Petistas tentam minar as pretensões de Campos de
disputar o Planalto contra Dilma em 2014.
Apesar de o PMDB ser
atualmente o aliado preferencial, não está descartada a possibilidade de
o posto de candidato a vice-presidente na chapa petista ser oferecido a
Campos. O governador da Bahia, Jaques Wagner, esteve no Recife na
segunda-feira, 25.
"Defendo espaço para Campos na chapa
presidencial de 2018. O time que ganhou em 2010 deve permanecer em 2014.
Michel Temer tem toda a legitimidade para continuar na chapa", disse
Wagner. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Convenção do PMDB: Raposas entre raposas, artigo de Pedro Luiz Rodrigues
Por Pedro Luiz Rodrigues
Para a arraia miúda, a Convenção Nacional do PMDB ocorre hoje, no auditório do Centro Empresarial Brasil 21, no Setor Hoteleiro Sul, em Brasília.
Para a arraia graúda do partido, a grande convenção ocorreu anteontem à noite, na residência do Vice Presidente da República, o Palácio do Jaburu.
Hoje, o programa é formal. Serão eleitos os novos membros do Diretório Nacional e da Comissão Nacional de Ética e Disciplina. O Diretório elege em seguida a nova Comissão Executiva Nacional.
Anteontem à noite, no jantar no Jaburu, tudo foi mais informal, descontraído mesmo. Duzentos peemdebistas juntaram-se a Michel Temer para brindar o ex-presidente José Sarney. O que também fez a convidada de honra, a Presidente Dilma Rousseff.
Uma Dilma que mostrou não ter fundamento aquela velha historia de que seria avessa à política e ao contato com os políticos.
Era uma raposa, entre raposas. E que estava ali para dizer o quanto o PMDB era importante para assegurar a governança do País.
Em linguagem política, reconhecer tal fato equivale a uma verdadeira declaração de amor.
O PMDB, afinal, não é brincadeira em termos de números. Além do vice, tem cinco ministros, igual número de governadores, oito vice-governadores, 79 deputados federais, 18 senadores, 152 deputados estaduais. 1020 prefeitos (quatro prefeitos de capital) e 8.495 vereadores.
Para não falar que detém a presidência das duas Casas do Congresso.
Se algumas agremiações de representatividade parlamentar esquálida provocam, às vezes, enjôos e dore de cabeça no Planalto, imagine-se o que aconteceria se o PDMB resolvesse encrencar.
Dilma, segundo a opinião dos peemedebisas esteve esplêndida. Conversou com todos, fez afago em quem precisava, agradeceu o apoio que lhe prestou Sarney na Presidência do Senado. Dispôs-se até em abrir espaço em sua agenda para comparecer hoje, pasmem, à convenção do PMDB!!!!
O diálogo, assim franco e aberto, com o PMDB, é fundamental para os planos políticos da Presidente, sejam eles quais forem.
Dá-lhe, ademais, uma necessária autonomia de vôo em relação à ortodoxia do PT e às fibrilações juvenis do PSB.
Os pessebistas têm andado com peito estufado nos últimos meses, pretendendo-se com força e prestígio para conseguir a vaga de vice, na cédula eleitoral da coalização liderada pelo PT, em 2014.
O PMDB faz que não vê, nem comenta. Simplesmente exibe seu poder e prestígio. Abraça a Presidente, oferece-lhe o apoio costumeiro, e toca as coisas para frente.
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sábado, 2 de março de 2013
Editorial: O que se passa no Ministério da Educação, Aloizio Mercadante? A demissão de Amaro Lins é um equívoco.
