pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: As preocupações de Guilherme Boulos com um eventual crescimento de Jair Bolsonaro
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sábado, 19 de fevereiro de 2022

Editorial: As preocupações de Guilherme Boulos com um eventual crescimento de Jair Bolsonaro



Prudência e caldo de galinha - mesmo com pés e pescoço - não fazem mal a ninguém, já dizia este editor, em editorial aqui publicado. Dependendo do Instituto, há diferenças signficativas de métodos utilizados para aferir as intenções de voto do eleitorado neste ou naquele candidato. Todos, no entanto, são orientados por metodologias científicas que, resguardadas as margens de erro, acabam captando tendências corretas acerca do comportamento do eleitor. Tem repercutido bastante na imprensa e no meio político uma pesquisa realizada pelo PoderData, uma espécie de Instituto de Pesquisa do Portal Poder360, onde o presidente Jair Bolsonaro(PL) diminui a sua diferença para o candidato Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, que lidera todas as pesquisas de intenção de voto até este momento. 

De acordo com o DataPoder, a diferença entre ambos - que já foi de 14 pontos, apontada, acredito, pelo próprio Instituto em pesquisa anterior - diminuiu para 9 pontos em pouco mais de uma semana. Até recentemente, O próprio Lula admitiu para interlocutores que a eleição não estava ganha, sendo necessário ampliar o diálogo com a Faria Lima, ou seja, com os setores mais conservadores do espectro político. A tentativa de trazer o PSD para a sua campanha ainda no primeiro turno das eleições pode ser entendida como uma dessas estratégias. O danado é que Gilberto Kassab, presidente da legenda, insiste numa candidatura própria do partido. Muito sensatamente, através de suas redes sociais, o Presidente Nacional do PSOL e ativista político Guilherme Boulos, manifestou uma preocupação com um eventual crescimento da candidatura do presidente Jair Bolsonaro, principalmente entre os eleitores da preriferia, notadamente em razão da distribuição do Auxílio Brasil.

Segundo Boulos - no que concordamos - receber um auxílio emergencial de R$ 400,00 para quem está com a despensa vazia e ameaçado de ser despejado pode ter um efeito signficativo junto a este eleitorado, incapaz de entender que tal situação pode ter chegado a estes níveis em decorrência de problemas de gestão da máquina pública. Até recentemente, ouvido pela reportagem da revista Veja, o cientista político pernambucano, Antonio Lavareda, aconselhou que seriam necessários aguardarmos um trimestre para se falar numa eventual tendência. Naquele momento, entretanto, uma pesquisa do próprio IPESPE apontava que a avaliação do Governo Bolsonaro estava melhorando e a percepção sobre os rumos da política  econômica igualmente. 

São pertinentes as preocupações de Guilherme Boulos, principalmente sobre um eventual avanço do bolsonarismo justamente num segmento do eleitorado tradicionalmente identificado com o petismo, localizado, sobretudo,em regiões como o Nordeste, que sempre esteve votando em Luiz Inácio Lula da Silva(PT-SP). A mensagem do bolsonarismo pode estar chegando aos setores periféricos do eleitorado. Não desejo aqui levantar nenhuma hipótese, mas fazer uma provocação: Se, de fato, o bolsonarismo está crescendo junto ao eleitorado da periferia, o fato de esses eleitores manterem uma identificação muito forte com grupos religiosos de orientação neopentecostal também poderia estar influenciando? Pelo que aprendemos,na UFPE, com o grande professor José Carlos Wanderley, isso seria uma espécie variável interveniente. Seria como alguém afirmar que as pessoas vivem mais porque são casadas e se colocar uma variável interveniente entre os dados - do tipo qual o quantitativo desses casados praticam exercícios físicos - e depois se descobrir que era o exercício físico que estava prolongando suas vidas e não o fato de serem casados. Era uma "brincadeira' que este editor gostava de fazer em sua fase de estudante. Bons tempos!     

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