Crédito da Foto: Instagram do Diário de Pernambuco. |
Por outro lado, eleito para um terceiro mandato nas circunstâncias em que foi eleito, exigia-se um Lula ainda mais moderado, fazendo um governo de conciliação, ampliando seus vínculos com setores conservadores da direita, excluindo-se tão somente os extremistas. Na realidade, tal condição até se impunha, uma vez que a direita venceu as últimas eleições no país. Lula até tentou, seja do ponto de vista da articulação com o Congresso, seja no tocante à gestão da máquina, onde integrantes do governo anterior continuaram exercendo cargos de confiança no Estado ou exercendo funções de conselheiros em estatais, caso da Eletrobras, com excelentes jetons, diga-se de passagem. Um deles foi indicado até para secretário-executivo de um ministério.
Nos últimos meses esse distanciamento foi se ampliando, com derrotas sucessivas no Congresso, chegando ao limite da recusa de um convite a um membro de um partido da base aliada para assumir um ministério no Governo. Hoje, a dita base aliada- formada por partidos de centro-direita, a exemplo do União Brasil e PP - está completamente desmobilizada. Numa entrevista recente, o presidente nacional da federação União Progressista afirmou que um apoio da legenda ao projeto de reeleição de Lula é uma condição remotíssima. Até recentemente, Antonio Rueda era elogiado no Planalto por sua lealdade. O outro nome forte dessa federação, o senador Ciro Nogueira, segundo os escaninhos da política na capital federal, estaria na bolsa de apostas para integrar a chapa com o governador Tarcísio de Freitas à Presidência da República, na condição de candidato a vice.
Acabamos de saber que o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, acaba de suspender as decisões do Executivo e do Legislativo no tocante ao aumento de impostos do IOF. O estrago, no entanto, já está feito. Aquilo que antes tratávamos aqui como indisposições e instabilidade institucional, hoje pode ser tratado como uma guerra declarada entre o Executivo e o Legislativo, antecipando, inclusive, a plataforma discursiva que poderá ser usada nas eleições de 2026. Já tem gente até erguendo a bandeira branca, incomodado com essa narrativa de que estão defendendo os interesses dos ricos, em detrimento dos mais humildes. O Planalto tem apostado todas as suas fichas de publicidade institucional nas redes sociais. Alguém andou sugerindo que isso poderia ser um equívoco. De fato pode, mas, no momento, o Governo surfa numa narrativa que vem obtendo aderência junto ao público, ou seja, apresentando Lula como uma espécie de Robin Hood, aquele que tirava dos ricos para dá para os pobres.
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