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, é hoje um dos mais prestigiado da Esplanada
dos Ministérios. Interlocutor da presidente Dilma Rousseff, a sua influência
vai muito além do Ministério da Educação. Como ex-ministro da Ciência e
Tecnologia, foi um dos principais vetores ao nome do deputado Gabriel Chalita
para ocupar aquela pasta. Há um órgão estratégico daquele ministério –
responsável pela liberação de medicamentos - que, dizem, ele não gostaria de
perder o controle. Não entro no mérito de sua gestão, mas antecipo que seu
antecessor, Fernando Haddad, fez o dever de casa, deixando a pasta muito bem
arrumada. Ainda fui estudante de instituição pública que alcançou o Restaurante
Universitário da UFPE, fechado no Governo de Fernando Henrique Cardoso. Para
não dizer que estou mentindo, a sobremesa, quase sempre, não passava de uma
laranja, que costumávamos cortar em quatro pedaços. Era um serviço essencial para nós, estudantes empobrecidos. Precisava deslocar-me da região metropolitana do Recife – Paulista – para a UFPE, no Engenho do Meio. Tinha que sair às 05:00 horas da manhã para conseguir chegar a
tempo de acompanhar as aulas de Latim, da professora Inalda, ou as aulas de
linguística, com o professor Esdras que, avexado, nos aconselhava a sair dos alambrados do
CAC e nos dirigimos à sala de aula, de preferência preparando uma ata. Quem salvava a pátria eram as imitações de
Frank Sinatra, na voz de Guimarães, um velho marinheiro, que aprendeu inglês
no cais do porto.Uma figura divertidíssima. Quanta saudade!!! Amaro Lins foi eleito para gerir a UFPE na
esteira de uma ampla política de inclusão educacional implantada na era
Lula/Dilma. Amaro, portanto, esteve vinculado com as políticas públicas
educacionais mais identificadas com o objetivo de permitir o acesso ao ensino superior
público às camadas mais empobrecidas da sociedade. O exemplo mais emblemático
dessa fase foi a aprovação do aluno Alcides para o curso de Biomedicina, que
contou com todo o apoio da Reitoria de Amaro Lins. O caso específico ganhou
repercussão internacional. Infelizmente, ocorreu aquela tragédia que todos
conhecem e que não vale a pena relembrar. Pois bem. Amaro foi o responsável
pela reabertura do conhecido “bandejão”, inclusive facultando refeições
gratuitas a um grupo de estudantes, previamente selecionados, a partir do grau
de exclusão social. Poderia nos estender aqui mencionando as realizações de
Amaro Lins na UFPE, mas essas duas referências são suficientes para
identificar o seu perfil político. Um perfil sobejamente identificado com as
políticas públicas inclusivas da era Lula/Dilma, conforme já afirmamos. Causa estranhamento, portanto, o seu afastamento do Ministério. Para completar o enredo, ainda surge nas redes sociais um
patricinho, bem-nascido, mal intencionado -desses que chegam na universidade com o cabelinho ainda molhado e um fone de ouvido - com o objetivo de denegrir a imagem
de um homem honrado. A motivação, possivelmente, é uma politicagem
de pé de escada, rasteira, insana, coorporativa, oriunda de alguém com os "valores" da classe
média tradicional, que torce o nariz para os estudantes de estratos sociais fragilizados que estão tendo
acesso à universidade. Quanto ao MEC, houve um grave equívoco em afastar alguém
que, em tese, sempre esteve identificado com as políticas mais progressistas da
Instituição, implantadas a partir do Governo Lula, o governante com a maior sensibilidade social que este país já conheceu. Uma atitude que, certamente, cumpre um rito onde a “acomodação” política
se sobrepõe à competência, ao mérito. Amaro Lins era Secretário de Educação Superior do MEC. Só temos a lamentar, senhor ministro.
Nota do Editor: Peço desculpas pelos erros de língua portuguesa cometidos nessa postagem, alguns deles devidamente corrigidos. Em algumas ocasiões, escrevemos com o coração.
Nota do Editor: Peço desculpas pelos erros de língua portuguesa cometidos nessa postagem, alguns deles devidamente corrigidos. Em algumas ocasiões, escrevemos com o coração.
Resenha de "Como Mudar o Mundo", de Eric Hobsbawm

Eric J. Hobsbawm. Como mudar o mundo. Marx e o marxismo. São Paulo: Cia. das Letras, 2011. 423p.
