Cumpre aqui registrar, de imediato, conforme notícia veiculada no jornal Folha de São Paulo, um eventual recrudescimento das medidas adotadas pelos Estados Unidos contra o Brasil, o que incluiria a ampliação das taxas atuais, ou seja, de 50% para 100%. No país, parlamentares da oposição já fizeram vários pronunciamentos e concederam entrevistas a esse respeito; tentaram em vão interromper o recesso parlamentar e estão organizando manifestações de protestos em razão das medidas cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. O ambiente institucional está se tornando insustentável. Em situações assim, convém precaver-se contra a onda de fake news, um expediente bastante utilizado por esses grupos de extrema direita. Já se fala, por exemplo, numa eventual greve de caminhoneiros em apoio ao ex-presidente. Esperamos que isso não passe de uma fake news.
Uma pesquisa do Instituto Quaest\Genial apontou que 59% dos brasileiros apoiaram as medidas adotadas contra o ex-presidente, enquanto 41% desaprovaram. Os simpatizantes de Lula apoiam e os partidários do ex-presidente desaprovam. É mais ou menos isso o que vem ocorrendo, o que se pode traduzir como um grandiosíssimo problema, numa espécie de cabo de guerra que não pode dá bons resultados. Estamos caminhando para aquela situação que o sociólogo jamaicano\britânico Stuart Hall advertia: um sistema muito polarizado só se define quando um dos polos destrói o outro. O Judiciário brasileiro simplesmente não pode admitir qualquer que seja a ingerência, muito menos estrangeira, à condução dos seus trabalhos.
O presidente Lula viajou para o Chile onde se reúne com outros presidentes de países do continente para discutir assuntos relacionados à defesa da democracia. Em princípio, não haveria nada agendado entre ele e o presidente norte-americano, Donald Trump. Diante do recrudescimento da crise entre os dois países, sabe-se lá se Trump abrirá sua agenda para receber o presidente brasileiro. É espantoso observar como existem órgãos de imprensa insuflando essas discórdias, quase que torcendo que os Estados Unidos adotem medidas ainda mais radicais contra o país, como se todos nós não viéssemos a arcar com tais consequências. Isso é uma irresponsabilidade.

Nenhum comentário:
Postar um comentário