pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: Um encontro protocolar entre Alexandre de Moraes e Jair Bolsonaro.
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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

Editorial: Um encontro protocolar entre Alexandre de Moraes e Jair Bolsonaro.



No mundo da política, bem que poderíamos dar o título de "Grande Encontro' a este editorial, parafraseando uma série de CDs que foram lançados no passado, reunindo grandes nomes da música popular brasileira, como Zé Ramalho, Raimundo Fagner, Elba Ramalho, Geraldo Azevedo, Amelinha entre outros monstros. No campo da política, estamos tratando aqui do encontro, nesta segunda-feira, entre os ministro do STF, Edson Fachin e Alexandre de Moraes, e o Presidente da República, Jair Bolsonaro(PL). Essas distenções são sempre importantes,sobretudo porque vivemos num regime democrático, onde pressupõe-se um equilíbrio entre os três poderes. É o jogo de freios, pesos e contrapesos, tão importante para manter as coisas equilibradas. 

No Brasil, já faz algum tempo que essa propalada harmonia entre os poderes da República foi tisnada, em razão dos acirramentos políticos. Há um clima de azedume e cabo de guerra entre alguns atores representantes dos poderes Judiciário, Executivo e Legislativo. O tensionamento mais recente foi uma determinação do STF para que o presidente Jair Bolsonaro comparecesse à Polícia Federal para prestar um depoimento, o que acabou não ocorrendo. 

Enquanto nossos artistas promoviam grandes encontros para cantarem, harmoniosamente, lindas canções da MPB, já se sabia que a mesma afinação não se daria no encontro Entre os membros da Corte Suprema e o chefe do Executivo. Previsto para durar meia-hora, durou apenas 10 minutos, embora, formalmente, tenha-se enfatizado a importância desse diálogo, na expectativa de que se promova, quem sabe, uma reaproximação. Os ministros do STF foram até o Planalto para entregarem um convite para a cerimônia no STE, onde ambos serão empossados naquela Corte, que presidirá os trabalhos das próximas eleições de outubro. Raposa cevada na experiência política, aqui em Pernambuco se dizia que o Dr. Miguel Arraes só aparecia em eventos favoráveis à sua pessoa. Cumpriu-se uma missão protocolar fundamental, mas esse não era, necessariamente, o tipo de evento favorável aos ministros do STF. Não havia "clima", como poderia afirmar o Dr. Miguel Arraes, que costumava "fechar" as feiras no sertão do Estado com a sua presença.  

Como é de praxe, os ministros do STF acabam se revesando na presidência do STE e, depois de Luiz Fachin - que prometeu deixar a casa arrumada para as eleições de outubro - em agosto Alexandre de Moraes assume o cargo de presidente daquela Corte, disposto a cumprir seu papel de guardião das regras do jogo eleitoral e constitucional. Todo o processo eleitoral deve ocorrer consoante as regras determinadas e em sintonia com os princípios da democracia. No estágio de polarização política que estamos vivendo, certamente o ministro Alexandre de Moraes terá muito trabalho pela frente. 

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