Parece não haver dúvidas de que o Partido dos Trabalhadores precisa passar por um processo consistente de autocrítica, um procedimento não muito simples para grupos - seja de que natureza for - que se colocam como os únicos donos da razão. Partidos de esquerda, de alguma forma, estão inseridos neste contexto. Alguns equívocos foram cometidos nas gestões da Coalizão Petista e isso precisa ser exposto, uma vez que o partido será veementemente cobrado em torno do assunto. Aliás, não raro, este editor tem cobrado por aqui, mas trata-se de uma cobrança com a vaselina política de esquerda para a esquerda. A direita ou ultradireita, por sua vez - principalmente em ano eleitoral - não costumam usar vaselina.
Embora a chamada onda antipetista - até mesmo pela performance de Lula nas pesquisas de intenção de voto - tenha sido arrefecida ao longo dos anos, alguns opositores não medirão esforços em refrescar a memória dos eleitores. Temas mais urgentes no cotidiano do eleitorado parecem ter assumido um status de relevância maior do que a associação do partido à corrupção - algo bastante enfatizado em eleições passadas. Segundo observam alguns analistas, determinante para a derrota do partido nas urnas. Hoje, fome, desemprego, pandemia, inflação alta, custo de vida elevado, devem orientar as decisões dos eleitores até outubro.
Segundo dizem, o Governo Bolsonaro(PL) faz figa para que a onda da Ômicron acabe logo, bem antes de outubro. De preferência que suas subvariantes não contribuam para o aumento de casos de infectados e mortes. Conforme enfatizamos por aqui, a forma como os governos se conduziram no tocante à crise sanitária terá um peso nessas eleições. Entendo muito pouco de economia, mas existe um consenso entre os economistas de que o Governo da ex-presidente Dilma Rousseff(PT-MG) cometeu alguns equívocos na condução da política econômica.Em sendo assim, convém admitir tais equívocos para o mercado e principalmente para a população, antes mesmo das saraivadas de críticas dos adversários, que, de tão ousados, já especulam sobre um eventual ministério petista. Quem, afinal, seria o homem forte da economia num possível Governo de Coalizão Petista a partir de 2022?
De acordo com o ex-ministro Guido Mantega, um assessor informal, o Posto Ypiranga de Lula é o próprio Lula. A indicaçã de Guido Mantega, pelo staff de campanha de Lula, para responder a uma solicitação do jornal Folha de São Paulo - sobre uma série de entrevistas entre assessores econômicos dos pré-candidatos - prevê alguns analistas, confirmaria essa tese. Muitas arestas precisam ser aparadas porque o bombardeio será grande e ele já começou. Numa atitude com contornos de misoginia, já chegaram a sugerir que a ex-presidente Dilma Rousseff poderia assumir o Ministério da Defesa, apelando-se, quiçá, para eventuais comportamentos machistas entre os militares. Os adversários já deram demonstrações cabais de que tentarão de tudo. Compete ao PT criar os escudos necesssários para se proteger e um desses escudos seria, por incrível que possa parecer, calçar as sandálias da humildade e proceder uma autocrítica sobre alguns equívocos cometidos no passado, quando esteve no comando do país.
P.S.: Contexto Político: Para alguns analistas, o PT, ao ser instigado pelo jornal Folha de São Paulo para apresentar seu possível homem forte da economia, optou por não fazê-lo, tendo indicado o economista Guido Mantega para a missão, evitando, assim, queimar cartuchos antes da hora correta. É uma hipótese.
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