pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: Estabilidade democrática e liberdade de expressão. Os recados de Fux.
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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

Editorial: Estabilidade democrática e liberdade de expressão. Os recados de Fux.



O escritor inglês, Goerge Oswell, é talvez quem melhor tenha traduzido o que signfica, de fato, liberdade de expressão ou o jornalismo livre, sem rabo preso com os poderosos ou os governantes de turno. Jornalismo, dizia ele, se faz quando você diz o que algumas pessoas não gostariam de ouvir. Tudo mais é publicidade. O verdadeiro jornalismo, portanto, deve incomodar. O resto é cosmético. Pedimos perdão aos leitores e leitoras se não traduzimos, ipsi litteris virgulisque - afinal, para alguma coisa serviu nossas aulas de Latim com a professora Inalda, no CAC-UFPE - a frase do autor de 1984, mas, em essência, é exatamente isso. 

O exercício dessa liberdade de expressão, num Estado com as características do nosso, se constitui numa grande preocupação, uma vez que os jornais são controlados por grupos econômicos - quando não também por grupos políticos - com interesses consorciados ao aparelho de Estado. Pior do que isso, são os métodos utilizados para calar os opositores, um arsenal de fazer inveja aos regimes mais autoritários, tudo com o propósito de silenciar a voz dos irredentos. Gostaria de poupar os leitores dos pormenores desse arsenal, que inclue o uso da "máquina" para disseminar campanhas de desmoralização dos seus desafetos, através dos chamados lichamentos morais - ou virtuais - como as fake news, que, não necessariamente, foi uma invenção daquele americano. Os mecanismos foram apenas aperfeiçoados ao longo dos últimos anos, na época da mentira como arma política.  

Num Estado onde as pessoas acreditam em perna cabeluda, os danos aos indivíduos, vítimas dessas fake news, são irreparáveis. Assim, se reveste de grande importância - e também advertência - o discurso proferido pelo presidente do STF, Ministro Luiz Fux,na abertura dos trabalhos naquela Corte, em defesa intransigente da estabilidade democrática e da liberdade de expressão ou de imprensa. O ministro Fux fala com a autoridade de quem exerceu um papel importantíssimo no sentido de estancar as últimas manobras autoritátias tentadas no país. Salve Fux! Nossa democracia deve a ele e aos ministros daquela Corte o fato de termos sobrevivido aos solavancos ou ímpetos autoritários, contidos no seu tempo devido.

Repertiu bastante bem - naturalmente entre os atores que, de fato, possuem compromissos com nossas instituições democráticas - a fala do Presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luiz Fux. Dizia um grande sociólogo francês, Claude Leffort, que uma democracia que não se amplia tende a morrer de inanição. Seria um pouco demasiado supor sobre a possibilidade de uma democracia plenamente consolidada entre nós, pelas inúmeras razões apontadas por este editor, ao longo dos anos que mantemos esse canal de comunicação com os leitores. Exatamente, por isso, falas como a do ministro Luiz Fux, neste momento, se revesta de tanta importância, ou seja, o de  garantir os avanços mínimos que conquistamos ao longo dos anos de experiência de uma democracia constantemente sob ameaça.     
   

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