Também em Como mudar o mundo encontramos os mesmos traços distintivos que, como uma espécie de marca registrada, caracterizam toda a vasta obra do mundialmente consagrado historiador Eric Hobsbawm. O mesmo padrão de qualidade da escrita, sempre cristalina, concisa e elegante, e da argumentação e análise, sempre bem fundamentada, abrangente e imaginativa; e sempre a mesma abordagem marxista, de um marxismo rigoroso, autônomo e sofisticado. Por tudo isso é que Hobsbawm — que, como nenhum outro historiador contemporâneo, foi capaz de dar conta de todas as esferas da vida humana, dos múltiplos tempos da história e dos mais diversos espaços (daí porque o historiador Christopher Hill, assim lhe dedicou um de seus livros: “Para Eric Hobsbawm, que sabe sobre tudo, incluindo o século XVII”) — tem recebido o reconhecimento e a consagração de todas as partes do mundo e de todas as correntes historiográficas.
Claro que para os marxistas, em particular, isso ocorre por causa do instrumental teórico-metodológico por ele adotado (que potencializaria ao máximo os seus talentos e dons naturais de historiador), ao passo que para todos quantos são estranhos a essa concepção, e mesmo assim o admiram, isso ocorre apesar do seu marxismo (sem o qual ele seria um historiador ainda maior).
Como mudar o mundo, diferentemente de todos os outros livros de Hobsbawm (todos, salvo engano, traduzidos para o português), reúne textos escritos (e alguns reescritos), ao longo de toda uma longa vida, mais precisamente entre 1956 e 2009, como o autor esclarece no Prefácio; eles formam um total de 16 capítulos, divididos simetricamente em duas partes, uma intitulada “Marx e Engels” (capítulos 1 a 8) e outra “Marxismo” (capítulos 9 a 16); com destaque, nessa parte, para os capítulos 11 e 12, dedicados ao marxista italiano Antonio Gramsci.
Para ilustrar a grandeza do historiador, leia-se a seguinte passagem (do primeiro capítulo intitulado “Marx hoje”): “Marx, por meio de seus textos, continuou a ser uma força colossal em três sentidos: como pensador econômico, como pensador e analista da história e como o reconhecido pai (junto com Durkheim e Max Weber) da reflexão moderna sobre a sociedade. Não estou habilitado a expressar uma opinião quanto à sua persistente e evidentemente séria posição como filósofo”. Impossível discordar dessa perfeita apreciação do pensamento e obra de Marx.
Contudo, e para problematizar seja a figura de Marx seja a de Hobsbawm, note-se na frase que o autor tem a honestidade intelectual de excluir o campo da política da força colossal dos textos de Marx. No capítulo 3, intitulado “Marx, Engels e a política”, reconhece: “Há lacunas substanciais nas ideias conhecidas de Marx e Engels sobre esses assuntos [políticos], e por conseguinte, incertezas a respeito de quais eram ou poderiam ter sido essas ideias”; e, mais à frente, “[...] até certo ponto deliberadamente, Marx e Engels deixaram para seus sucessores um pensamento político com vários espaços vazios ou preenchidos de modo ambíguo”. Para concluir: “O que se podia aprender com Marx era o método com que enfrentava as tarefas de análise e ação [...] era isso, com certeza, que Marx desejaria que seus adeptos aprendessem”.
Ora, vistas as coisas em perspectiva histórica, não se pode isentar esse método de falhas e/ou insuficiências decisivas e fatais, a não ser julgando todos os que tentaram seguir e aplicar seus ensinamentos (dos marxistas alemães reformistas e revisionistas, passando por todos os outros marxistas a oeste do Reno, aos mencheviques e bolcheviques russos) como estúpidos incapazes.
É-se tentado a dizer que há em Marx, e, por fidelidade a ele, em Hobsbawm, uma ambição e presunção incompatíveis com a capacidade intelectual humana de interpretar e controlar a história (mesmo entre os mais dotados e sábios): o primeiro achava que tinha encontrado, ao contrário de todos os pensadores anteriores, a chave cientifica nesse sentido, e o segundo, continuando a acreditar piamente nisso, acha que a receita (o método) marxista ainda é válido — de onde o titulo do livro. Mas como resistir a refutá-lo? Basta lembrar que, se na segunda década do século XX, os marxistas (como os bolcheviques) sabiam como mudar o mundo, hoje não sabem mais, e não sabem porque, como lembrou alguém, hoje (diante da complexidade da realidade), quem não está confuso é porque está mal informado.
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Modesto Florenzano é professor de História da USP.
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